Mudanças

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Um ano depois...

Nat estava na sala de descanso com outros médicos, inclusive Thor e Bucky.

Aquele ano tinha sido insano. Nat aceitou a chefia, mas não contratou ninguém na cardio. Não gostava de delegar suas funções. Ela e Steve foram morar juntos em um apartamento novo. Lucy não reclamou, inclusive agora estava muito mais próxima de Natasha. Elas não eram melhores amigas para sempre, ainda. Mas se respeitavam e conseguiam tranquilamente arranjar coisas para fazer juntas quando a sogra os visitava. E tudo bem. Até porque Sharon estava com ninguém mais ninguém menos que Sam Wilson. E estavam firmes.

Wanda e Bucky acabaram também indo morar juntos, como se algo diferente pudesse ser esperado. O filho deles, Liam, estava com seis meses, e era o bebê mais fofo que Natasha conhecia. Até ali, pelo menos.

Thor e Carol estavam no mesmo chove não molha de sempre. Nat sabia que estavam sempre juntos, inclusive na casa um do outro, mas eram muito discretos. Ela só os tinha visto se beijando uma única vez.

Natasha estava distraída tentando tirar o anel de noivado do dedo pois tinha certeza que se passasse mais um dia, ia necrosar.

Thor estendeu uma caneca de chá recém feito para ela.

"Pega a bandejinha pra mim, por favor?" Ela pediu.

"Ainda não tá conseguindo fazer o truque de apoiar na barriga?" Ele perguntou, rindo.

"Isso é só depois das trinta semanas."

Nat sorriu quando Steve chegou e se sentou ao lado dela.

"Como está minha garota?"

"Qual das duas?" Ela perguntou, com a mão na barriga.

Não, não tinha sido planejado, mas tinha acontecido, e todo mundo tinha abraçado a ideia. Nat tinha uma relação esquisita com a maternidade, mas estava amando estar grávida da filha. Ainda mais com Steve ao lado dela. Inclusive Lucy tinha amado a novidade.

Por causa disso, ela tinha sido obrigada a contratar um cardiologista clínico. Sem olhar o nome, selecionou alguns currículos e Stark tinha contratado. Como se tivesse adivinhado, a moça entrou na sala. Era loira, baixinha, um pouco mais nova que Natasha.

"Ah, você deve ser a Dra. Romanoff." Ela disse, sorrindo. "Sou Yelena Belova. A nova cardiologista."

"Prazer! Tony te explicou tudo?" As duas começaram a conversar animadamente. Seria bom diminuir um pouco a carga de trabalho.

"Obrigada, dra. Romanoff! No fim do dia levo os prontuários atualizados!"

"Obrigada, dra. Belova. Se tiver alguma dúvida, não hesite em me procurar."

Quando a garota saiu, Steve comentou,

"Ela me lembra muito alguém. Não é?"

"Talvez." Natasha tinha pensado também, mas não sabia quem. Tinha certeza que era só impressão.

~

Natasha tinha acabado de completar 22 semanas de gestação. Já passava da metade.

Naquele dia, Lucy estava com ela em casa, ajudando a organizar algumas coisinhas que já tinham sido compradas. A relação das duas tinha melhorado consideravelmente depois da notícia sobre a chegada da bebê, que ainda não tinha nome.

Nat estava dobrando roupinhas enquanto Lucy colocava as cortinas. O quarto estava lilás bem clarinho, e a maior parte da mobília já tinha sido comprada. Natasha achava um pouco cedo, mas Steve estava super empolgado, e ela não o impediu.

Ultimamente, estava muito pensativa, e isso não escapou à sogra.

"O que foi, Nat? Não que você seja super falante, mas hoje tá ainda mais quietinha."

Ela trocou um olhar com a sogra.

"Eu nunca tive um referencial de mãe. Você sabe disso. E quando eu fiquei grávida, isso não me impediu de sentir esse amor arrebatador que todo mundo tinha me dito e parecia uma coisa super distante. Eu não me imagino ficando longe desse bebê. E isso faz eu me perguntar quais foram as condições em que eu fui concebida pra levar minha mãe a me largar na casa de uma vizinha, sabe."

Lucy desceu das escadas e se sentou na poltrona ao lado de Natasha, pegando algumas roupinhas para dobrar.

"Às vezes ela teve que fazer isso. Você me disse que as circunstâncias que ela veio pra cá foram esquisitas. Vai saber se ela não estava sendo perseguida ou coisa assim."

Nat dobrou um macacãozinho com orelha de coelho.

"Eu tenho medo de não saber ser um referencial de mãe, sabe."

"Nat, mesmo se você tivesse tido mãe, isso ainda seria um questionamento. Pode acreditar. Nas duas gestações que tive isso aconteceu."

Nat olhou confusa para Lucy, que tinha os olhos cheios de lágrimas.

"Antes de ter Steve, Grant e eu tivemos uma menina. Quer dizer, eu entrei em trabalho de parto às 24 semanas e ela não sobreviveu. O nome dela era Sarah e eu nunca contei pro Steve. A perda doeu muito e você é a primeira pessoa desde o Grant a saber."

Nat não sabia o que dizer. Apertou a mão da sogra, que secou as lágrimas.

"Então fica tranquila, Nat. Tenho certeza que você vai fazer um ótimo trabalho. E eu to aqui pra te ajudar."

Algumas horas mais tarde, Steve chegou. Parecia um pouco chateado.

"Oi, meu amor." Ela cumprimentou. "O que foi?"

Ele a abraçou e a beijou, cumprimentando.

"Minha mãe foi até o hospital conversar comigo. Disse que te contou sobre o bebê que ela perdeu."

Nat apoiou a cabeça no peito do noivo.

"É, contou."

"Eu não sabia. Nunca me contaram."

Nat olhou para ele.

"Está chateado por só saber agora?"

"Não. Isso só explica muitas coisas em relação a eles me tratarem como trataram a vida toda e nunca terem tentado ter outro filho."

Ela se afastou para terminar de pôr a mesa. Steve ainda parecia pensativo.

"Deve ser uma situação muito difícil. Eu entendo não querer tocar mais no assunto."

"É, eu também." Ele disse. "De qualquer forma, como você tá? E a princesinha?"

"Hoje tá quietinha. No hospital ela é mais ativa."

Ele andou até Nat e deu um beijo na bochecha dela.

"Eu amo você."

"Também te amo. Quero que ela chegue logo."

"Eu também. Vai ser sua cara. Espero."

"Com seus olhos." Ela disse. "São lindos."

Ele sorriu e se sentaram para comer.

[N/A: o refresquinho... quando eu ponho um refresquinho sempre vem bomba, será? Comentem!]

Brains and Hearts - RomanogersWhere stories live. Discover now