8› Mário & Paulo - 𝑁𝑎𝑡𝑎𝑙

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Pov Mário Ayala

Já faz uma semana desde que eu voltei a frequentar minha escola de infância, claro que não faltei nenhum dia desde que cheguei ao Brasil, mesmo que tenha chegado no fim do ano. No último dia de aula, anunciaram que teria uma confraternização de Natal, com comida e bebidas a vontade, provavelmente seriam sucos ou refrigerantes, mesmo assim eu iria, até porquê valeria ponto na matéria de artes e eu não estou com muito crédito indo só na última semana de aula.

(...)

Me arrumei com uma roupa social, mas não muito, algo mais casual, não sei se é muito certo, mas é tipo isso. Quase toda escola iria, mas não sabia se Paulo iria, já que depois daquele dia ele nunca voltou a escola, provavelmente porquê nada mais valeria nota, mas eu fui obrigado a ir.

- Vamos logo, Mário! Que demora, meu Deus, demora mais que mulher, ninguém merece. - Reclamava Diana, batendo freneticamente na porta do meu quarto, até parecia que estava com pressa pra ver alguém.

- Estou pronto. - Abro a porta com minha irmã me encarando, então reviro os olhos pra ela. - Chega de drama, vamos.

Ando junto com ela até a porta da frente saindo de casa e indo em direção ao nosso carro, entrando no mesmo que estava sendo dirigido, dessa vez, pelo meu pai, com minha madrasta no banco do passageiro. Ambos estavam indo a uma confraternização de natal na empresa deles.

Meu pai ligou o motor do carro e colocou uma música velha qualquer no rádio, indo em direção a nossa escola, nos deixando lá e seguindo seu caminho.
Entrando na escola a festa já parecia deprimente, tocava uma musica pop brasileira antiga, provavelmente colocada pelos professores para "relembrar os velhos tempos" ou qualquer coisa do tipo.

Avistei Jorge e companhia juntos perto da mesa do ponche, quando chego lá eles estavam mexendo no celular tão concentrados que nem perceberam minha presença, exito em me aproxima. Afinal, eles são meus amigos, não é?.

- Ah, oi? - Tentei chamar atenção deles acenando com a mão.

Todos respondem meu chamado e Jorge mantém seu olhar fixado em mim, o que me deixa desconfortável.

- Vou dar uma festa de Natal melhor na minha casa do que essa decaída, quer ir? - Pergunta sugestivo, mas na verdade perecia que ele estava dizendo "É melhor você vir ou vai ficar sem amigos pro resto do ensino médio.", o tom de ameaça na voz me deixa ainda mais desconfortável, mas vai ser legal, acho.

Aceno com a cabeça confirmando que queria ir a essa tal festa. Todos se desencostam da mesa se dirigindo a porta do colégio, Diana que estava ao lado de Marcelina caminha junto a nós até a saída, e todos vamos até a casa do Jorge que ficava a um quarteirão da escola, quero dizer, uma das casas dele. Parando pra pensar eu nunca perguntei quantas casas o riquinho tinha na verdade.

Entramos lá e Jorge já coloca uma playlist gringa pesada, começando pela musica "Wap" da Cardi B, não tinha como a casa parecer mais com um puteiro.

Desvio meu olhar da sala majestosa da casa e percebo que Marcelina e Diana andavam juntas até as escadas, dando risadinhas e minha irmã estava toda vermelha, não entendi o por quê no começo, mas ignorei.

Voltando a atenção a casa em que eu estava agora, avistei muitos copos vermelhos descartáveis e bebidas alcoólicas em cima da mesa de jantar, levantando meu olhar encontro também Jorge fazendo um sinal com a mão para que eu me aproximasse, eu obviamente me aproximei não sou mal educado e a casa é dele, além do mais ele é meu amigo.

- Prove essa bebida. - Me serve um copo com uma bebida que eu nunca havia visto em que o rótulo dizia "beefeater", o líquido era rosa claro e cheiroso, estranhei de começo mas acabei bebendo tudo. - Como leu no rótulo é sabor morango, era sua fruta favorita antes de ir para a Escócia.

