Bem e Mal Lados Opostos

40 - Ele é um anjo!

Rafael:

Cheguei em casa pensativo. Talvez eu não devesse ter dito aquilo. A Agatha ficou estranha depois que contei sobre os doces serem bons para a formação das asas. Balancei a cabeça, sem entender. Foi um simples comentário, mas minha namorada era meio paranoica com peso.

Bufei e me joguei na minha cama. Como se eu fosse me importar com alguns quilinhos a mais. Affs.

Sorri, refletindo. Bem que ela poderia estar grávida mesmo. Eu sempre quis ser pai, e assim ela aceitaria meu pedido e quem sabe nós conseguiríamos finalmente unir nosso povo.

Revirei os olhos. Definitivamente eu era muito apressado. Ainda teríamos tempo para isso, e além do mais, a Agatha me garantiu que não estava, pois sua menstruação tinha vindo certinho. Porém, isso não impedia a minha mente de imagina-la com um barrigão, ainda mais linda do que já é.

Uma batida na porta, tirou-me de meus devaneios.

— Entre.

— Olá, seu chato ciumento! — Gabi entrou me provocando.

— Olá, Segundo Lugar. — Rebati. — Tudo bem?

— Tudo sim. Você estava com a Clara, né? — perguntou, vendo meu sorriso.

— Estava sim. — Sorri de volta.

— Você falou que eu queria vê-la e que estou com saudades? — questionou ansiosa.

Ri cruzando os braços e sentando-me na cama. Arqueei um sobrancelha, fingindo ciúmes.

— A namorada é minha ou sua, Gabi? — perguntei brincalhão.

— Derrrr. Bobão. — Disse e foi para me socar, mas segurei seus braços. — Me solta, ciumento! — Se debateu e eu gargalhei. — Paaai! — gritou e eu soltei-a.

— Admita que sou melhor que você, maninha.

Gabi revirou os olhos.

— Depois eu que sou a criança. Pelo amor de Deus... — ia ficar brava, mas eu abracei-a.

— É que amo você, Segundo Lugar. — Beijei o topo de sua cabeça. Minha irmã era tudo para mim, e mesmo tendo quase a idade da Agatha, para mim ela sempre seria minha irmãzinha. — Se alguém te machucar ou te fizer sofrer..., eu não respondo por mim. — Afirmei respirando profundamente.

Gabi engoliu em seco.

— Para com isso, Rafael. O que você quer dizer? — perguntou parecendo preocupada.

— Nada, nada, maninha. Só que quero que você seja muito feliz, assim como sou agora. — Gabi me abraçou de volta e sorriu também. — Mas voltando ao assunto a A... — Chacoalhei a cabeça me dando conta que quase soltei o nome errado. — A Clara disse que também está com saudade de você e disse que logo-logo, vem te fazer uma visita; para vocês colocarem o papo em dia.

— Ahhh! — exclamou animada. — Eu a considero minha irmã. Gostei muito dela. E quero que sejam felizes, irmão. — Ela riu e se aproximou do meu ouvido. — Espero que se casem logo, para morarmos no mesmo lugar. — Abriu mais o sorriso. — E também amo você!

Apertei ainda mais o abraço e parei quando Gabi disse que eu ia quebra-la se não soltasse.

— E se eu te contar que já fiz o pedido, Segundo Lugar... — Os olhos dela se arregalaram e seu queixo caiu. — Só não conta para a mamãe.