Capítulo 15

37 14 93
                                    

*Aviso de gatilho leve/ Cena curta com descrição de violência contra a mulher

Oops! This image does not follow our content guidelines. To continue publishing, please remove it or upload a different image.

*Aviso de gatilho leve/ Cena curta com descrição de violência contra a mulher. *

Na manhã seguinte Helena acordara pronta para lidar com os acontecimentos da noite anterior. Minerva e Bianca estavam a esperando para o café da manhã, como esperado, Helena não tinha apetite algum, nem mesmo conseguira se obrigar a tomar sua xícara de café matinal.

Um nó se formara em sua garganta. Ela não conseguia engolir nem mesmo um grão de arroz. Minerva e Bianca ficaram preocupadas, mas não quiseram pressioná-la depois de uma noite tão traumática.

Após o café ela foi até a cidade, o cenário que ela encontrara era muito pior do que ela imaginava. Metade da cidade havia sido incendiada, várias pessoas andavam pelas ruas atarefadas. Todas paravam e cumprimentavam Helena como se ela fosse uma heroína. Ela não se sentia assim.

Os corpos da luta anterior haviam sido levados até uma área afastada da cidade onde seriam devidamente enterrados. Ela parou observando o enorme número de novas cruzes que preenchiam o espaço do cemitério da ilha. Helena se perguntou quantos daqueles corpos chegaram ali por sua causa.

Ela não acreditava no morrer ou matar, ela era uma mulher inteligente que poderia ter pensado em outro meio de resolver aquilo, mas no calor da batalha e no fervor de proteger aqueles que amava, Helena não havia encontrado nenhuma outra saída.

O restante do dia foi cheio e cansativo, ela recebera mensagens dos líderes ocultos da ilha que exigiram dela uma retratação. Os prejuízos com as mercadorias eram a maior preocupação deles, isso enojava Helena, a fazia se sentir como um verme enfiado na terra sufocando enquanto lutava para submergir.

Ela fizera o que podia, andou pela ilha, moveu destroços. Deu comida para os moradores que haviam perdido suas casas. Ajudará Corvel na enfermaria improvisada que havia sido montada, mas tudo que fazia parecia uma desculpa fútil, só aumenta sua culpa e seu pesar em um ponto que ela não conseguia falar, tudo que fazia era acenar com a cabeça e sorrir. Suas bochechas doíam, mas ela não parara de sorrir um minuto desde que sairá de casa.

— Você está bem? — Arthur perguntou colocando a mão no ombro dela. Helena abriu o seu sorriso ainda mais como se ele tivesse sido rasgado com uma faca e ela não pudesse mais retira-lo do seu rosto. Ela acenou positivamente e continuou andando, carregando bacias com panos e água morna.

— A senhorita está bem? — Perguntou a esposa de Dragão Sofia que estava sentada em um banco de madeira ao lado do marido que havia sofrido um corte fundo no abdômen.

Helena novamente sorriu, engolindo toda a sua culpa e tristeza e acenou positivamente não sendo capaz de empurrar nenhuma palavra pela sua boca.

O dia se arrastou devagar, com Helena indo de um lugar a outro. No final do dia ela subia a colina em direção a sua casa. Seu rosto estava manchado de lagrimas que insistiam em sair silenciosamente escorrendo como cascatas de seus olhos desde o momento que ficara sozinha.

Diário de bordo de Helena HerondeleWhere stories live. Discover now