[00.08] Orgulho

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Meses se passaram, as buscas por Izuku e Shouto ainda eram prioridade da polícia junto dos assassinatos feitos. Eles estavam correndo feito baratas tontas, não tinham testemunhas ou pistas para seguir atrás do possível serial killer que estava solto pelas ruas, enquanto os policiais estavam se tornando mais incompetentes do que já eram, Midoriya treinava cada vez mais junto de Stain. Músculos cresceram em seu corpo tornando-o bem definido e mais belo do que já era.

Sua relação com o assassino de heróis estava cada vez mais forte, Izuku e Stain eram como pai e filho, Stain ensinava e Izuku aprendia. Não se via mais Stain sem seu pequeno e poderoso assistente, muitos já lhe viram mas não o reconheceram.

Já Shouto se juntou ao irmão mais velho em seu plano para vingar-se de Endeavor. Digamos que o reencontro de ambos não foi muito emocionante, afinal quando Touya voltou para seu esconderijo na farmácia, encontrou seu irmão quase sendo comido, não literalmente, por Han. Não foi uma visão muito boa, principalmente porquê Dabi quase matou o homem carbonizado por estar retirando a inocência de seu irmãozinho.

Bakugou estava desesperado, cada vez mais preocupado. Apesar de sempre ter implicado com Izuku, sentia-se culpado pelo desaparecimento do mesmo, ele fez Midoriya sofrer e agora Inko estava sofrendo com a ausência do filho. A culpa estava lhe deixando sem energias, embaixo de seus olhos haviam bolsas escuras, a cada noite passadas em claro pensando em que lugar Izuku poderia estar. Não estava alimentando-se bem e quase não gritava mais, tanto seus pais quanto seu professor estavam preocupados. Katsuki, por causa do cansaço e falta de alimento, desmaiou dentro da sala de aula quase matando Aizawa do coração afinal, apesar de não demonstrar tanto, tinha aqueles adolescentes como se fossem seus próprios filhos.

Meses se passaram e a esperança se tornou mínima, Inko já não tinha mais forças para seguir em frente sem o filho ao seu lado. A mulher precisou ser internada no hospital, apesar de quase machucar um dos médicos pedindo para que deixassem-la sair para procurar Izuku por si mesma, afinal a polícia não progrediu desde que o desaparecimento foi anunciado.

A notícia chegou aos ouvidos de Midoriya por meio de um espião infiltrado entre os heróis, e a preocupação lhe ocupou o peito. Apesar de saber os riscos que corria em querer ir ver sua mãe, ele apenas não ligou, necessitava ver como ela estava nem que fosse de longe.

Por isso, à noite, quando Stain estava adormecido em seu quarto por conta de um remédio que Izuku colocou em sua bebida, o esverdeado saiu sorrateiramente do lugar indo até a estação de trem para voltar a sua cidade natal. O horário de visita já havia acabado, então precisaria ser esperto e invadir o hospital sem que alguém lhe visse.

ㅡ Oi, qual seu nome? ㅡ Uma voz soou ao seu lado assustando-lhe, mas logo se recompôs, tentando manter a seriedade. ㅡ Sou Eijiro Kirishima.

ㅡ Hm. ㅡ Seu olhar percorreu pelo corpo e rosto do desconhecido. Era jovem, entre quinze à dezoito anos de idade no máximo, com os fios lisos de cabelos na cor vermelha - claramente tingidos - presos em um pequeno rabo de cavalo, olhos vermelhos que expressavam suavidade, um olhar amistoso e doce. Seu corpo era definido e com músculos maiores do que os de Izuku, dentes pontiagudos como os de um tubarão e roupas chamativas. Não deveria confiar nele, e muito menos ser burro para falar seu verdadeiro nome como fez com Shouto Todoroki. ㅡ Sou Deku.

ㅡ Você me é familiar, nos conhecemos de algum lugar? ㅡ Forçou a visão como se tentasse lembrar.

ㅡ Se nos conhecêssemos, você não precisaria perguntar meu nome. Normalmente, minha presença é marcante na vida das pessoas. ㅡ "E, também, em suas mortes." Concluiu Midoriya em seus pensamentos.

ㅡ Para onde está indo à esse horário? ㅡ Perguntou o jovem curioso.

ㅡ Acho que não sou obrigado a lhe responder esta pergunta. ㅡ Disse, por fim, encerrando a conversa.

