treze

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   Enquanto eu terminava de tomar o segundo banho gelado da noite, só conseguia repassar o que eu tinha feito em minha mente diversas vezes: beijado Marjorie

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   Enquanto eu terminava de tomar o segundo banho gelado da noite, só conseguia repassar o que eu tinha feito em minha mente diversas vezes: beijado Marjorie. Meu coração batia de forma frenética assim como o dela, enquanto meus lábios se moviam sobre os seus. Uma eletricidade estranha pareceu percorrer meu corpo por inteiro e eu me sentia quase em êxtase. Foi difícil me conter quando eu queria muito mais daquilo e outras coisas além daquilo.

Quase não consegui beijá-la sem pressa, sem que não fizesse parecer que eu precisava sentir seu gosto tanto quanto o ar que entrava em meus pulmões. Esse desejo que eu nutria por ela era devastador e me deixava patético. Meus lábios queimavam até agora, como se ela tivesse gravado as marcas de sua boca em mim. Depois que fechei o chuveiro e coloquei roupas secas, desci as escadas.

Marjorie estava encostada contra uma das paredes, com aquela amiga loira dela que eu não sabia o nome. Foi inevitável não deixar com que meus olhos passeassem por seu corpo inteiro. A roupa que ela estava usando naquela noite era o suficiente para fazer esquecer-me de meu próprio nome. O cropped vermelho, o short jeans e as botas. Era uma combinação perigosa.

Suas íris desviaram para mim e eu acenei com a cabeça em direção a porta. Atravessando pelas pessoas aglomeradas em minha sala, ignorando as batidas estrondosas da música, fiquei esperando do lado de fora, as mãos enfiadas nos bolsos. Marjorie levou alguns momentos para sair.

Ela andou até mim, parando em minha frente e parecendo ficar sem jeito. Ela balançou para frente e para trás sobre os calcanhares, as mãos cruzadas atrás das costas. Depois, ela tombou a cabeça levemente para o lado, a faixa no cabelo a acompanhando no movimento e testou dar um sorrisinho para mim.

— Achei que você quisesse me mostrar algo — ela disse, voltando a se endireitar.

— Quero te mostrar algo — respondi calmamente, analisando seu rosto de maneira lenta.

— O que foi? — Marjorie questionou ao notar minha análise demorada.

— Nada. Só estava admirando a sua beleza. — Dei de ombros.

Ela mordeu os lábios, tentando conter um sorriso.

— Se você quer que eu não goste de você, não pode continuar dizendo coisas do tipo.

— E nem beijá-la? — indaguei, meus olhos caindo para sua boca fantástica.

— Principalmente isso.

— Então não sei se quero que você não goste de mim.

Ficamos em silêncio por alguns momentos, apenas nos entreolhando enquanto a brisa gélida da noite dançava entre nossos corpos, como se estivesse me puxando em sua direção. Eu apontei sobre o ombro para a minha picape, estacionada no meio do quintal.

— Vamos.

Ela não hesitou antes de começar a caminhar ao meu lado até o carro. Destravei as portas com a chave que tinha pego e entrei no lado do motorista. Marjorie afivelou o cinto de segurança e eu comecei a dirigir até o lugar que eu gostaria que ela conhecesse. O rádio estava ligado em uma das poucas estações que pegavam em Gracefall, num volume baixo. Não demorou mais que dez minutos para que finalmente estivéssemos no destino.

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