Stan e Ford

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Já era de manhã, enquanto abria meus olhos tive quase certeza de ver aquele cara na ponta da minha cama sentado me olhando. Aquilo com certeza era um sonho. Fui pro banheiro, escovei os dentes, troquei de roupa e fiz tudo que deveria fazer pra depois descer.

-Dipper vem logo!- Disse a Mabel que tinha acordado primeiro que eu.

Desci as escadas da cabana bem depressa e pude ver o Stanley deitado no chão quase incapacitado de falar de tanta dor. O Ford estava em sua frente procurando algo no diário, mas espera... aquele não era o 1 nem o 2 nem o 3, na capa estava um 4. Não sabia o que dizer, Um 4º diário?! como eu nunca soube daquilo? E por que o Stan estava naquele estado?

-Tivô Stan? o que houve?- Falei em alto e bom som.

-Ah garoto, meus dias estão contados-Ele respondeu sendo sarcástico.

-Não fale besteira Stanley!-O Ford disse em um tom de raiva.

-Você é inteligente Ford e o Dipper também, isso é ato de magia negra, pura magia negra.- Stan dizia enquanto as tosses tentavam o parar.

O Ford explicou que estava procurando sobre a "doença" do Stan no diário para ver qual era a cura. Bom... aquilo não era bem uma doença, aquilo não era algo humano ou da natureza, Não é como se uma cobra tivesse picado ele e injetado veneno em suas veias, aquilo era um ato de algo maior, talvez eu saiba quem tenha feito isso, o único que conheço que tem ódio do Stan e praticava magia negra! com certeza era o Gideão.

-Eu vou resolver as coisas com o Gideão-Falei irritado.

-Espera garoto, você nem sabe se foi ele.-Stan retrucou.

-Talvez devesse ficar aqui, com 10 anos ele já era bem assustador, imagine agora...- Contou a namorada do Soos que também trabalhava lá.

Eu não me importei, não ia deixar aquele baixinho cabeludo acabar com Stan, corri em direção a casa dos pais dele o mais rápido que eu podia, parece que Mabel havia me seguido também com medo que o Gideão fosse forte demais ou eu acabasse fazendo uma besteira.

-Gideão abre essa porta- Indaguei dando socos e chutes na porta dele.

Mabel me puxou e mostrou uma chave que ficava escondida no canteiro de flores.

-Essa pode ser a chave da porta- Ela falou.

Abrimos a porta e não havia ninguém em casa, nem mesmo seus pais, pedi para Mabel e eu nos separarmos e procuramos pelos cantos da casa individualmente. Enquanto eu ia na cozinha ouvi gritos e choros da minha irmã, logo entrei em pânico, pensei que tivesse acontecido algo com ela, segui o som e fui parar na frente da porta do quarto de Gideão. A cena que eu vi foi horrível, Mabel me abraçou e fechou os olhos enquanto chorava.

-Ele está morto?!

Eu não acreditava no que via, sua cabeça tinha sido pressionada contra um aquário de peixes que tinha em seu quarto, provavelmente ele não resistiu e se afogou, na sua perna havia cortes e no seu peito também, não sou policial muito menos detetive mas parece que ouve uma "luta" ao menos, um tipo de luta, e pelo visto ele não se vencia fácil, por isso tiveram que pressionar sua cabeça contra a água. Que tipo se pessoa faria essa crueldade com um garoto de 15 anos?

-Sinto muito Mabel... mas não olhe para ele.

Pensei em ligar para o xerife Blubs e o delegado Durland, mas acho que eles continuavam uns palermas então procurei nos meus contatos e encontrei o agente Powers.

Quando ele chegou e anunciou um assassinato ao xerife todos ficaram sabendo, Toby fez reportagens e competiu com Shandra Jimenez pelo melhor título. Muitos ficaram mal pelo fato dele ser o queridinho da cidade, Mabel decidiu ficar uns dias na casa das amigas dela para tentar esquecer a cena que viu e os pais de Gideão não foram encontrados, nem se quer sabem se eles estão vivos.

-Garoto, precisamos conversar-Disse o agente Powers.

eu estava sentado no chão aguardando a resposta dele. Já sabia que ele iria brigar comigo por chamar a polícia espacial para resolver um caso de assassinato em Gravity falls.

-Já sei já sei, me desculpem-Respondi.

-Escuta garoto, os xerifes procuraram digitais do criminoso nele e não encontraram nenhuma, ou ele se suicidou ou algo não humano matou ele.

Eu ouvi aquilo e fui para casa, eu sei que ele não se matou, alguém, ou melhor, "algo" matou ele. Ao voltar para casa todos já sabiam o que aconteceu e o Stan já não estava tão mal, ele levantou foi até a geladeira e bebeu um pouco da caixa de leite.

-Dipper, eu não gostava do Gideão mas ele não merecia uma morte como aquela e não sabemos pelo que ele passou a ponto de querer se ma...

-NÃO! Tivô ele não se matou!- Acabei gritando sem querer.

-Calma garoto- Falou o Ford sentado na poltrona enquanto ouvia minha conversa com o Stan.

-Vou sair para dar uma volta. - Falei cansado.

Talvez eu realmente estivesse pirando, eu nunca gostei daquele garoto mas ver alguém morrer assim era pesado, ele pode ter se matado mesmo, não havia algo com tanto poder a ponto de não deixar um rastro sequer, ainda mais do jeito que ele se foi.

-Dipper!-Ouvi a voz da Wendy.

-Oi?-Falei

-Vamos sair?-Ela perguntou.

Estava tarde já, nem sei o que ela estava fazendo na rua porém ela me disse que ficou sabendo também e precisava esfriar a cabeça.

-Quem a gente menos espera faz algo desse tipo-Ela falou com a voz baixa.

Contudo Wendy me chamou para ir no telhado da cabana para ficarmos sentados tomando algo enquanto tentávamos falar sobre coisas um pouco mais felizes. Aceitei e fui, afinal era a Wendy né, ela sempre foi muito divertida.

Gravity Falls- A volta de um mistérioWhere stories live. Discover now