Twentieth ✓

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Noah não sabia o que fazer, os lábios de Josh ainda estavam pressionados contra os seus e ele até mesmo os moveu minimamente. Deixou os seus imóveis e não se afastou, não queria o deixar irritado.

O alfa pareceu finalmente perceber sua falta de reação, o deixando ir. Deu um passo para trás, os olhos arregalados e os ombros encolhidos.

Sabia o quão íntimo aquele tipo de contato era, mas não sabia porque Josh queria tê-lo consigo.

— Desculpe, eu não queria te assustar - Josh levantou as mãos, ficando nervoso também e com as bochechas levemente coradas por conta de sua pele clara.

Já Noah tinha até as orelhas vermelhas.

— Não ia te machucar nem te forçar a nada, porra, você sabe que eu não queria abusar de você nem... - A onda de culpa foi interrompida quando o ômega se aproximou novamente, beijando Josh.

A parte dele que tinha gostado daquele beijo queria mais, e não podia deixar Josh se culpar.

Foi só um selinho, porque não sabia como fazer melhor, mas pelo menos fez o alfa sorrir quando se afastou de novo.

Mordeu o lábio, constrangido pela própria ação.

— Sweet... - A voz de Josh saiu num tom que mandou arrepios por seu corpo, uma mão acariciou seu braço antes de segurá-lo e a outra segurou seu queixo, soltando seu lábio inferior de seus dentes. - Eu posso?

Noah fez o máximo para continuar o olhando nos olhos e assentiu devagar.

Dessa vez tentou mover os lábios assim como Josh fazia e torceu para que fosse bom o suficiente, agarrando a camiseta do alfa sobre a região da barriga dele.

Sentiu ele por a mão que estava em seu queixo em suas costas, os deixando mais perto e suspirou abrindo os olhos. Decidiu que era estranho fazer aquilo de olhos abertos, por isso os fechou novamente.

Foi ainda mais estranho quando sentiu a língua alheia adentrar sua boca e tocar a sua, se afastou sentindo um aperto inconsciente do outro em seu braço e cintura.

— Por que colocou sua língua na minha boca?

— É o que pessoas fazem durante beijos, Noah, me deixe te mostrar - Disse com um sorriso, achando adorável as sobrancelhas franzidas e bochechas coradas.

Retomou o beijo, tentando guiar o ômega a fazer o mesmo e ele parecia entender cada vez mais. Sentiu que ele queria avançar, e deve ter ficado na ponta dos pés quando seus dentes se chocaram, o alfa grunhiu se afastando.

O gosto do sangue incomodou seu paladar, mas ficou um pouco aliviado por ser seu e não de Noah.

— Josh! - Ele exclamou assustado - Me desculpe, eu não queria te machucar!

— Tudo bem, foi um acidente - Andou pelo apartamento, entrando no corredor e achando o banheiro.

Lavou a boca até não sentir mais o gosto do sangue, levantando o lábio superior levemente com os dedos na frente do espelho para ver um pequeno corte.

Noah estava parado na porta, o rosto expressando a culpa que sentia.

— Eu não sirvo nem mesmo para isso, estraguei tudo de novo - A frase sussurrada foi dolorida para Josh ouvir.

— Isso não é verdade, estava indo bem e foi sem querer. Além do mais é só um corte de nada, amanhã mesmo já estarei curado - Garantiu, fazendo carinho no rosto cabisbaixo.

— Por que você sempre age como se o que eu sinto tivesse alguma importância?

A pergunta feita pela voz embargada fez Josh se sentir no mínimo ofendido.

— Porque eu me importo, você já devia saber disso.

Lágrimas encheram os olhos verdes.

— Nem mesmo meus pais se importaram, por que você o faria?

— Noah, você é especial para mim - Disse segurando o rosto dele com ambas as mãos - Eu acabei de ter os melhores minutos da minha vida com você, e é exatamente você que os tornou tão incríveis!

— Você está mentindo...

— Não estou, eu nunca menti para você e nem pretendo - Disse tentando passar o máximo de firmeza possível - Eu nunca me senti assim perto de nenhum outro ômega, eu preciso ter certeza de que você está bem a todo minuto e quando está incomodado ou longe me incomoda também!

— Você é bonito, rico, inteligente e gentil, pode ter ômegas muito melhores do que eu e isso não é difícil.

— Mas é você de quem eu gosto! -Segurou o moreno com cuidado o colocando contra a parede do corredor, finalmente conseguindo parar o absurdo que saía da boca dele - É você quem eu quis e escolhi, foi atrás de você que fui até aquela casa de leilões e de nenhum ômega além. Noah, por favor entenda, em tão pouco tempo você alcançou um nível de importância que ninguém nunca conseguiu, e eu nunca vou precisar de mais alguém desde que você esteja comigo.

Viu as lágrimas começarem a cair mesmo que ele tentasse conter, por isso se aproximou o abraçando com todo o sentimento que nutria. Ainda não sabia nomear esse sentimento, mas ele era grande e não parava de crescer.

— Não diga mais que não é suficiente e que não merece as coisas que digo e faço por você, todos aqueles que não souberam apreciar o ômega maravilhoso que você é, são quem não merecem você - Disse mais baixo, rente ao ouvido de Noah - Não quero te ver triste, Sweet.

— V-você é o primeiro a me dizer coisas assim...

— Então vou continuar repetindo, até que você acredite.

∆∆

— E que tal esse? - O alfa perguntou virando a página da revista.

Estavam sentados no sofá, a cabeça do ômega apoiada no ombro do alfa enquanto folheavam uma revista de imóveis que tinham achado.

— Tão bonito quanto os outros, e caro também - Disse e o alfa riu passando o braço por seus ombros.

Não tinha muito noção de dinheiro, mas sabia que aquele tanto de zeros significava muito.

— E se a gente não prestar atenção nisso, esqueça o valor, qual dos apartamentos escolheria?

Noah acho difícil ignorar aquilo, mas seguiu a orientação dele, voltando as páginas até o apartamento que tinha achado bonito.

Os desenhos que Josh chamava de planta eram meio estranhos, mas conseguia entender o que era o que pelo menos.

— Esse - Apontou.

— Uma boa escolha, é perto da empresa. Tem um quarto com banheiro e dois sem, sala, cozinha, sala de jantar, mais um banheiro, lavanderia e uma varanda.

— É grande.

— Um bom jeito de resumir - Riu - Poderíamos ficar com esse.

O ômega olhou o rosto de Josh enquanto ele pegava o celular e tirava uma foto da revista, do jeito que já tinha visto sua mãe fazer.

O alfa notou a atenção que o outro estava dando aos seus movimentos e sem avisar abriu a câmera frontal do celular, levantando o braço o suficiente para enquadrar os dois rostos e batendo uma foto.

Foi adorável como Noah arfou surpreso, se sentando corretamente no sofá.

— Josh!

— O que foi? Assim eu posso matar as saudades quando estiver trabalhando - Disse e o menor corou.

Josh sentiu a paz que procurou por toda a sua vida emanar de Noah, que logo voltou a se esconder contra seu peito.

Aquele ômega era tudo o que precisava.

𝐏𝐨𝐨𝐫 𝐎𝐦𝐞𝐠𝐚 •𝐍𝐨𝐬𝐡 ✓Onde histórias criam vida. Descubra agora