Capitulo Vinte

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🧚‍♀️Atenção!! Contém muuuitas palavras de baixo calão, acho que dei uma exagerada aqui kkkkk🧚‍♀️  
        
                    📰Kashima Hiiragi📰

- Mafuyu não te contou nada?! Arg, que seja! Se ele não conta, eu mesmo conto. Ah, uma coisa importante, onde ele vai dormir hoje? -

Uenoyama arqueou uma sobrancelha, quase como se estivesse confuso sobre algo, e imagino que é com o que está acontecendo ao Mafuyu.

- Na minha, ele irá para lá assim que a aula dele acabar. Por que? -

Eu soltei um suspiro de alívio, mas não foi tão duradouro. Pelo menos essa noite, ele pode dormir em paz... Ou não até por que, eles são namorados, não sei o que eles fariam...

- Que se foda essa merda! Se o Mafuyu não vai falar, eu mesmo falo. -

Disse alto, e sem pensar, puxei o braço do Uenoyama e o arrastei comigo por ai. Fiz um sinal para Shizusumi me seguir junto a ele.

- Eehh... Se está acontecendo alguma coisa, por que você simplesmente não me disse lá naquele lugar? -

Parei de andar e o encarei sério.

- Eu não consigo explicar parado. Anda logo, temos que agir. Te explico tudo no caminho. -

Continuei o arrastando por ai, enquanto contava a história inteira, pelo que eu sei.

- Mafuyu morava com seus pais, como qualquer criança normal de aproximadamente 4 anos. Ele sempre foi meio estranho sabe? Nunca falava ou expressava nada, ficava simplesmente em silêncio observando as outras crianças. Ninguém nunca sabia o motivo por trás da sua quietude, mas mesmo assim... Ninguém nunca nem perguntou, apenas julgavam de longe, se perguntando por que sempre haviam tantas marcas nele. -

Enquanto eu explicava, Uenoyama parecia escutar atentamente, e Shizusumi também, apesar de já saber toda a história.

- Foi então, quando no começo do inverno, uma das crianças tomou coragem para conversar com ele. Essa criança, era Yuuki. Ele se dirigiu até Mafuyu, e decidiu perguntar o motivo de sua quietude, por que ele não se dirigia as outras crianças, e principalmente: O que eram as marcas roxas que apareciam mais fortes a cada dia que se passava. -

Tomei fôlego e continuei sem prestar muita atenção na expressão de Uenoyama... Mas eu nem preciso olhar para saber. Apertei meus punhos, e continuei.

- Acontece, que ele era agredido toda a vez que falava. Aquele fodido do pai dele era um cara alcoólatra, e sempre odiou a voz "feminina" do Mafuyu. E sempre que o mesmo tentava denunciar, era agredido até desmaiar por aquele desgraçado. Quando o pai dele bebida, parecia o próprio inferno na terra para Mafuyu. -

Suspirei fundo, tentando controlar a raiva dentro de mim. Após me acalmar um pouco, continuei.

- Mas apesar de tudo, Yuuki também era uma criança, e não podia fazer nada, além de ser amigo do Mafuyu, e o ajudar quando acontecia. -

Uenoyama colocou uma mão na própria testa, e suspirou fundo de forma pesada, quase parecendo esgotado. Ao levantar a cabeça, seu olhar apenas demonstrava duas coisas: Ódio e frustração.

- E a mãe dele? -

Uenoyama finalmente perguntou, após um belo tempo em silêncio.

- Ninguém sabe. A única coisa que eu sei, é que ela sempre trabalhou muito, ficando até anos fora. -

- Anos? Até que idade Mafuyu sofreu isso!? -

- Quase até os 8. Durante muito tempo, ele ficou calado, sem se permitir expressar qualquer coisa. -

Lágrimas de Inverno(Given)Onde histórias criam vida. Descubra agora