Ação e Reação - Mario,Geovane,Enzo e Fernando! (23)

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Ação e Reação – Mario,Geovane,Enzo e Fernando!

Foi um choque saber dos dois, mas não pelos motivos errados, não iria julgá – los meu pai e Mario realmente tinham algo a mais do que amizade, eles se amavam, era isso que me vinha a cabeça enquanto andava de um lado pra outro, eu tentava mentalmente imaginar os dois juntos, aliado a isso um misto de sentimentos brigavam dentro de mim, eu estava em guerra comigo mesmo, raiva era o que eu deveria ter, devia... mas não consegui, não tinha esse direito, eu senti pena do Mario em perder um amor, acho que o episódio que vivi de tarde com Luiz me afetou, pra tudo tem solução e conversa, meu tio teria que me explicar isso melhor, olhei pra ele e foi inevitável não sentir pena dele também, ele estava estático, seu olhar vago, seu pensamento longe, algumas lágrimas escorriam do seu rosto barbudo.Estava totalmente o inverso de minutos atrás quando ele nos olhava e sorria.O ambiente ficou pesado pra nós dois e percebi que algumas pessoas nos observavam curiosas, estávamos nos expondo.

- Tio você está bem? – perguntei preocupado, tirei ele dos seus pensamentos.

- Estou! – exclamou ele tentando voltar ao normal.

Seus olhos estavam vermelhos, o que eu iria ouvir provavelmente era algo muito doloroso pro meu tio.Sentei do seu lado e fitei ele que não me encarava de vergonha.

- O senhor tem mais pra me contar não é tio? – perguntei, ele balançou a cabeça positivamente, estava tenso, meu tio tremia e passava as mãos em seus cabelos, eu sabia que ele estava tomando coragem pra me contar.

Mario nos observava de longe, pelo rosto choroso do meu tio e meu olhar curioso entendeu que algo grave estava acontecendo. Mas ao notar meu tio fazendo sinal afirmando com a cabeça ele entendeu do que se tratava, Mario rapidamente saiu da água sem me encarar e passou pelo lado inverso para não falar comigo.

Iria falar com ele depois.

- Fernando – disse ele limpando os olhos – eu vou te contar, mas não vai ser aqui – disse ele observando o local – vamos pro meu quarto, lá eu posso ficar a vontade – duas mulheres olhavam discretamente.

Meu tio se levantou e me puxou pela mão fazendo segui-lo, entramos no elevador sem falar nada e subimos seis andares até chegar no quarto 604.Entramos no quarto em silêncio, meu tio foi até a sacada e ficou uns dois minutos olhando o vazio, eu fiquei martelando na cabeça, o que eu ouviria dele poderia mudar tudo pra mim, eu sem perceber que meu tio me fitava voltou se sentou na cama e me fez sinal pra sentar do seu lado eu sentei e após meu tio me encarar ele respirou fundo e baixou a cabeça.

- Quando seus pais morreram naquele acidente aéreo, o Enzo estava indo encontrar Mario pra ficarem juntos, iriam se encontrar depois de mais de 5 anos separados – disse, ele exitou, respirou fundo e baixou novamente a cabeça, estava procurando a melhor maneira de se expressar.

- Está tudo bem tio, pode continuar – olhava ele com ternura. Ele me olhava de forma precavida, estava tentando suportar a emoção – pode desabafar comigo – encorajei.

- Desculpa – disse ele limpando os olhos e fungando o nariz – esse assunto é muito delicado, pra mim não vai ser fácil te contar – ele tentava não me encarar, odiava a sensação de se mostrar vulnerável, já que como ele mesmo dizia era o meu exemplo de força.

- Tio – fiz ele me olhar – eu preciso saber, eu tenho o direito de saber, você não acha que está na hora de dividir esse fardo com alguém, não precisa sofrer sozinho – ele me olhou, apertou minha mão e me deu um abraço de urso, toquei na ferida ele agora chorava mais forte.

- Não foi justo – ele se soltou do abraço e lamentou, havia ressentimento no seu tom de voz senti que suas lágrimas haviam molhado meu ombro – sabe, as vezes me pego pensando nisso, a vida não é justa Fernando, não foi justa com seu pai e Mario, eles estavam tão felizes, eu via isso nos olhos dele, seu pai poderia enfim viver com Mario, poderiam viver tranquilos já que ele tinha enfrentado o seu avô – meu tio em meio as sorria, as lágrimas caiam mas ele sorria, estava longe dali, ao mesmo tempo que queria saber mais eu queria que meu tio não estivesse sofrendo, já que essas lembranças fariam reabrir feridas já cicatrizadas.

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