Ação e Reação - Entre irmãos (36)

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Ação e Reação – Entre irmãos – 2° temporada

- Geovane! Fernando? – Ou era uma brincadeira de muito mal gosto ou meu pai tinha ressuscitado dos mortos, pois, pela aparência de um Geovane mais novo e menos encorpado era ele que estava parado no batente da porta com um sorriso de orelha a orelha esperando nossa reação.

Os minutos se passaram como se fossem horas e ninguém nada falou. Um clima estranho se instalou entre nós, o silêncio era arrepiante e olhar para aqueles dois homens grandes e notar a semelhança deles era mais ainda. Meu tio confuso, estava com lágrimas nos olhos, o suposto irmão estar ali era algo impossível, como se visse um fantasma ficou branco feito papel.

- Enzo... – sussurrou ele.

- Pai...!? – Me escorro em meu tio que está logo atrás de mim, sinto suas mãos me segurarem e ele me olhar com a mesma cara de espanto, surpresa e um certo pânico – é você...? – me calei, eu estava perdendo a noção do ridículo.

Confesso que quando eu era bem mais novo e já ciente do que tinha acontecido aos meus pais, umas duas ou três vezes me peguei imaginando como seria se eles um dia voltassem e batessem na porta aqui de casa, ao atender eles estariam ali com um belo sorriso no rosto dizendo que tudo não passava de um mal-entendido, que eles estavam vivos. Com o tempo percebi que o amor que principalmente meu pai me dava o tio Geovane também me dava, inclusive sendo mais protetor e carinhoso. Acabei esquecendo de tudo isso e conforme fui crescendo se me dissessem que isso realmente iria acontecer um dia provavelmente rolaria no chão de tanto rir, mas o que está acontecendo agora não é nada engraçado, tem um estranho que é a cara do meu pai e o estranho vai ser saber o que esse fantasma que não é tão fantasma quer aqui.

- Enzo! – Meu tio sorriu, mas logo depois ficou com uma expressão dura – não pode ser....você...ele está morto... - meu tio me olhava confuso, como se explicasse mais para ele do que para mim.

- Sou eu mesmo Geovane... – meu tio me soltou e empurrou ele o derrubando no chão, acabei intervindo mesmo abalado para não deixar o meu tio agredir o cara.

- Que brincadeira de mal gosto é essa? – Ele bufava de raiva.

- Para ti... – Fui interrompido por meu tio.

- O ENZO ESTÁ MORTO! – Berrou ele, mas se conteve assim que notou minha cara de assustado, ele sorriu e passou a mão no meu ombro olhando para o cara – você não tem o direito de debochar dos mortos, não tem direito de fazer isso comigo e principalmente com o Fernando, quem é você? – Perguntou irritado com o dedo em riste.

- Geovane... – o estranho se calou assim que meu tio peitou ele.

- Você não é o Enzo! – Exclamou meu tio como se estivesse dando um veredicto.

- NÃO! – Foi a vez do cara gritar, ele estava emocionado e se exaltou também. Por incrível que pareça minha intuição dizia que ele era confiável. - Meu irmão...sou eu! – Tentou em vão o estranho.

- Você não é meu irmão - meu tio estava começando a tremer enquanto o estranho tentava argumentar com ele. Pelo que vi meses antes ele fazer com o Claudio não duvidava nada que se repetiria com o meu suposto pai se ele insistisse em seguir com isso.

- Por favor – Foi minha vez de se intrometer – vamos mante... – meu tio me interrompeu me segurando firme no ombro, chegou a doer, mas relevei.

- Não tem nada de por favor Fernando... – meu tio me olhou com a cara fechada – seu pai morreu há 15 anos naquele maldito acidente aéreo – Meu tio apontou o dedo para mim, coisa que ele nunca fez. Fiquei puto de raiva.

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