- Ainda é. - Falei depois de engasgar um pouco com bebida por ela ser extremamente forte apesar do cheiro doce - Adoro morango, sempre tive curiosidade em provar vodka. - Falei olhando para outra garrafa de vidro na mesa, com um ar sujestivo que Jorge entendeu de cara.

- Então... Beba! - Ele me serve dessa bebida, e em seguida de todas as outras quinze que estavam naquela mesa.

Segundo ele, eu precisava saber o gosto de todas as bebidas, só assim poderia morrer em paz. Minha garganta já está doendo de tanto álcool, parece que eu estou bebendo fogo, mas a sensação é gostosa, como se eu estivesse leve e pudesse sair flutuando até o céu, então lá eu beijaria um anjo.

Ele dizia coisas sem sentido, ou talvez eu que não estivesse entendendo o que ele dizia, mas estava engraçado, quase não estava mais conseguindo segurar o riso, ou o choro, não me decidi ainda, mas só queria que ele calasse a boca.

Paulo...?

Ele estava na minha frente agora, mas para onde o Jorge foi? Olho em volta procurando o dono da casa. Independente disso, não me importava, só conseguia encarar sua boca enquanto falava sem parar e me oferecia mais uma dose de qualquer coisa. Ah, seus lábios, tão salientes me pedindo, implorando, para que eu os beijasse, para que finalmente calasse sua boca com a minha, e foi o que eu fiz.

Pov Paulo Guerra

Li a mensagem da minha irmã dizendo que iria em uma festa do Jorge ao invés de ficar na "Deprimente festa do colégio", foi como descreveu a confraternização de natal em que aparentemente só teriam velhos.

Com a localização que marcelina havia me mandado sigo até a casa de Jorge que não ficava muito longe da minha casa, já pensando em Mário, se ele estaria lá e em como eu estava com saudades do seus olhos, do seu sorriso, do seu corpo, do seu beijo.

Isso é bem gay, chega Paulo.

Chegando na tal casa ja abro a porta e ouço o som ensurdecedor de caixas de som profissionais, tocava a musica "Swim" de algum artista qualquer que desconheço, mas era uma música muito sexual, mas se prestar atenção é muito gostosa para se beijar alguém.

E era o que Mário estava fazendo. Beijando Jorge com toda paixão existente no mundo, e eu pensando que ele poderia gostar de mim. Não conseguia desviar daquela cena, apesar de aquilo me enojar, a visão também me deu uma sensação horrivel de traição, não sei por quê, se eu sabia que não estava namorando nem nada, inclusive não queria que ninguém soubesse sobre nós, mas apesar de tudo não pude evitar que meus olhos se enchessem de lágrimas quentes.

Hahaha....

Comecei a rir irônico e chorar logo depois misturando os dois sons, o que com certeza me deixava com uma cara de otário do caralho. Fazia anos que não chorava desse jeito e ele me fez chorar com uma simples visão, acho que isso foi o que mais doeu, perceber o quanto Mário afeta na minha vida, que assim como pode me deixar eufórico com um olhar, ele consegue me fazer sentir um merda e estragar meu dia em 2 segundos. Viro de costas ouvindo o mesmo me chamar, ignoro e vou embora daquela festa estúpida que eu não deveria nem ter ido, no começo saio andando mas quando ouço os passos de Mário atrás de mim começo a correr, soluçando alto e tentando secar minhas lágrimas pra não levantar suspeitas quando chegar em casa.

****

Pov Autora Gatona

Acabei em momento de tensão, volto só ano que vem, desculpem por acabar aqui, mas deixem nos comentários o que vocês acham que vai acontecer.

Dêem um desconto também, terminei de escrever as 01:15 da manhã, é serio.

Revisado por: JoJo fuyu_ck
Revisado por: giomazzorani giomazzorani
Twitter: @Eutsukii

Mario e Paulo [CONCLUÍDA]Where stories live. Discover now