Alfonso amaldiçoou o tamanho da casa e entrou na biblioteca, parando ao ver que estava vazia.
Anahi não estava no quarto, nem com Kelly. Deixando a biblioteca, foi para a ala oeste da casa, um lugar pouco usado, construído para abrigar hóspedes e empregados. Subindo a escada, começou a procurá-la, já entrando em pânico. E se estivesse machucada, se tivesse caído num dos corredores escuros? Começou a chamá-la, baixinho, e quando não obteve resposta, abriu uma porta atrás da outra, tentando encontrá-la.— Anahi!
— Estou aqui!
— Aqui, onde? Que droga de lugar! Mais parece um labirinto! A risada dela era baixa e suave, e parecia encher o ar quando ele abriu a porta.
— Disse que eu podia usar o quarto amarelo, não disse? Sentada numa cadeira, estava de costas para ele, com um cavalete a sua frente e o pincel sobre a folha de papel presa a um painel.
— Não disse?— Sim, agora me lembro. — Não costuma andar muito pela casa, não é?
— Não por aqui. Meu Deus, eu me senti um tolo.
— Estava preocupado?
— Sim. Este lugar é muito grande e antigo, e...
— E sempre muito escuro — completou ela, virando-se levemente, mas sem fitá-lo. Ela olhava para o chão, e Alfonso percebeu que fazia isso por ele, embora houvesse pouca luz no aposento.
As cortinas estavam afastadas e o luar entrava pelas janelas.— Está pintando no escuro, Anahi.
— Você é mesmo esperto, Herrera.
Ele riu, balançando a cabeça e aproximando-se.
Anahi sentiu-o mover-se atrás dela, sentiu o perfume da loção pós-barba, e tentou imaginar como seus sentidos haviam se tornado tão apurados. O calor do corpo dele parecia tocar-lhe a pele, e subitamente ficou consciente do roupão fino e do pijama que usava. Queria vê-lo, não por curiosidade, mas para que ele confiasse nela o suficiente para deixar que se aproximasse. Tudo que conhecia de Alfonso era a imagem que vira nas fotos, tiradas cinco anos antes.— Não é uma vista incrível? — perguntou, fazendo um gesto na direção da cidade abaixo deles, brilhando ao luar. A casa de Alfonso ficava no alto, pairando sobre a vila como o castelo de um ogro, que aterrorizava a todos. Não era de admirar que tivessem medo dele, admitiu Anahi.
— Achei que você gostaria.
Ela respirou fundo, sentindo-o mais perto.— Mas pintar no escuro?
— Era a imagem que eu queria captar. A ilha adormecida — disse ela, assustando-se quando ele colocou as mãos nas costas da cadeira.
Ele observou a pintura semi-acabada.— Bem, você conseguiu.
A voz dele, tão perto do seu ouvido, suave e gentil, era capaz de prendê-lo em um encantamento poderoso.
— As nuvens continuam a se mexer, encobrindo tudo.
— Há uma tempestade tropical na costa da Flórida. Pode ser que tenhamos algum efeito dela por aqui.
— A Mãe Natureza às vezes nos surpreende, mas aqui estamos seguros. A casa já resistiu a mais de vinte anos de tempestades.
Um longo silêncio pairou entre eles, quebrado apenas pela respiração de ambos.
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A Bela e a Fera -AyA-Adaptada - Finalizada
FanfictionELA SE APAIXONOU POR UM HOMEM CUJO ROSTO NÃO PODIA VER... Anahi Portilla foi contratada para trabalhar como babá da filha de Alfonso Herrera. Os rumores sobre aquele homem que vivia em reclusão não assustaram Anahi... Sua experiência como vencedo...