O que você roubou de mim

Positivo

Chego e Evan ainda não chegou, o que é ótimo, me da tempo de tomar um banho e comer alguma coisa.
Entro no chuveiro e deixo a água quente percorrer meu corpo, lavo meus cabelos que agora estão mais compridos, seco o mesmo em seguida, enrolo a toalha no mesmo para que seque mais rápido, visto um vestido fresco, e vou para cozinha preparar meu jantar, Evan não deve chegar nem tão cedo.
Começo a fazer o arroz e em seguida o estrogonofe, coloco o alface em baixo da água e começo a lava-ló, depois corto e jogo a cebola, o tomate e o pepino, amo pepino.

Estou sentada jantando, já são nove da noite e nada de Evan, pego meu lalita e dou mais uma golada.

O dia hoje foi tão calmo, tão gostoso, a meses não me sentia tão em paz, o silêncio de Pedro, seu aconchego, como pude ficar tanto tempo sem seus abraços, ele sempre me trouxe paz, mas agora é diferente, é como se pudesse sentir em partes o que ele sente por mim, será que la no fundo gosto dele? eu não sei, mas tudo o que sei é que queria estar com ele agora, apenas deitada novamente em seu ombro, sorrio com a lembrança de seu sorriso quando achou que eu estava flertando com ele.

_Do que está rindo?
_Boa noite pra você também Evan.
_Boa noite, fez comida, o cheiro está ótimo.
_Sim fiz. _Não faço questão de perguntar como foi seu dia, não quero que o mesmo pergunte sobre o meu.
_Posso me sentar com você, estou morrendo de fome.
_É a sua casa fique a vontade.
_Nossa casa, você é minha mulher, portanto é nossa.
_Se você diz.

Rapidamente meu estômago embrulha, corro para o banheiro segurando a barriga, vômito tudo o que comi a alguns minutos, será que comi tanto assim.

_Você está passando mal, quer que eu te leve ao médico.
_Não, estou bem.
_Acabou de vomitar as tripas.
_Estou bem, só comi demais.
_Entendo.
_Vai terminar de comer, eu vou escovar os dentes.

Depois de escovar meus dentes vou assistir um filme, Evan se deita em meu colo, faço carinho em sua cabeça, ele se encole no sofá, agora olha em meus olhos e diz.

_Acho que você está grávida.
_Como...
_Você não mestruou esse mês amor, não vi você tomar seu remédio, talvez tenha esquecido, e agora está passando mal.
_Não estou grávida Evan.
_Então faça um teste para ter certeza.
_Porquê? Eu já disse eu não estou.
_Então não tem problema fazer um.
_Amanhã eu faço.
_Já liguei pra farmácia pedindo três.
_Já? e pra que três?
_Pra termos certeza.

Alguns minutos depois estou encarando três testes positivos a minha frente.

_Não, que droga.
_Então o que deu?
_Positivo. _Digo com a voz trêmula, já posso sentir o bolo em minha garganta se formar.
_O que vamos fazer, vamos ser pais.
_Não vamos, irei abortar.
_Ficou maluca, não vou deixar você tirar meu filho.
_O que pretende fazer Evan, trazer essa criança ao mundo e depois, vamos criar ela nessa loucura que vivemos?
_Pensei que me amasse.
_Eu amo Evan, por isso ainda estou aqui com você, mas isso _Digo apontando para minha barriga. _É demais para mim agora, você é completamente louco, uma hora é mil amores e outra só quer descontar sua raiva me batendo e se drogando, sai para beber e passa a noite fora, tudo te deixa nervoso, meus pais nunca serão presentes, eu não posso.

Começo a chorar descontroladamente.

_Podemos fazer isso.
_Eu estou com medo Evan, com muito medo, o que temos a oferecer a esse bebê.
_Amor Valentina, amor.

Ele me abraça e começa a me beijar delicadamente, apertando minha cintura contra o seu corpo, para de me beijar e distribui beijos em minha barriga.

_Não vou deixar que nada de ruim aconteça com você,papai vai proteger você.

Dormimos abraçados após falarmos sobre a gravidez que não planejamos, combinamos de ir bater uma ultra amanhã cedo antes de eu ir trabalhar a tarde.

Tive sonhos com Pedro, ele está me beijando e dizendo o quanto me amava, eu estava correndo atrás dele em um campo de flores. Pulo em suas costas e ele me agarra com força, me viro e digo que o amo.