Onze

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Um enorme zumbido fazia seus ouvidos doerem, seu braço queimava loucamente enquanto seu corpo era balançado com força. Ouvia algo bem no fundo, conhecia aquela voz, mas sua cabeça explodia em dor não deixando seus olhos abrirem.

— Sakura! — Ouviu gritar. — Mas que porra!

Então seu corpo foi jogado para o lado e finalmente seus olhos abriram, o carro batia e rodava enquanto seus corpos balançavam descoordenados ali dentro. Não deu tempo para que soltasse o cinto que segurava seu corpo no banco do carona, o seu desespero não deixou com que terminasse de recobrar a consciência.
Muita água entrava dentro do carro e Shikamaru gritava tentado abrir a sua janela que aos poucos mostrava o nível de água subindo.

Sakura apenas via tudo em câmera lenta e com um estrondo seu vidro quebrou com força espalhando os fragmentos de vidro sobre seu rosto.
Desnorteada foi puxada para fora do cinto enquanto a água tomava o carro com rapidez, mas seu corpo foi puxado para baixo com força fazendo com que soltasse as mãos fortes de Shikamaru.
A água tampou seus ouvidos enquanto ouvia ele gritar seu nome desesperadamente, a água abafou o som e embaçou seus olhos.  A medida que descia sentia a água em volta de seu corpo cada vez mais fria, e o escruto tomar conta de todos os lados do seu corpo.

Estava completamente perdida e seu pé que era puxado se soltou com um baque surdo, provavelmente havia chegado ao fundo e parecia que sua cabeça explodiria. Seu corpo ficou estagnado e o frio daquele lugar embalou seu corpo, sabia que se  soltasse o ar que estava segurando morreria rápido.
Podia ver que estava longe demais da superfície e seu corpo dava os primeiros sinais de que precisava de ar. Aos poucos foi soltando e sentindo a pressão da água zumbir em seus ouvidos, seus pulmões esvaziavam fácil e com a escuridão que havia ali embaixo fechou os olhos.

A primeira convulsão havia chegado e seu peito ardeu em busca de ar enquanto apenas água tomava o espaço. Segunda convulsão e seu corpo bateu como se seu coração tivesse tomado conta de seu corpo. Mais uma e ficou tudo escuro.
Seu corpo não respondia e seus pulmões ardiam, a leveza que a puxava para a superfície tirou a pressão que tampava seus ouvidos.

O ar vejo como uma lufada e seus pulmões pareciam que iria explodir, deitada de lado o seu corpo expulsava a água.

— Mas que porra! Sakura, você consegue respirar?

Sakura tossia forte enquanto seu corpo reclamava por falta de ar, a dor em seu peito era enorme e tudo o que conseguia ver era uma grande ponte em cima de um lago, com o corrimão quebrado e marcas de queda no lado.
Shikamaru estava molhado e tossia forte, mas não estava tão pior que Sakura, tentava respirar fundo e nada deixava seus pulmões encherem de ar.

Outra onda de tosse fez o restante da água sair de seus pulmões e a queimação piorou em seu corpo, Shikamaru se aproximou de seu corpo e a segurou firme ajudando a se inclinar para deixar o restante da água sair.

— Se acalme. — Dizia tossindo. — Agora teremos um tempo, tente respirar devagar.

Com um pouco mais de espaço em seus pulmões, Sakura respirava um pouco melhor. — O que aconteceu? — perguntou rouca.

— Seguram nosso carro e nos fecharam na ponte. — Disse tirando algumas mechas molhadas de seu cabelo rosado do rosto. — Mas joguei o carro pela ponte e consegui nos tirar de lá.

— Por que ele acha que estou com os documentos? — Isso não saia de sua cabeça.

— Do que está falando?

Sakura tossiu forte outra vez e o restante de água pulou para fora de seu corpo, com dor o olhou seria. — Ele disse que me cortaria toda até encontrar os documentos até achar o pendrive.

Shikamaru passou as mãos sobre o rosto com força. — Mas que porra, Minato!

Estava escuro ainda e não havia sinais de que o sol nasceria, sentados e molhados perto da grama alta na beira do lago ficou observando Shikamaru deitar segurando a própria cabeça estava perdida enquanto ele resmungava algo sozinho olhando para o escuro do céu.

— Pode me explicar o que está acontecendo? — Sakura estava molhada, completamente fatiada e cansada, tudo o que não precisava agora era falta de informações.

Ele respirou fundo e apoiou a cabeça em cima das mãos. — Parece que seu chefe conseguiu de alguma forma plantar o pendrive que esconde todas as informações sobre Garra no seu corpo. — Ele respirou fundo. — Não sente nada estranho ou de algum dia esquisito?

Sakura já não tinha mais cabeça para pensar, seu estômago embrulhou e soltou mais uma grande quantidade de água. — Meu chefe é um grande filho de uma pu..

— Olha a porra da boca, Sakura.

Irritada olhou em sua direção no piro breu. — Foda-se, me sinto uma louca abduzida pelo meu próprio chefe. Aquele desgraçado... — Disse alto. — Se não estiver morto, eu mesma vou matá-lo!

Shikamaru bufou, — Não conseguiu nem se safar de uma faca, não seja ridícula.

Ela o fuzilou com o olhar, precisava apenas de um bom treinamento e conseguiria se resolver sozinha. Faria ele ensinar qualquer coisa que soubesse nem que fosse na marra, mas não naquela hora não estava em condições de exigir qualquer coisa que fosse. Precisava de um médico quer-lhe desse uma boa dose de morfina e grandes pontos no braço.

— Vamos, deve ter uma cabana aqui por perto. — Disse se levantando.

Naquela altura do campeonato já não se importava mais se dormiria no mato ou dentro de um tronco de arvore, apenas se levantou e o seguiu mata a dentro.
Talvez ali tivesse um pouco de paz, ao menos até que os encontrassem novamente e fizesse virar uma grande peneira, talvez devesse por essa forma de morrer em sua lista de "possíveis mortes por arma de fogo".

Sakura queria apenas deitar sua cabeça em um monte de folhas secas e dormir como um grande urso, estava completamente cansada e precisava apenas de um lugar que pudesse deitar.
Por sorte ou azar, ele encontrou uma cabana, e o medo de Sakura encontrar coisas que não deveria ali dentro crescia desesperadamente.
Shikamaru entrou primeiro e escondida esperou que saísse e lhe dissesse para entrar, com acesso livre entrou sem ligar para qualquer coisa que não fosse seu sono.

Deitou em um dos espaços que ele havia liberado e não se importou em lhe dar boa noite.
O cansaço havia ganhado.

Na Sua Mira - ShikaSakuOnde histórias criam vida. Descubra agora