Capítulo um

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treze anos depois;

-NARUTO! -Kushina gritou ao ver o filho sair correndo apressado, entre tropeços e risadas. Apesar de estar a meses de completar dezenove anos, seu filho ainda agia como a criança de anos atrás (para o desespero da Uzumaki).

-Desculpa, mãe! Eu 'tô atrasado pro treinamento! -O jovem gritou já fora da casa, se atrapalhando em vestir seus sapatos enquanto corria na direção do portão. A ruiva apenas suspirou cansada.

-Ele não toma jeito... -Choramingou antes de cruzar os braços. Apesar de já ter se estressado um tanto, acabou por sorrir.
Anos atrás, no último confronto com o clã da Lua, sentiu medo de perder tudo que mais era precioso para si; nunca se viu tão aliviada e feliz quanto o dia em que seu marido voltou para casa, ferido, mas ainda sim pronto para proteger sua família novamente caso fosse preciso. Naruto era seu único filho, e na época tinha apenas seis anos, sendo assim, ela acabaria liderando o clã caso seu marido morresse, o que era assustador, já que seus tempos de guerreira já tinham passado e embora lutar com toda sua alma fosse bom, sua vida passou a não ser mais apenas sua quando teve seu filho. Ela precisava viver para protegê-lo, precisava cuidar dele, estar próxima, e liderando o clã nunca poderia fazer aquilo.

-Pensando no que, querida? -A voz calma a assustou um pouco. Kushina desviou o olhar, sorrindo ao ver seu marido se aproximar timidamente. Minato vestia um kimono branco como de praxe, com os cabelos loiros ajeitados e o mesmo olhar calmo de sempre. A mulher acabou por rir ao pensar que por mais que seu filho fosse parecido fisicamente com o pai, não era nem um pouco calmo como ele.

-Em você -Retrucou sorridente, arrancando um olhar sem graça e um certo rubor do marido. Anos de casado, e ele ainda se sentia um garoto bobo quando ela dizia aquelas coisas. -E no Naruto também. Ele acordou atrasado de novo, saiu correndo de novo, e claro, não tomou café. De novo. É sempre assim, eu sinto que ele ainda tem seis anos!

-Mas ele não tem. É só o jeito dele, você sabe, a essência. Ele sempre será assim, mas sabemos que muitos aspectos nele já estão mais maduros -Minato disse enquanto olhava para fora de casa. A paisagem típica da primavera era devidamente muito bela; o clã do Sol era cheio de flores, mas a maior beleza com certeza eram as cerejeiras espalhadas por todos os domínios do clã. O tom de rosa inconfundível estava espalhado por todos os lugares, principalmente pelos jardins da casa principal onde morava.

-Boa parte da culpa dele ser assim é sua! Você continua mimando ele, Minato! Essa pode ser a essência dele, mas é uma essência sem disciplina nenhuma -Kushina colocou as mãos sobre a cintura, encarando o marido irritada. Minato balançou as mãos nervosamente, rindo envergonhado.

-Calma, meu amor! Eu não quis dizer isso! Só não quero que se preocupe atoa, você sabe que não adianta falar nada, ele vai continuar assim! -Se explicou rapidamente, e a ruiva suspirou, balançando a cabeça em negação antes de olhar para frente novamente. Naruto não havia nem feito o favor de fechar o fusuma¹ e ainda fez uma enorme bagunça ao pegar os sapatos no armário, espalhando outros pares pelo genkan².

-Tem razão. Eu estou preocupada, Minato. Você sabe muito bem como é ser um líder. Acha que o Naruto vai ser capaz? -Ela olhou para o marido, e diferente do que pensava, ele não esboçou preocupação ou hesitação. Apenas sorriu.

-Kushina, ele fará dezenove anos daqui a quatro meses e alguns dias. Apesar de parecer pouco, muitas coisas mudam drasticamente em questão de segundos. Eu sei que ele vai passar por uma situação que será seu divisor de águas e, quando chegar o momento dele liderar o clã, eu sei que ele estará pronto -Disse firmemente, olhando curioso para a esposa ao notar o sorriso dela. -O que foi?

-O divisor de águas. Essa situação realmente acontece com todos os líderes, eu sei...qual foi o seu, hm? -Ela deu um sorriso sapeca ao visualizar o nervosismo do loiro, que coçou a nuca sem graça. Kushina sabia perfeitamente qual tinha sido o divisor de água dele, mas queria escutar da boca dele.

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