15 𝚍𝚎 𝙹𝚞𝚕𝚑𝚘

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Thinking you could live without me
Thinking you could live without me
Baby, I'm the one who put you up there
I don't know why (yeah, I don't know why)
Thinking you could live without me


Gowther

Eu apenas observei Ban durante todo esse tempo. Sai cedo da manhã e chegava tarde da noite, com um sorriso bobo no rosto, as vezes todo molhado, e sequer tinha vontade de sair com a gente.

Foi então, que resolvi ficar na sala de estar assistindo série até ele chegar. E quando ele chegou, logo vi que estava se envolvendo com uma mulher. Um colar feminino pendia do seu pescoço, sua camisa de botões estava aberta, e seu cabelo molhado. Os sapatos estavam nas mãos, mas ainda estavam sujos de areia.

-Foi bom ? - perguntei ligando as luzes encostado na parede.

-Que susto ! Seu ordinário - Ban logo abriu um meio sorriso.

-Meliodas não tá, o que significa que você pode contar - digo o encarando frio.

-Tô saindo com a garçonete - ele se joga na poltrona.

-Sabia que tava fazendo merda ! - suspirei pesadamente.

Olhei diretamente para o colar com pingente de rosa em seu pescoço.

-Tira isso, e devolve pra ela. Depois você vai voltar pra casa e se casar logo de uma vez - andei vagarosamente na direção dele porém firme.

-Ah não ! Se eu voltar agora vou ter que casar e assumir a empresa ! - ele faz uma cara de poucos amigos.

-Tô mandando Ban ! - grito e viro as costas para ele seguindo para o lado de fora da casa.

Acho que não confio totalmente no Ban. Tô com medo dele fazer um drama para ela e os dois continuarem juntos.

-Não é o que tá pensando - ele diz depois de me seguir e parar na porta.

-Tu sabe o que eu tô pensando criatura ? - cruzo os braços arqueando as sobrancelhas.

-Tô dizendo que ela não quer nada comigo ! A gente é só amigo cara ! - Faço um sinal com a mão para que ele venha até mim.

Seguimos até as escadas que levam ao jardim e nos sentamos lado a lado no degrau olhando para baixo. Não terminaria a guerra sem antes saber quais motivos a fizeram conversar.

-Ela sabe que você é rico, mas é honrada demais para querer seu dinheiro é isso ? - pergunto suspirando profundamente.

-Pra me querer inteiro ! Mas ... Eu tô gostando dela - ele fez a asneira de falar em voz alta.

-Você é burro ? Sabe qual o próximo passo dela ? Te levar pra cama com toda inocência - fiz aspas no ar - e te dar um filho, ferrar sua vida acabar seu casamento e te sujar na mídia.

-Ela não faria isso ! - Ban grita me fazendo puxar os meus próprios cabelos.

-Você é rico e é famoso ! É como se ela tivesse ganhado na loteria - revirei os olhos por aquilo ser tão óbvio.

-Eu não tenho culpa se você foge da Merlim. Não ferre a minha vida como você ferrou a sua - e com essa deixa ele se levantou e me deixou ali sozinho.

Eu jamais poderia contar pra ele a verdade. Que vivo fugindo dos braços da Merlim porque gosto de um cara incrível. Ele é pobre, tudo bem, eu já havia superado isso. Mas meu moreno era um cara honrado, e sempre nos manteve felizes e em segredo. Até que um dia ele sumiu, evaporou, virou fumaça, sem dar explicações.

Claro que eu fiquei muito frustrado,e acho que ainda não superei ele, mas aí apareceu a Merlim infernizando minha vida. Quando ela vai entender que eu odeio os decotes dela ? E que odeio quando ela senta no meu colo e praticamente afunda minha cabeça nos peitos ! Ou que não quero que ela fique apertando minhas " coisas" por aí.

Bom,eu provavelmente casaria com ela. Iria cheirar muito pó pra transar com ela. E certeza filhos nem pensar.

-Vai me agradecer - bati minhas mãos uma na outra tirando a terra,e me levantei.

Fui até seu quarto novamente e peguei seu celular enquanto ele estava tomando banho. Mandei mensagem para a tal Elaine, marcando um lugar para um encontro e fui. Claro primeiro apaguei o contato dela.

Fui até o meu quarto, tomei um bom banho, arrumei os cabelos, vesti o terno de seda cor vinho, e sai rumo a garagem. Peguei meu Bugatti prata e segui em alta velocidade até o cafezinho onde ela trabalha. Segundo suas mensagens,ainda estaria lá para encerrar o expediente.

Ao chegar lá vejo duas garçonetes, um rapaz baixinho de costas e só. O local estava vazio, como ela disse. Sai do carro após o estacionar do outro lado da rua, enquanto observo do lado de dentro do estabelecimento, as duas garotas sumirem com bandejas de louças, deixando apenas o rapaz no local onde ficam as mesas.

Adentrei o local, e segui andando até o tal rapaz.

-Já tá fechado - ele diz empurrando um balde com as toalhas de mesa.

Senti um breve arrepio. A voz não me era estranha, mas de onde?

-Eu vim falar com a Elaine - digo puxando a gravata para que ficasse mais frouxa.

-O que você quer com minha irmã? - ele se vira de frente pra mim.

Eu congelei, ele também. Nossos olhos saltaram do rosto, e nossas bocas não conseguiram formar uma única frase.

-K ?! - agora eu vejo como fui burro de me entregar a alguém cujo o nome eu sequer sabia.

-Got ! - ele passou as mãos nos cabelos castanhos agora um pouco longos.

-Pensei que tivesse sido assassinado - meu murmúrio era pura mágoa.

Odeio o fato de não conseguir esconder nada dele. Quando vou ver, já estou dizendo tudo.

-Eu tava na reabilitação, internado, sabe? -meus olhos se enchem de lágrimas.

-O Ban mandou dizer que vai embora amanhã, o casamento dele vai ser semana que vem - digo e viro saindo dali as pressas.

-Got ! Volta aqui ! - ele corre atrás de mim.

Sigo correndo na direção da praia procurando desesperadamente ficar só, e longe dele. Foi quando ouvi o barulho das ondas e senti sua mão segurar a minha.

-Foge não! - seus olhos procuravam os meus e aquilo doia.

-Eu não te conheço - minhas lágrimas começam a lavar o rosto.

Seus dedos acariciavam meu rosto secando as lágrimas. Deixei que ele se aproximasse, então toquei seus lábios de maneira rápida antes de sair dali.

Dessa vez ele não dizia nada. Só me observava ir embora. E eu também não pensava em nada, apenas. . me ressentia por achar que fui abandonado todo esse tempo, por pensar mal do meu parceiro de aventuras, e porque eu voltaria com o Ban, pra fugir daqui.

𝒜𝑚𝑜𝑟 𝑑𝑒 𝑣𝑒𝑟𝑎𝑜Where stories live. Discover now