capítulo 6⭐

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Vou lhe dar meia hora para se preparar.

Meia hora? Rach tentou não entrar em pânico. O que era meia hora para se tornar uma esposa?

Uma piscada, no máximo. Trinta minutos não eram nem de perto tempo bastante para ela se aprontar.

Trinta anos talvez não fossem suficientes para ela se sentir preparada. Tudo aquilo era coisa demais para Rach absorver.

Ela estava casada, prestes a perder a virgindade. E, o pior de tudo, ela estava se sentindo estupidamente atraída pelo marido. Naquele exato momento, seu coração latejava com uma dor delicada e doce. Que absurdo. Pelo amor de Deus, ela só o conhecia a menos de um dia, e ele foi terrível a maior parte do tempo. O cérebro dela discutia sem parar com o coração tolo e sentimental.

Ele a chantageou para que casasse com ele. E então ele me beijou perto do lago. A atitude dele com você é repugnante. Mas a lealdade dele para com os soldados é admirável. Ele ameaçou carregá-la como um saco de aveia. Mas na verdade me pegou no colo como sua noiva. Rachel, você é impossível.

- Não tenho como negar isso - ela murmurou depois de suspirar.

Rach decidiu não chamar a criada para ajudá-la a se preparar. Enquanto tirava a faixa xadrez e o vestido, ela se lembrou de que o Capitão não era o herói com quem passou a adolescência sonhando. Quando ele voltasse para aquele quarto dentro de - ela verificou o relógio - dezenove minutos, não seria com a intenção de continuar o romance; ele voltaria para completar uma transação. Mas, mas, mas...

Um relâmpago reluziu lá fora. Ela interrompeu o movimento de desenrolar as meias, inundada de repente pela lembrança. O braço dele, abraçando-a com firmeza enquanto o trovão ribombava. Ele estava lindo sob a luz das velas. Para não mencionar a emoção que ela sentiu quando ele a carregou escada acima. Ela estava tão encrencada.

Enquanto passava uma escova pelo cabelo solto, ela sentiu arrepios de expectativa percorrerem seu corpo. Essas sensações brincavam de um pega-pega travesso, correndo de uma parte secreta de seu corpo para outra. A pele dela estava quente e formigante. Ansiosa. Pronta.

Ela fechou os olhos e inspirou fundo, devagar. Ela não deveria estar ansiosa para fazer aquilo, nem imaginando que aquele encontro possuía um significado diferente da realidade. Esse tipo de tolice só poderia acabar fazendo com que ela se magoasse. Amor é só uma mentira que contamos para nós mesmos. E Rachel tinha muita prática em mentir.

Ela deu outra olhada para o relógio. Faltavam oito minutos. Quando recolocou a escova de cabelo na penteadeira, Rachel viu o broche em formato de coração que Finn lhe deu no fim da cerimônia. Qual era o nome que Sam tinha lhe dito? Luckenbooth.

Ela o pegou para examinar de perto. O desenho era simples, humilde, até. O formato de um coração trabalhado em ouro com algumas lascas de pedras semipreciosas - verdes e azuis - inseridas no alto.

Rach virou o broche na mão para examinar o fecho. Ao fazê-lo, as pontas de seus dedos sentiram uma parte áspera no objeto que, de resto, era liso. Interessante. Estava gravado. Ela se aproximou da vela e examinou com atenção aquelas marcas minúsculas que pareciam formar um par de iniciais.

"F.H."

Finn Hudson, claro. Céus, ele tinha vindo preparado. Finn pareceu ter pensado em tudo. Então ela forçou a vista para identificar as segundas iniciais, esperando encontrar um "R.B", de Rachel berry.

Contudo, não havia um "R.B" ali. Havia, na verdade, outro par de letras.

- "C.P" - ela leu em voz alta.

Inacreditável! Parecia que o Capitão "Amor é só uma mentira que contamos para nós mesmos"era mentiroso, também. Ele devia ter alguma história antiga de amor. Uma que, obviamente, não tinha acabado bem, levando-se em conta que ele deu para Rach o broche que tinha comprado para sua antiga amada. Patife.

Make you mine - FinchelWhere stories live. Discover now