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💚LUDMILLA💚

- Ei, que tal sairmos para beber? - ouço a voz de Gina do outro lado da linha enquanto eu preparava a mamadeira de David.

- Eu não sei, Gi. Não tenho com quem deixar o David. - chacoalho a mamadeira ao colocar a tampa e levo-a até o microondas e coloco trinta segundos para tirar o gelado.

- Contrata uma babá e pronto. - sugere.

- David está passando por uma crise e pelo o que eu li na internet, já é ruim por ele não me conhecer a muito tempo e por isso, eu devo evitar ficar longe dele. - falo e olho para David que brincava com o macarrão enquanto estava sentado na cadeira de alimentação.

Ele tinha uma colher de metal em mãos, um prato verde, um pouco de macarrão e dois pedaços pequenos de frango assado. David parecia estar se dando bem com o macarrão porém ele brincou mais do que comeu então eu optei por dar leite depois que ele terminasse de comer.

- Oh, eu tenho uma prima que ela poderia ficar com ele.

- Gina, você só me chama para beber, porra. - sussurro o palavrão e tiro a mamadeira do microondas - Parece que eu só sirvo para isso. - apoio meu celular em meu ombro e pingo algumas gotas de leite nas costas da minha mão medindo a temperatura - Você e o pessoal só me chamam para beber sem nem ao menos perguntarem como eu estou! - reclamo andando até David e sorrio para ele, pego o prato de macarrão e entrego a mamadeira a ele logo depois de tirar na tampa.

- Nós pensamos que você estava bem com isso. - diz e levanto a sobrancelha ficando de costas para David.

- Eu perdi o meu irmão e a minha cunhada de uma vez. Como eu estaria bem, cacete? - elevo minha voz apertando o celular contra minha orelha.

- Ludmilla, eu...

- Quer saber? Esquece. - estalo minha língua e desligo a chamada, jogo o celular sobre a ilha da cozinha e me viro para David que estava com um olhar assustado para mim.

- Ei, garoto. Que tal você tomar esse leite? - pergunto empurrando a mamadeira ao seu encontro, David a segura e eu levo minha mão até sua bochecha, a acaricio e meu celular volta a tocar.

Olho por cima do meu ombro vendo a foto de Gina piscando na tela e reviro os olhos. Pego David no colo o tirando da cadeira de alimentação e vou até a sala, o coloco deitado no sofá retrátil que estava aberto, coloco algumas almofadas ao seu lado e coloco galinha pintadinha na televisão da sala.

Pego meu notebook que estava sobre a mesa de centro, me certifico que o cartão de memória da minha câmera estava dentro adaptador e ligo o aparelho. Começo a passar as fotos, vejo quais necessitaria de um pouco de efeito para as deixar ainda mais belas e vou passando até chegar na qual eu havia tirado de Brunna enquanto conversávamos na festa.

O Sol batia apenas em um lado do seu rosto, seus cabelos voavam por causa do vento. Devido o Sol em seu rosto, seu olho castanho do lado direito estava mais claro e pela câmera ser de alta qualidade, conseguia-se ver até mesmo os detalhes da íris. O fundo da foto estava borrado fazendo o único foco da foto ser Brunna.

Tombo a cabeça para o lado percebendo que aquela foto parecia ter sido planejada ou tirada em uma sessão de fotos exclusiva.

Eu nunca havia conseguido capturar tantas emoções em uma única foto. A foto estava demonstrando um ar leve e feliz mas em seus olhos havia algo misterioso por trás daquele brilho animado, camadas de emoções diferentes.

Aquela foto era perfeita para eu mandar para alguma revista e tentar conseguir um emprego.

- David, você concorda que essa foto está muito boa? - pergunto levantando o notebook para mostrar para ele.

David dobra sua perna direita, segura seu pé com sua mão e a outra permanece segurando a mamadeira. Seus olhos me olhavam com curiosidade e logo ele desvia para a televisão.

- Nem um dada como resposta? - pergunto e ele me ignora - Nem um dada como resposta. - confirmo.

Começo a planejar quando eu iria para o meu antigo apartamento e poder revelar as fotos. Meu antigo apartamento tinha dois quartos e como eu usava apenas um, o outro eu transformei em uma sala para revelar as fotos que eu tirava.

- Dadada. - David diz atraindo a minha atenção e o olho, vejo que ele estava tentando rolar. Pego a mamadeira vazia e coloco sobre a mesa, seguro David e o coloco sentado.

- Melhor? - pergunto - Faz assim. - mexo com minha cabeça simulando um sim. Repito algumas vezes até que ele repete me fazendo sorrir satisfeita.

Coloco o notebook de lado, vou até uma caixa de brinquedos que tinha no canto da sala, pego vários brinquedos diferentes e volto para o sofá, coloco ao seu arredor. Rapidamente David rapidamente pega um urso verde e eu sorrio, ele o leva até sua boca e eu me sento ao seu lado para poder voltar ao meu trabalho.

- Garoto, você quer conhecer onde eu morava? - pergunto olhando para David - Daqui uns dias, claro. - faço careta.

[…]

- Abre a boca, garoto. - peço segurando um prato azul com banana amassada. Pego um pouco com uma colher de chá e levo até sua boca, David resmunga e vira o rosto para o lado - Vamos lá, come só um pouquinho. - imploro tentando levar a colher até sua boca mas ele grita e bate a mão fazendo a banana voar no meu rosto.

David me olha e cai na gargalhada. O encaro seria e pego o pano de prato que estava ao lado da mesa, passo em meu rosto e volto a encarar David fazendo sua risada ficar ainda mais alta.

- Garoto, você é um pestinha. - comento segurando a risada e aproveito que ele estava com a boca aberta, pego um pouco da banana amassada e levo até sua boca - É gostoso, olha só. - digo vendo ele fazer careta e mexer os lábios como se estivesse sentindo o gosto - Quer mais? - pergunto pegando mais um pouco e ele abre a boca, se inclina para frente e eu sorrio vitoriosa - Você tem que experimentar para ver se gosta ou não. - explico.

Tento dar um pouco mais porém David bate a mão novamente. A banana voa para a minha roupa e eu aperto os olhos, respiro fundo e a risada de David chega aos meus ouvidos.

- David... - murmuro - David Oliveira... - repito - Eu juro que se você fazer isso novamente, vai ter consequências. - aviso seria e ele continua a rir.

Continuo dando banana para o bebê até que chega na última colherada, ele bate a mão e a banana voa no chão. Coloco o prato de lado, me levanto, limpo a banana da minha blusa e encaro David que ria a ponto do seu rosto ficar vermelho, por fim limpo sua boca que estava suja com banana.

- As consequências serão... - tiro David da cadeira de alimentação e saio correndo para a sala com ele nos braços - Cócegas! - o deito no sofá e começo a fazer cócegas no bebê, me inclino sobre ele e beijo sua bochecha enquanto fazia cócegas.

Segundos depois eu paro e David continua a rir, me sento sobre meus pés e o encaro com um sorriso divertido. Pouso minhas mãos sobre minhas pernas e continuo o olhando.

- Sem dormir comigo essa noite. - aviso e ele mexe os braços em sincronia com as pernas, David começa a babar e eu rio procurando o seu paninho.

Querido David ✔👶Onde histórias criam vida. Descubra agora