O caminho seguiu-se silencioso, às vezes Kirishima murmurava algumas batidas de músicas, e assim foi até Midoriya descer do trem deixando o ruivo sozinho naquele vagão. Ou foi o que pensou, pois depois de cinco minutos, Eijiro o alcançou, caminhando ao seu lado.

ㅡ Está me seguindo? ㅡ Perguntou, perdendo a paciência com o mais alto. Este que lhe encarou confuso. ㅡ Se estiver, é uma péssima técnica.

ㅡ Não, verdinho. ㅡ Respondeu sorrindo. ㅡ Estou indo para a casa de meus pais, é por este caminho.

ㅡ Hm.

Depois de algumas ruas, já estavam perto do hospital, Eijiro seguiu por outro caminho deixando-o sozinho. Quando teve certeza de estar sozinho, arrumou a máscara em seu rosto pois estava incomodando, e correu para o hospital. Entrar foi fácil, tinha apenas uma pessoa quase dormindo na recepção, então passou fazendo o mínimo barulho que conseguiu. Seguiu pelos corredores, graças ao informante sabia em qual quarto sua mãe estava, por sorte nenhum médico rondava pelo lugar.

Assim que chegou no segundo andar, caminhou até o quarto 206 onde hesitou abrir a porta por alguns segundos, ao entrar no cômodo e fechar a porta devagar para não acordar e nem chamar atenção de ninguém, virou-se. Inko estava dormindo, o soro estava interligado a sua veia, ela estava mais magra e seu rosto estava fino como se não tivesse comendo nada nos últimos meses e realmente não estava.

ㅡ Oh, mãe... ㅡ Chegou mais perto da mulher, segurando sua mão com ternura, seu olhar transbordava saudade e culpa. Sua voz estava baixa e embargada, Izuku tentava segurar as lágrimas, mas doeu tanto ver sua mãe naquele estado. ㅡ Isso é tudo minha culpa. Me desculpe... Eu sinto muito, mãe. ㅡ Ele não conseguia mais se segurar então apenas deixou o choro vir átona. ㅡ Eu sinto tanto sua falta, mas não posso voltar para casa, eu comecei com isso então preciso terminar. Talvez eu morra, mas é preciso, essa sociedade precisa mudar, nem que para isso eu precise matar algumas pessoas. ㅡ Izuku respirou fundo antes de secar as lágrimas e acariciar a mão de sua mãe. ㅡ A senhora iria estar tão decepcionada se soubesse o porquê de eu ter sumido... Me desculpe por trazer tanto desgosto a senhora, nunca foi minha intenção fazer você sofrer. Mas eu prometo que irei me cuidar, vou voltar para os seus braços e vamos tentar voltar a ser a família que éramos antes quando eu era o seu filho esforçado e que lhe dava orgulho. Eu prometo que não deixarei a maldade subir à minha cabeça, não sou esse tipo de justiceiro.

Izuku falou tanto em poucos minutos que ao menos notou os olhos de Inko olhando-o com o mesmo carinho de sempre, ela ouviu tudo, juntou os pontos e logo entendeu o esverdeado. Ao levantar a mão calmamente, fez um leve carinho no cabelo do filho, este que olhou-a assustado.

ㅡ Eu te amo, Izuku. ㅡ Sussurrou ao abrir um mínimo sorriso no rosto, este simples gesto fez o menor chorar novamente a envolvendo em um abraço, tomando cuidado para não machucar-la. ㅡ Eu sinto tanto orgulho de você, filho.

ㅡ Eu também te amo demais mãe. Eu preciso ir. ㅡ Sussurrou separando-se do abraço, deu um beijinho na testa da mulher, esta que acentiu mesmo que não quisesse soltar o filho nunca mais. ㅡ Me desculpe.

ㅡ Não desculpe-se, apenas mude esta sociedade. ㅡ Sorriu minimamente ao ver o sorriso de Izuku. ㅡ Estou do seu lado, eu te apoio e sei que sacrifícios serão feitos daqui para frente. Apenas me prometa voltar, meus braços estarão abertos para te aconchegar a qualquer momento.

ㅡ Eu prometo que voltarei.

Assim que saiu do hospital, seguiu novamente para a estação de trem. Ele estava tão feliz e aliviado de ter conversado com Inko que voltou para o esconderijo com um sorriso.

Ele ainda não precisava saber que aquela promessa teria de ser quebrada em um futuro próximo.

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Símbolo do Caos || KTBDHikayelerin yaşadığı yer. Şimdi keşfedin