Capítulo 3

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Addison Montgomery

Droga. Estou fodida.
Eu estava encarando o teto desde que acordara, meia hora antes. Cabeça: uma bagunça. Intimidade: encharcada. Bom, encharcada de novo.

Fiz uma careta para o teto. Não importava quantas vezes eu me tocasse. Depois que ela me deixara na noite anterior, parecia que a excitação nunca terminava. E, embora eu não achasse que fosse possível, estava pior do que as centenas de outras vezes que eu tinha acordado nesse estado. Pois desta vez eu sabia o que estava perdendo. E ela nem tinha me deixado gozar.

Nove meses. Nove meses de excitação matinal, masturbação e infinitas fantasias sobre uma pessoa que eu nem queria. Bom, isso não é completamente verdade.

Eu a queria. Eu a queria mais do que qualquer outra mulher. O grande problema era que eu também a odiava. E ela me odiava de volta. Quer dizer, ela realmente me odiava. Em todos os meus 31 anos, nunca conhecera alguém que me irritasse tanto quanto a Srtª Grey.

Apenas seu nome já era suficiente para fazer minha intimidade acordar. Maldita traidora.

Esfreguei o rosto e sentei.

Por que eu simplesmente não consigo manter minhas calças no lugar? Fizera isso por quase um ano inteiro. Tudo estava funcionando. Mantive distância, dei ordens a torto e a direito... inferno, até eu devo admitir que fui uma cretina. Mas então, simplesmente joguei tudo para o alto. Foi preciso apenas um instante, sentada naquela sala quieta, com seu perfume me envolvendo, aquela maldita saia e seu traseiro na minha cara. Eu enlouqueci. Antes eu tinha certeza que, se a possuísse pelo menos uma vez, seria algo decepcionante e meu desejo acabaria. Finalmente teria um pouco de paz. Mas aqui estava eu, na minha cama, molhada, como se meu último orgasmo tivesse sido há semanas. Olhei para o relógio: fora há apenas quatro horas.

Tomei um banho rápido, fiquei parada em frente ao espelho esfregando meu corpo com força como se pudesse remover qualquer traço dela que permanecera em mim desde a noite anterior. Isso iria parar, isso tinha de parar. Addison Montgomery não age como uma adolescente excitada qualquer, e certamente não brinca com trabalho. A última coisa que precisava era me tornar uma mulher carente para estragar tudo. Eu não podia permitir que a Srtª Grey. tivesse esse tipo de controle sobre mim. Mas tudo estava tão melhor antes de saber o que eu estava perdendo. Por mais desagradável que as coisas estivessem, agora estavam milhões de vezes piores.

Eu estava caminhando para o meu escritório quando ela entrou. Por causa da maneira como ela tinha ido embora na noite passada – praticamente correndo para a porta –, eu imaginei que havia dois cenários possíveis à minha espera. Ou ela ficaria jogando olhares para mim, pensando que a noite passada significava alguma coisa, que nós juntas significávamos alguma coisa. Ou ela iria foder meu psicológico completamente. Era como se as pessoas soubessem o que nós tínhamos feito. Isso só não faria com que eu apenas perdesse meu emprego, mas perderia tudo o que conquistara. E, por mais que a odiasse, eu não conseguia.

Mas, por mais que a odiasse, eu não conseguia imaginar ela fazendo algo desse tipo. Se tinha uma coisa que aprendera sobre ela, era que a Srtª Grey era confiável e leal. Ela podia ser uma megera odiosa, mas eu não achava que ela poderia me jogar aos leões. Ela trabalhava para a MMG desde a faculdade e havia motivos para a empresa valorizá-la. Agora, faltavam poucos meses para ela tirar seu MBA, e depois poderia ter o emprego que quisesse. Ela não iria arriscar tudo isso de jeito nenhum. Mas não é que ela me ignorou completamente? Entrou vestindo um casaco que ia até os joelhos – a coisa cobria tudo o que estava por baixo, mas fazia um ótimo trabalho mostrando aquelas pernas incríveis. Ah, merda... se ela estava usando aqueles sapatos, então havia uma boa chance de... Não, não aquele vestido.

Por favor, pelo amor de Deus, não aquele vestido. Eu sabia muito bem que não teria força de vontade para resistir a isso naquele dia. Olhei para seu rosto enquanto ela pendurava o casaco no armário e sentava em sua mesa. Bom, agora fodeu de vez, aquela menina realmente sabia como provocar.

