capítulo 7⭐

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Finn não esperava mesmo dormir muito em sua noite de núpcias. Mas ele não pensou que a passaria no chão. Seu descanso, contudo, foi perturbado por uma razão completamente diferente. O silêncio o incomodava muito.

Tudo o que ele tinha contado para Rachel era verdade. Na infância, ele dormiu em pastos ou estábulos, rodeado pelo gado peludo das Terras Altas ou pelo balido das ovelhas. Desde que ingressou nos Royal Highlanders, Finn se acostumou a dormir em um catre rodeado por seus camaradas soldados.

Para ser sincero, a sensação não foi muito diferente da de dormir entre animais. Havia um certo conforto na sinfonia noturna de coçaduras e roncos grosseiros. E, embora tivesse passado muitas horas no prazer da companhia feminina, ele não estava acostumado a dormir perto de uma mulher. Abraçadinho? Nunca.

A presença de Rach no mesmo ambiente que ele o deixou incomodado de um modo estranho. Ela era misteriosa demais, silenciosa demais, tentadora demais. O aroma adocicado de lavanda o despertava sempre que começava a adormecer.

Assim que a primeira luz da alvorada entrou pela janela, Finn levantou de sua cama improvisada, afivelou o cinto na cintura e saiu do castelo, indo parar ao lado do lago, onde observou o novo dia se elevar sobre a superfície azul e espantar a neblina.

- Então, capitão. Como está se sentindo nesta bela manhã?

Finn deu as costas para o lago.

- O quê?

Marcos e Sam estavam atrás dele, observando-o com um grau de interesse incomum.

Marcos apoiou o antebraço no ombro de Sam.

- O que você acha, amigo?

Sam inclinou a cabeça.

- Eu ainda não sei. Acho que é um sim.

Sam riu.

- Eu acho que não.

Finn franziu o cenho.

- De que diabos vocês estão falando?

Sam estalou a língua.

- Irritado. Esse não é um bom sinal.

- Mas ele não parece ter descansado muito - marcos respondeu. - Esse seria um ponto a meu favor.

finn parou de tentar entender os dois. Ele não estava com paciência para o humor dos dois naquela manhã.

- Já que vocês estão acordados, nós podemos começar a trabalhar - finn disse.

Depois do café da manhã, eles todos saíram a cavalo para explorar o vale. Não muito longe do lago, eles encontraram os restos de um curral em ruínas. Tempo, clima ou batalhas tinham derrubado aquelas paredes há décadas. Não adiantava querer reconstruir a estrutura, mas as pedras soltas poderiam ser usadas na construção de casas.

Ele pôs a mão em uma parte da parede que lhe chegava à cintura e no mesmo instante uma pedra se soltou. Ela caiu sobre seu pé, esmagando o dedão. Finn a empurrou de lado e soltou um palavrão.

Ele se virou a tempo de ver Sam estendendo a palma da mão na direção de Marcos.

- Aceito meu pagamento agora.

A contragosto, marcos tirou uma moeda de sua bolsa e a colocou na palma do outro.

Finn estava farto daquela conversa misteriosa.

- Expliquem-se.

- Só estou recebendo uma aposta que fiz com o Marcos - Sam disse.

- Que tipo de aposta? - ele quis saber.

Make you mine - FinchelWhere stories live. Discover now