13- Consequências da distância

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Rafael:

Antes dos cinco minutos passarem já estou no elevador, descendo para o andar do gabinete de meu pai. Ele não estava brincando, estando bravo daquele jeito.

Tenho medo dele querer me obrigar a algo. Sei que se o rei ordenar eu tenho que cumprir, independente de ser príncipe ou não, pois a palavra final é dele. Ele é o chefe dessa família e o rei de Lumina, ninguém é mais autoridade que ele aqui. Suspiro resignado.

O elevador para e bato na porta. Antes que eu possa me apresentar ele me chama:

- Está aberta filho, pode entrar.

Solto o ar e entro.

- Pai o senhor gostaria de falar comigo.

- Gostaria, mas antes sente-se – faz um gesto para que eu me sente na cadeira a frente da sua, do outro lado da mesa. – Vejo que está começando a cumprir horários – diz olhando o relógio na parede.

Não respondo nada apenas cruzo as minhas mão sobre a mesa, impaciente.

- Bom filho – solta o ar paciente. – O intuito dessa conversa não é te criticar ou te dar bronca.

- Qual é o intuito então pai? – pergunto calmo, não acreditando.

- O intuito dessa conversa é entender o porquê dessa sua mudança repentina, o porquê de você estar diferente. A algo que lhe preocupa, meu filho? Eu e sua mãe estamos preocupados e gostaríamos de entende-lo.

Me remexo desconfortável na cadeira de escritório.

- Então foi à mamãe que pediu para o senhor conversar comigo? – Eu não acredito nisso e ela fingindo estar com medo do tom de raiva dele.

Meu pai balança a cabeça, ainda calmo.

- Não filho. Não foi a sua mãe que pediu para eu conversar com você. Ela apenas comentou comigo que você está diferente e eu também percebi isso. Você já não é o mesmo de alguns dias atrás, eu e ela estamos preocupados. Então eu resolvi conversar a sós com você, pois sei que ela espera muito de ti. E que tem coisas que um filho não gosta de falar para a sua mãe. – Olhei pra ele perplexo. – Ah filho, eu já tive a sua idade e sei do que estou falando, não se faça de desentendido. Sei que tem coisas que tem que ser ditas de homem pra homem, de pai pra filho. E já tenho minhas suspeitas do porquê de você estar assim.

Arregalei os olhos surpreso e engoli em seco.

- Tem? – perguntei.

- Sim filho. - Ele chegou mais perto, próximo ao meu ouvido. Como se alguém pudesse nos ouvir. – Responda-me Rafael: você está apaixonado? Está gostando de alguma garota humana, e por isso não quis nos contar?

Engasguei quando ele me perguntou isso. Limpei a garganta algumas vezes antes de protestar.

- O que te faz achar isso pai? – perguntei me perguntando se está tão na cara assim.

- Filho, eu não sou idiota. Sei que você não está dormindo em casa e por isso se atrasa para o café da manhã.

Agora o meu queixo caiu.

- O que faz o senhor achar isso?

- Rafael eu não sou bobo. Fui ao seu quarto duas noites e você não estava. Na noite passada e na noite de sexta-feira. Preferi não contar a sua mãe porque você sabe como ela é. E não venha me dizendo que dormiu na casa do Jean ou do Igor porque me certifiquei com os pais deles e eles me responderam que não, que você não os visita há algum tempo. Então nada de tentar me enrolar mocinho. Anda desembucha.

Bem e Mal Lados OpostosWhere stories live. Discover now