Mestre - Drarry

Aturável

Harry On

"Me chame de mestre, Potter"

Aquela frase ecoava centenas de vezes em meus pensamentos, me impedindo de esquecê-la sequer por um segundo

Estava almoçando no refeitório com Hermione enquanto vagava pelas minhas lembranças e me perguntava se algum dia poderia repetí-las com o loiro... Bom, acho que estou pedindo demais

Meu pescoço estava dolorido, assim como o resto do meu corpo. Quando levantei hoje pela manhã as marcas estavam roxas, e eu precisei vestir um cachecol em pleno verão para escondê-las

–Filho da puta –Resmunguei ao sentir uma dor horrível no pescoço quando abaixei a cabeça para pegar meu celular do bolso

–O que você disse, Harry? –Hermione não pareceu ter escutado

–Ah, não foi nada –Acabei voltando a comer sem mais palavras –Era algo bobo

–Desculpe não estar atenta –Sua mão alisou meu braço –As provas estão chegando e não consigo pensar em outra coisa

–Março ainda nem terminou, Hermione –Revirei os olhos

Era final de março, enquanto as provas, final de abril. Ainda faltava quase um mês para encerrar o bimestre, mas a ômega já estava arrancando os cabelos e correndo contra o tempo para pôr a matéria em dia. Ao meu ver, aquilo era um exagero

–Nunca é cedo demais para começar a se preparar para as provas, Harry –Ela imitou meu revirar de olhos –Você também deveria experimentar estudar direito... Suas últimas notas não foram algo para se orgulhar

–Vou pensar nisso –Apenas virei a cabeça para o lado. Decidido a encerrar aquela conversa. E acabei sentindo uma leve pontada no pescoço, onde eu sabia ter ganhado uma bela marca na forma dos dentes de um certo loiro

Ele havia me mordido com toda a força, e céus... Doía muito

As coisas começaram a fugir do controle logo após aquela maldita frase

"Me chame de mestre, Potter"

Depois daquilo... Minha mente se tornou apenas um borrão

–Quem diria que aquele desgraçado gostava dessas coisas –Murmurei mexendo na minha comida e acabei deixando uma breve risada escapar. Hermione também não pareceu prestar atenção em meu monólogo

Aquelas mãos... Aqueles dedos apertando o meu pescoço, aquelas garras afiadas maltratando minha pele e aqueles dentes perfurando meu pescoço com tanto gosto

A sensação de ter aquelas enormes mãos apertando minha garganta e tirando lentamente todo o ar dos meus pulmões ainda estava bem viva em meus pensamentos

Eu revivia aquilo centenas de vezes, temendo que em algum momento pudesse me esquecer... E eu nunca me perdoaria por isso

Como eu podia me concentrar na merda das provas que só chegariam em um mês, como minha amiga havia sugerido, se nem tirar aquele loiro da cabeça eu conseguia?

Eu tentei ignorar, eu tentei fingir que estava tudo bem, mas... Merda, eu estava duro de novo

E tudo isso era por causa dele...

Aquele desgraçado me virou do avesso... E eu estava louco para que ele me virasse outra vez

(...)

Flashback On

–Você gozou muito, seu pervertido –A voz do loiro soou em meus ouvidos enquanto ele prendia uma de minhas orelhas entre os dentes

Minhas pernas estavam bambas e eu precisei me segurar no loiro à minha frente para me manter de pé