Era o vestido preto. Com um decote que descia para acentuar a pele macia do pescoço e um tecido delicado que envolvia perfeitamente aqueles seios maravilhosos, o vestido era a perdição da minha existência, meu céu e inferno embrulhados num pacote delicioso.

A barra ficava um pouco abaixo dos joelhos e isso era a coisa mais sexy que eu já tinha visto. Não era provocante em si, mas havia algo sobre o corte e aquela maldita brancura virginal que me deixava molhada praticamente pelo dia inteiro. E ela sempre deixava o cabelo solto quando o vestia. Uma das minhas fantasias recorrentes era tirar aquela caneta que ela costumava usar, agarrar um tufo do cabelo e depois fodê-la. Deus, ela me irritava.

Antes que ela me cumprimentasse, eu virei, entrei na minha sala e bati a porta. Por que ela ainda me afetava desse jeito? Eu nunca tinha deixado que nada nem ninguém me distraísse no trabalho, e eu a odiava por ser a primeira. Mas parte de mim gostava da lembrança de sua expressão vitoriosa quando saiu e me deixou sem voz, praticamente implorando para ela me chupar. A garota tinha uma coragem de ferro. Sorri um pouco e então voltei a me concentrar em odiá-la.

Trabalho. Foco. Mantenha o foco Addison.

Eu iria me focar apenas no trabalho e parar de pensar nela. Andei até minha mesa e sentei, tentando direcionar minha atenção para qualquer coisa que não a maravilha que fora sentir aqueles lábios fantásticos me envolvendo.

Isso não está ajudando.

Abri o laptop para checar minha agenda para o dia. Minha agenda... merda. A maldita tinha a versão mais atualizada no computador dela. Eu esperava não perder nenhuma reunião, pois não chamaria a Rainha do Gelo ali, a não ser que fosse realmente indispensável.

Enquanto eu analisava uma planilha, alguém bateu na porta.

- Entre - eu disse.

Um envelope branco foi jogado na minha mesa.

Ergui os olhos e vi a Srtª Grey me encarando celha erguida em desafio. Sem explicação, ela se virou e saiu da minha sala. Olhei para o envelope e entrei com uma sob em pânico. Provavelmente era uma carta formal detalhando minha conduta e indicando sua intenção de entrar com um processo por assédio no trabalho. Esperei encontrar um papel timbrado e sua assinatura embaixo.

O que eu não esperava era o recibo de uma loja de roupas on-line... pago com a cartão de crédito da empresa!

Levantei rapidamente da cadeira e corri atrás dela. A Srtª Grey estava se dirigindo para a escada. Bom. Estávamos no 18° andar e ninguém, além de nós duas, usava a escada. Portanto, eu poderia gritar com ela o quanto quisesse e ninguém atrapalharia. A porta fechou com um som alto e os saltos dela ecoaram pelos degraus abaixo.

- Srtª Grey, aonde você acha que está indo? - Ela continuou andando, sem se virar ou olhar para mim.
- Estamos sem café – ela disse, secamente. - Então, como sua secretária, vou descer até a cafeteria do 14° andar e trazer mais. Não podemos deixar que a senhora ficar sem sua preciosa cafeína. Sorriu debochando.

Como alguém tão gostosa podia ser tão metida? Alcancei-a no pavimento entre os andares e agarrei seu braço, empurrando-a contra a parede. Seus olhos se estreitaram de raiva e seus dentes se apertaram. Agitei o recibo na frente de seu rosto, encarando-a de volta.

- O que é isto? - Ela balançou a cabeça.
- Olha, para uma sabe-tudo egocêntrica, - você às vezes realmente é uma filha da puta burra. O que isso parece? É um recibo.
- Disso eu sei – grunhi, enquanto amassava a coisa no punho fechado. Então pressionei uma ponta do papel em sua pele delicada um pouco acima dos seios e senti minha intimidade se contrair quando ela perdeu o fôlego e seus olhos dilataram.
- Por que você está comprando roupas com o cartão da empresa?
- Porque alguém que não se controla rasgou minha blusa - ela deu de ombros, inclinou o rosto - para mais perto e sussurrou: - E a minha calcinha.

Bom, que merda.

Inspirei fundo pelo nariz e joguei o papel no chão. Então me inclinei para frente e pressionei meus lábios contra os dela, agarrando seus cabelos e apertando-a contra a parede. Minha intimidade pulsou quando senti sua mão agarrar meu cabelo também, puxando-o com força.

Subi o vestido dela pelas coxas e rosnei em sua boca quando meus dedos encontraram mais uma vez o topo de sua meia.

