8- Eu deveria deixar ele ir?

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Boss

As mão de Ae eram fortes passando pelo meu corpo...eu podia sentir ele em todo lugar. Ele me penetrava de forma bruta, mas eu não sentia dor...até que comecei a ouvir vozes...Duen? O que o Duen estava fazendo aqui comigo e o Ae? Abro os olhos em um solavanco e estou em um quarto todo branco, um hospital? Então tudo volta como um flash na minha cabeça...a fuga...a bicicleta...e o Ae, ele estava lá! Por Budha! Tento levantar, mas meu corpo inteiro dói e protesta com o movimento repentino.

-Calma Boss, você ainda não pode levantar! - Olho para o lado e Ram está aqui, olho para o outro lado e Duen também está aqui, há um médico ao seu lado, foi a conversa deles que me acordou então...

-Ae, ele estava lá, ele deve estar preocupado. Preciso mandar uma mensagem para ele...- Não consigo terminar e Ram me segura firme pelos ombros.

- Você não vai mais ver esse cara! Acabou, você vai voltar com a gente. No próximo semestre veremos outro estágio e você se forma! - Diz ele convicto.

- Não...isso está errado...eu...eu...- Não consigo articular um argumento.

-Boss nós te devemos desculpas...deveríamos ter ficado mais próximos, então nada disso teria acontecido... -Duen diz pegando a minha mão.

-Do que é que vocês estão falando? - Eu grito. Percebo que King e Bohn também estão no quarto, eles parecem tão perdidos quanto eu.

-Por favor não agitem o paciente, ele precisa descansar. Eu volto em breve. -Diz o médico saindo do quarto.

-Eu explico...-Toma a frente King,me resumindo tudo que aconteceu depois do acidente e do porque achavam que Ae era um bastardo que abusou de mim.

- Vocês estão errados...Ae é um cara bom e incrível. Eu não fugi de lá porque ele me forçou a transar com ele, aliás ele não me forçou a nada...eu fugi porque fiquei com medo...transar com ele me fez sentir coisas que eu jurei que nunca mais iria sentir de novo com ninguém...Ae é um cara bom, ele não merece carregar um peso morto como eu...- Seco com a mão uma lágrima que caiu do meu olho.

-Boss, eu conversei um pouco com Ae antes de conseguir mandá-lo embora, mas o que realmente importa é o que você irá nos contar sobre todo esse tempo, você é nosso amigo e iremos acreditar em tudo que nos dizer. O que aconteceu com você e o Ae? -Duen diz pegando a minha mão.

-E não nos esconda nada! -Ram diz de braços cruzados e me olhando atentamente.

Comecei a contar tudo para eles, desde o início. Primeiro menti para eles que ficaria na casa do meu pai e contei para ele o quão babaca ele é, tendo abandonado minha mãe grávida, para se casar com uma mulher mais velha e rica. O vi apenas duas vezes em toda minha vida, uma quando eu tinha cinco anos e ele tentou me tirar da minha mãe, graças aos céus ela não permitiu e outra quando minha mãe morreu, ele teve a cara de pau de ir levar flores no túmulo dela. Jurei que nunca o procuraria e nem pediria nada para ele.

O plano era chegar na capital e alugar um quarto qualquer para passar o tempo do estágio, mas eu tinha pegado o ônibus errado, me perdi e se não fossem Duen e Bohn eu teria perdido tudo e provavelmente estaria jogado nas ruas, lamentando todos os dias a desgraça da minha vida.

E foi depois disso tudo que Ae aconteceu, quando eu tropecei no hall da empresa, ele me amparou e ficamos olhos nos olhos. Eu podia me perder naqueles olhos negros, tão profundos quanto o oceano. Então, ele foi incumbido de me mostrar a fábrica, o jeito que ele falava, dava para ver a paixão dele pelo que estava fazendo, eu me atrapalhei um pouco, mas eu estava tentando me distrair daquela sensação estranha que estava sentindo ouvindo a voz dele.

Depois, aconteceu dele me convidar para ficar com ele na pensão, não sei se ele sentiu pena de mim ou o que, mas senti que podia confiar nele, muito mais do que em mim mesmo. Era incrível morar com ele, todos os dias ele saía cedo para correr, comprava café da manhã...ele cuidava de mim, inclusive no estágio. P'Arthist me contou enquanto eu tirava umas cópias para a reunião do departamento.

{Alguns dias atrás}

-Nong Boss, deixe-me fazer uma pergunta: Há quanto tempo conhece Nong Ae?

-Nos conhecemos no primeiro dia de estágio aqui na empresa...algum problema P'Arthist?

-Não, achei que vocês se conheciam a mais tempo, é estranho ele cobrir alguém que mal conhece...

{De volta ao hospital...}

Contei para eles também sobre a foto que encontrei na minha tentativa de ser útil organizando o quarto e de como Ae reagiu quando viu que eu a havia encontrado. Sobre o Cacto que ele discretamente cuidava como se fosse dele, porque se dependesse de mim já teria morrido...e cheguei a parte mais importante...

Contei para eles sobre não conseguir dormir pensando em...Mek...e sobre Ae ter me visto tomando banho e tudo que senti sobre o olhar dele no meu corpo...eu queria conversar com ele, mas eu nem sabia o que falar. Então depois que voltei para a pensão, Ae estava sentado atrás da porta e quando olhei para ele, eu senti a urgência e o desespero nele...e nós transamos...eu devia ter dito não...eu devia ter resistido...Ae não podia ter sentimentos por mim, Ae merecia alguém tão incrível quando ele e foi por isso que eu fugi. Eu não queria me tornar um fardo para Ae.

Quando terminei de contar tudo, meus quatro amigos me olhavam com expressões que iam da raiva à perplexidade. King foi o primeiro a falar:

-Meu caro Boss, caso não tenha percebido não é só esse tal Ae que tem sentimentos por você...você está apaixonado por ele!

-NÃO! Você não entende...eu...eu...- Eu quase grito com ele, não eu não podia estar apaixonado por ele....

-Negue o quanto quiser Boss, eu também neguei que não estava apaixonado e olha no que deu...- Ele ri de suas próprias palavras.

-Arrependido marido? - Ram olha acusatório para ele.

-Nenhum pouquinho amada esposa! - King para de rir e faz cara fofa para ele.

-Vamos voltar ao Boss, você não está apaixonado por ele, só está confuso, porque ele ajudou você e tudo mais, mas isso não significa sentimentos ok? Nós estamos aqui com você e vamos garantir que o Ae entenda que vocês foram apenas bons colegas e tudo isso vai ficar no passado. - Duen me abraça, dando fim a conversa.

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