Capítulo vinte e três

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27 dias para a nomeação do novo líder do clã do Sol.

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"—Mamãe, quem é essa?

Hiromi desviou seus olhos para baixo. Sentada no assoalho de madeira, a pequena Hinata segurava um livro grande em suas mãos; não podia enxergar o título, mas as gravuras não pareciam infantis e, tampouco, os textos eram pequenos como os dos livros que ela deveria estar lendo.

—Está frio, minha princesa —Começou no seu tom carinhoso de sempre. A herdeira levantou seus grandes olhos de lua cheia em sua direção; usava apenas seu pijama lilás, o qual Hiromi não achava suficiente para protegê-la do inverno rigoroso que assolava o clã. —Vem aqui com a mamãe.

A pequena pareceu ponderar, mas no final das contas, rapidamente se abrigou no colo da mãe. Com um sorriso satisfeito, Hiromi envolveu o corpo pequeno com um manto pesado, protegendo-a do frio; só então encarou a gravura no livro que ela segurava, abrindo um sorrisinho.

—Essa, meu amor, é Kushina. Ela é uma guerreira muito poderosa —Deslizou seus dedos elegantes pelo desenho, explicando; —Ela nasceu e foi treinada no clã Uzumaki, eles tem grande influência do Sol. Ela é muito forte e lutou várias batalhas antes de se casar.

Hinata mexeu seus pézinhos, e soltou um suspiro demorado;

—Por que ela se casou? Você disse que ela parou de lutar depois de casar. Isso é uma merda —Exibiu um bico, ouvindo a risada da mãe;

—Olha a boca, princesa. Ela é uma mulher como eu, e como você, e como sua irmãzinha. Todas nós somos fortes, mas temos prioridades —Pontuou, completando; —Você não pararia de lutar para se dedicar ao seu marido e seus filhos?

A herdeira exibiu uma careta engraçada.

—Não. Não parece bom —Encarou o desenho alguns segundos; —Eu lutaria pelos meus filhos e pelo meu marido. É mais honroso.

—Seu papai estraga você, Hinatinha —Hiromi riu-se; —Onde já se viu, uma garotinha de seis anos falando sobre honra?

—A herdeira deve saber sobre honra.

—Quem te disse isso?

—O papai.

—Eu deveria saber —Revirou os olhos, sem estar realmente estressada. Sua princesa era inteligente demais para a idade, mas ainda sim, conseguia equilibrar sua inocência com sua maturidade. Era adorável, sempre questionando e tentando aprender.  —Saiba, Hinata, que é cedo demais para pensar em honra. E em marido, filhos, lutas...Kushina Uzumaki já é uma mulher feita que já foi uma garotinha como você. Um dia, você será como ela, e tomara decisões que as outras pessoas podem não compreender.

—O que eu poderia fazer que meu clã não iria compreender?

—Oh, deuses, como o Hiashi pode por tanta coisa nessa cabecinha? —Riu novamente, abraçando com carinho sua criança. —Existem coisas, Hinata, que nós nao entendemos. Existem situações racionais, lógicas, e existem situações emocionais. As vezes, nós só conseguimos sentir. Kushina sentiu que deveria parar de lutar. Então, ela parou. Você pode pensar que nunca deixaria o campo de batalha pela sua família mas, não vai saber sua verdadeira opinião até sentir.

—Eu sinto... —Hinata pontuou, orgulhosa; —Sinto muito pela Kushina. Foi uma péssima escolha.

—Orgulhosa igual seu pai... —Resmungou, encarando o narizinho empinado da mocinha. Não conseguia segurar seu sorriso.

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