Acompanhante De Luxo •Yoongi•

cap 43

Min Yoongi:

Estava na cozinha terminado de lavar a louça que usei para preparar minha comida para me distrair dos meus pensamentos, já que preferi não comemorar com Hyunjin e Maya que estavam bebendo na sala.

Eu consegui o que eu queria? Sim. Mas eu não estou feliz. E eu sei bem o porquê. Talvez eu seja idiota, mas não a esse ponto.

— E aí? Quando sai o casamento? — pergunto com um tom brincalhão para Maya que apareceu na cozinha com um sorriso gigante na cara.

Eu desligo a torneira e pego o pano de prato que estava em meu ombro para enxugar minhas mãos.

— Que casamento, maluco? — faz uma careta enquanto coloca os dois copos que segurava na pia.

— Você lava. — aponto para os copos. — O seu e o de Hyunjin. Eu já saquei tudo. Até assistindo vocês ficam agarradinhos. Dão muito na cara.

— Tanto faz. — da de ombros. — E você é péssimo em adivinhações e muito iludido. Eu e ele somos amigos. Apenas. — apoia o corpo no balcão da cozinha e cruza os braços.

— Sei... — estreito os olhos, o que arranca uma risada da mesma.

— Mas vai... me conta. E a loira? Eu vi que ela demorou um tempão na sua sala e depois saiu com uma cara triste de lá. Vocês brigaram?

Suspiro e fico na mesma posição que ela, só que encostado na pia.

— Digamos que colocamos um ponto final na nossa história... ou uma vírgula. Estou confuso. A Lauren dizia que o amor deixa a gente burro e nos atrapalha. E acho que é a única coisa que ela disse que eu concordo.

— Yoongi, você ama mesmo ela?  Sinceridade, por favor.

— Sim, eu amo. Mas...

— Mas? — questiona com uma sobrancelha arqueada prolongado o som do “ a ”, enquanto, com a destra, faz um sinal para que eu continue.

— Mas eu me sentia mal, me sinto, na verdade, toda vez que eu penso nessa vingança. Porque um dia ela vai descobrir tudo. E o meu castelo de cartas não é, nem tem nada a ver, com dinheiro ou reputação... É ela. A Scarlett. E aquele vagabundo sabe disso. — termino de falar e Maya não diz uma sequer palavra, ela apenas balança a cabeça para cima e para baixo lentamente.

— Acredita que ela disse que ela e aquele idiota do John vão cuidar do meu filho?! — o tom indignado de minha voz é palpável.

— Yoongi... — chama atraindo minha atenção. — Ela quer uma família, quer casar, ser amada. E você sabe que tudo tem suas consequências, sejam elas boas ou ruins. E essa é uma das consequências da sua vingança. — descruza os braços, apoiando-os no balcão.

— O que eu faço?

— Se você a ama, porque a deixou ir? — levanta uma sobrancelha.

— Ela merece o melhor. — após alguns segundos, respondo.

— Você. — fala, me fazendo franzir o cenho confuso. — Você poder ser o melhor para ela. — conclui, me deixando pensativo. — Faça o seguinte: deixe ela anunciar que vocês terminaram e que agora ela está com John. E quando ela for provar o vestido de casamento apareça lá e a questione. Faça o mesmo um pouco antes do casamento acontecer. Questione o que ela realmente quer e o que prefere. E até esses dias chegarem, faça o seu melhor, já que a ama. — então ela sai da cozinha me deixando para trás ainda mais pensativo.

...

A minha estreia como vice-presidente na empresa foi uma surpresa para todos. Chegou até em sair nos jornais.

Fui convidado para fazer ensaios fotográficos para uma grande revista. A pizzaria está indo melhor que nunca. O que me proporcionou abrir uma segunda loja. A qual a inauguração foi um sucesso. E estou, em partes, feliz com tudo isso.

Maya, que agora é oficialmente minha secretária, fez amizade com a secretária de Sérgio. O que é uma boa ponte para saber o que ele planeja. Apesar de eu já estar em cima dele e ele claramente incomodado.

Ele que me aguente.

Os meus – acho que posso dizer – amigos agora estão namorando; ou seja, quando Maya e Hyunjin estão juntos eu sou o próprio candelabro. O que acontece praticamente toda hora.

Inclusive, Hyunjin agora está rico. Recentemente eu o ajudei a escolher uma nova casa.

Scarlett, como previsto, anunciou que não  somos mais um casal. Tudo, ou quase tudo, que vi foram exclamações surpresas das pessoas.

