Capítulo 19

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      Duas coisas importantes aconteceram na semana, após a visita a Hogsmeade. Em primeiro lugar, Gina, Luna, Pansy e Neville colocaram Harry contra a parede para lhes contar sobre "Cadmus". Gina nem sequer precisou questionar Harry, para perceber que ele e Cadmus eram companheiros e, quando o garoto perguntara como ela podia ter tanta certeza, a ruiva simplesmente dissera:

- Vocês disfarçaram muito mal aqueles olhares melosos, não precisava ser um gênio para perceber o laço de companheiros ali.

- Nós não trocamos olhares melosos! – o garoto ficara indignado.

- Não? – Pansy refutara sarcasticamente. – E como você chama ficar olhando para outra pessoa como se ela fosse a coisa mais maravilhosa do mundo?

- Eu não... – ele ficara profundamente corado.

- Não se preocupe, Harry! Ele olha para você da mesma forma! – Luna tentara fazê-lo se sentir melhor.

       E, bem, a partir disso não tinha muito como negar alguma coisa. Seus amigos eram muito mais perceptivos do que Harry imaginara e o conheciam bem demais para acreditar nas mentiras que ele tentava contar, mesmo que Draco, Hermione e Ron tentassem ajudá-lo. É claro que o fato de Harry ter ficado vermelho como um tomate e mal ter conseguido terminar suas frases de maneira coerente pode ter ajudado na detecção de mentiras. Era de se imaginar como ele fora capaz de esconder por tanto tempo suas visitas à Mansão Sonserina.

      O importante é que depois de um tempo, ele simplesmente desistiu e decidiu contar a verdade aos outros. O lado bom era que os quatro já tinham ficado totalmente encantados com Tom, durante a conversa no Três Vassouras, então, Pansy e Luna aceitaram toda a história contada por Harry, de maneira muito tranquila, apesar de terem ficado horrorizadas das com a verdade sobre Dumbledore. Já Gina e Neville foram um caso um tanto diferente, uma vez que ambos tinham históricos péssimos com Tom e os Comensais da Morte. Harry explicara à Gina que o garoto no diário, que a possuíra em seu primeiro ano, não era o mesmo homem com quem ela havia conversado no Três Vassouras. Aquele era apenas um pedaço da alma de Tom embebida por uma magia negra fortíssima.

      Já Neville nunca seria capaz de se aliar aos Comensais da Morte, por causa de Bellatrix Lestrange, que havia torturado seus pais até que eles enlouquecessem. No entanto, ele jamais voltaria a apoiar Dumbledore, depois de todas as mentiras e todas as coisas terríveis que ele fizera a Harry e, por isso, ele prometera guardar o segredo do amigo, mesmo que preferisse permanecer neutro em qualquer situação de combate direto. No fim das contas, todos eles ficaram absolutamente enjoados com as atitudes do diretor e tinham prometido que não contariam nada a ninguém sobre o relacionamento de Harry com o Lorde das Trevas. Afinal de contas, eles dois estavam conectados por um dos laços mais sagrados do Mundo Bruxo, e nenhum bruxo em sã consciência, que entendesse a importância de um companheiro na vida do outro, tentaria separar Tom e Harry.

       A outra coisa importante que havia acontecido naquela semana: Tom se recusara veementemente a contar qual era o tal presente de Natal que ele daria a Harry e porquê ele precisaria de uma reunião com Comensais da Morte para resolver isso. Tudo bem, talvez isso não fosse tão importante assim, mas Harry estava ficando louco de curiosidade, e o Lorde não lhe dava nenhuma informação relevante, mesmo que o garoto tivesse implorado a ele. Por isso, com a ajuda de Pansy e Gina – ter contado a verdade a elas estava se provando uma escolha muito inteligente -, Harry tinha bolado um plano para tentar fazer Tom falar.

       Essa era a razão pela qual ele estava tão animado, quando entrou na Mansão Sonserina, naquele dia. Se ele conseguisse manter a cabeça no lugar, o plano tinha grandes chances de funcionar, e ele podia sentir que conseguiria o que queria. Dessa vez, Tom o esperava sentado na sala, ao invés de no escritório, o que era uma raridade. Harry andou até o mais velho, sem dizer nada, e colocou suas pernas uma de cada lado das de Tom, sentando-se no colo do mais velho. Então ele o beijou. Não era um beijo calmo, e sim, um profundo e quente, no qual o garoto se esforçava para colocar todo seu desejo pelo de olhos vermelhos. Tom foi pego de surpresa, mas logo correspondeu ao beijo com fervor.

My Precious Mate - TomarryOpowieści tętniące życiem. Odkryj je teraz