Ela fazia isso para me atormentar, tinha de ser isso. Senti sua língua percorrer meus lábios enquanto a ponta dos meus dedos massageava a parte molhada de sua calcinha. Agarrei o tecido e puxei com força.

- Então anote na sua agenda para comprar outra – eu disse, depois pressionei minha língua entre seus lábios e para dentro de sua boca.

Gemeu profundamente quando meus dedos deslizavam levemente sobre o tecido úmido e ela parecia ainda mais molhada do que na noite passada, se é que isso era possível. Estávamos criando uma situação realmente difícil. Ela se livrou dos meus lábios enquanto eu a acariciava com os dedos, meu polegar esfregando seu clítoris vigorosamente.

- Abra sua calça – ela disse. - Agora.

Apertei os olhos em sua direção, tentando esconder o efeito que as palavras dela tiveram sobre mim.

- Diga por favor, Srtª Grey - Seja educada.
- Então você quer ser a mandona agora?

Ela me lançou um olhar que brocharia qualquer um que seja menos cheio de si, e eu ri da situação. A Srtª Grey realmente tinha muita coragem, ela disse, com ainda mais coragem.

- Ainda bem que estou me sentindo generosa hoje. Rapidamente abri minha calça e ela logo me penetrou com dois dedos.

Deus, ela era incrível. Melhor que qualquer coisa. Isso ajudava a explicar por que eu não conseguia tirá-la da minha cabeça, e uma pequena voz disse que eu provavelmente nunca me cansaria disso.

- Caralho – murmurei. 

A Srtª Grey suspirou e senti seus músculos se apertarem enquanto me penetrava. Ela abriu um dos botões da minha camisa e apertou meus seios, me beijou intensamente quando comecei a estocar mais rápido e mais forte, apertando-a contra a parede. Ela mantinha o movimento de seus dedos dentro de mim e hora ou outra aumentava a velocidade. Alguém poderia entrar na escada e nos flagrar nessa situação, mas eu não estava nem aí. Eu precisava tirá-la do meu sistema. Contornei seus lábios com a ponta da língua, e logo depois suguei a mesma novamente empurrando seu corpo contra a parede com o meu. Eu estava perdida em uma escuridão prazerosa com um simples beijo. À medida que o beijo foi terminando, ela então puxou meu lábio entre os dentes de forma tão gostosa me arrancando um baixo gemido, para depois tomar minha boca em um beijo mais intenso e selvagem. Eu já estava quase gozando, minhas pernas já estavam trêmulas.

- Quase - ela gemeu, pedindo para enfiar mais fundo. - Estou quase gozando.

Perfeito.

Rebolei em seus dedos fazendo com que eles entrassem mais fundo em mim, enterrei meu rosto em seu pescoço e cabelos para abafar meu gemido quando gozei forte e repentinamente nos seus dedos, apertando sua bunda com a mão livre. Antes que ela pudesse continuar se esfregando em mim, eu tirei meus dedos dela e a coloquei de pé em suas pernas bambas.

Ela me encarou com um olhar raivoso. A escadaria se encheu com um silêncio pesado.

- Você está brincando? – ela disse, arfando alto. Sua cabeça pendeu para trás e encostou na parede com um som abafado.

- Obrigada, isso foi fantástico - puxei minhas calças e fechei.

- Você é uma filha da puta.

- Você já disse isso antes - murmurei, olhando para baixo enquanto puxava o zíper. Quando olhei de novo para cima, ela tinha ajeitado o vestido, mas ainda parecia, mas ainda parecia lindamente desarrumada, e parte de mim desejou chupar-la até gozar.

Mas uma parte maior se satisfazia ainda mais com a frustração raivosa em seu olhar.

Faça para os outros aquilo que você quer que façam para você.

- Pena que você é uma transa tão ruim ela respondeu calmamente.

A puxei pela cintura para um último beijo e sussurrei em seu ouvido - Não foi isso que suas pernas bambas disseram aquele dia.

A Srtª Grey se virou enfurecida para continuar descendo as escadas, ela parou e deu uma última olhada pra trás. Assisti enquanto ela desaparecia escada abaixo, e então voltei para minha sala.

Joguei meu corpo na cadeira, passei as mãos no cabelo e tirei sua calcinha rasgada do bolso do meu blazer. Por um momento encarei o tecido de seda branco, segurando-o entre os dedos, então abri a gaveta e guardei a peça ao lado da calcinha da noite passada.

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Essa capa de hoje foi inspirada no capítulo, o que acharam? kkkk

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