E agora, oficialmente, John e Scarlett estão juntos. Mas tudo continua no sigilo para o público, pelo fato de que podem dizer que ela não sabe o que escolhe. Já que John também era um finalista. E os fãs podem ficar revoltados.

Você pode ver meus olhos girando? Argh!

Após almoçar em um restaurante próximo a empresa junto de Maya, eu estava a caminho da sala de reuniões.

— Boa tarde! Novidades? — falo assim que entro na sala. Logo após, me sento em uma das cadeiras postas ali.

— O que ele tem a ver com esse assunto? — indaga um rapaz que está posto perto de uma lousa e segura uma pasta. Creio que seja o diretor ou editor da revista.

Junto minhas mãos a frente do corpo sobre a superfície da mesa e me pronuncio:

— Creio que tudo deva passar pelas mãos do vice-presidente antes que qualquer decisão seja tomada. Certo, Sr. Carter? — viro a minha cabeça na direção do que foi citado.

— Sim, deve. — demora um tanto a responder, mas assim que o faz, me encara com uma expressão clara de descontentamento. — Ele é o vice-presidente, então deve estar aqui. — responde para o que estava perto da lousa.

Eu pequeno sorriso me escapa pelo desgosto no tom de sua voz quando falou sobre meu cargo.

— Ah, certo. Me desculpe, Sr. Min. Então, continuando...

...

Após um falatório de quase duas horas, chegou o momento em que eu devo analisar tudo.

— Não. — falo após ver a primeira proposta, jogando ela para o lado, a separando das outras. — Também não. — a coloco junto da primeira. — Nem pensar. Que horror! — exclamo com uma expressão incrédula e a jogo para o lado também.

Na verdade, todas estavam incríveis. Mas o meu intuído é destruir essa empresa, deixá-la no chão. Portanto, escolho a mais simples e chacota entre todas as propostas.

— Essa! — ergo a pasta com um sorriso.

— Mas...

— Ela é mais simples, eu sei. — me apresso em falar, antes que ele confronte minha escolha. — Porém também é mais bonita, natural e menos... hm... — tento procurar a palavra certa. — bosta. — concluo sorrindo.

— Esse é o sei argumento? — Sérgio questiona irritado. — Bosta?

— Sim. Mas se for de sua preferência, posso substituir por merda. O que acha?

— Mas que... — bate levemente o punho fechado sobre a mesa e solta um riso incrédulo.

É possível sentir o clima tenso na sala.

— Não se preocupem. — levanto. — É essa ou nada, chefe. — a última palavra saiu dos meus lábios de modo desafiador.

Coloco a pasta com todo o planejamento em sua frente.

— Agora você decide entre o que temos e o que não temos. Com licença. — me viro para sair dali.

Já fora da reunião e próximo a minha própria sala, fecho meus olhos e solto um suspiro cansado.

— O que aconteceu? Porque está tenso? — abro imediatamente meus olhos assim que aquela voz chega aos meus ouvidos.

— Boa tarde, Scarlett. — cumprimento e passo por ela, logo entrando em minha sala.

— Yoongi! — segue atrás de mim.

— Ah, qual é, Scarlett? Veio falar do seu novo namorado? Ou seria noivo? — me jogo em minha cadeira. — Ou o assunto da vez  seria a nova bolsa cara que comprou? — não perco a chance de provocar.

— Eu vim aqui porque eu ainda sou representante da empresa e quero saber o porque de você ter se tornado vice-presidente. — se inclina sobre minha mesa apoiando os braços nela. — Eu quero entender. Porque, nem sequer, estamos juntos.

— Certo. — estalo a língua e junto minhas mãos a frente do corpo me inclinando e encarando seus olhos. — O que nós tivemos, para você, está relacionado ao trabalho. Mas eu não misturei o meu lado pessoal com profissional.

— Foi um contrato. — fala ríspida.

— Ah, sim! — rio desacreditado. — Ótimo. Mas esqueceu de me dar metade do nosso filho. Já que foi a merda de um contrato.

— O Charlie não foi...

— Um contrato? — a corto e questiono com uma sobrancelha erguida. — Eu acho interessante que me deixe trabalhar, Scarlett.

— Você não devia me tratar assim.

— A pessoa que você deve se preocupar com a forma que te trata é o John! E agradeça por eu não explanar aos quatro ventos que vocês estão juntos. Porque, acredite, é o que eu mais quero. — levanto indo até a porta e a abro. — Sai. — falo sem olhá-la.

E sem dizer nada, ela passa rapidamente pela porta.

Assim que a fecho, um suspiro pesado me escapa.