♡•°☆Capítulo 3☆°•♡

253 55 4
                                    

...

°•{P.o.V Reaper}•°

    — O quê? 

     Eu não esperava ouvir nada parecido com aquilo, não pude esconder a surpresa.

— Não tem mais nada pra mim aqui.

     Seu olhar estava distante e sombrio, o vento soprava forte, derrubando algumas folhas.

— Não tenho mais motivos pra continuar vivo.

    Permaneci imóvel por mais alguns segundos. Respirei fundo e dei um passo a frente, me aproximando dele.

— Apenas um toque, você deixará esse plano mortal para sempre. Não há como reverter ou voltar atrás depois que acontece. Você tem certeza do que quer?

    Perguntei e ele acenou positivamente com a cabeça, dizendo:

— Sim...por favor... – Ele estrecemeceu e eu pude ver través de seus olhos que sua alma gritava em agonia e desespero.

    Eu o encarei com um olhar gélido e pisquei em entendimento:

— Está feito.

    A luz branca da lua fazia com que o orvalho na copa das árvores brilhasse, deixando-as prateadas. De repente, o sopro de um vento gelado atravessou Geno. Um trovão ecoou por toda a floresta, podendo ser ouvido a quilômetros de distância. Eu toquei sua testa com a mão.

°•{. . .}•°

°•{...mas nada aconteceu...}•°

— O que...? Como...como isso é possível? Você deveria estar...

— Morto

Geno disse friamente. Ele balançou a cabeça:

— "Cem por cento de certeza"

Ele repetiu as palavras que eu havia lhe dito antes.

— Que idiota eu fui...é claro que não ia funcionar...

Ele se virou para ir embora, mas eu segurei em seu ombro, parando-o:

— Espera...

Geno voltou seu olhar para mim:

— O que foi?

     Que constrangedor...eu realmente nunca imaginei que isso realmente aconteceria. Lá vou eu.

— Uh...eu...queria te pedir...uma coisa...

     Eu disse meio sem jeito.

— Fala logo o que você quer.

— É que...eu...uh...eu sempre quis saber qual era a sensação de abraçar alguém, e....parece que você não vai morrer se eu te tocar...então...?

— Tá tirando uma com a minha cara?

— Não, é sério. Parece bobo mas...sei lá, só estou curioso...

Geno continuou me encarando desconfiado.

— Por favozinho...?

Geno suspirou:

— Eu não acredito nisso - Ele se aproximou revirando os olhos

Abri um sorriso empolgado:

— ...e como é que eu...

Sem me deixar terminar a frase, Geno se aproximou e me abraçou. Eu levei alguns momentos para abraça-lo de volta.

A sensação era.....estranha. Eu podia sentir a respiração de Geno no meu pescoço. Estava ventando, mas é como se ele não deixasse o vento me atingir. Eu me sinto.... estranhamente confortável. Isso é muito bom. Eu apertei mais o abraço. Mas Geno não parecia tão confortável quanto eu.

— Tá, já chega

Ele me soltou se afastando.

— Eu gostei disso - Falei cruzando os braços.

— Mas eu não. E não espere que façamos isso de novo. Não sou seu amigo.

— Heh, tudo bem então – levantei os polegares.

     É claro que eu vou abraçar ele de novo, só concordei para não deixá-lo nervoso.

— Bom, eu acho que vou voltar pra tela de save - Ele se abraçou na intenção de bloquear o vento congelante que chacoalhava as árvores.

Levantei minha mão ao céu e os quatro ventos se tornaram uma brisa suave e agradável.

— O que? Como você..?

Eu o interrompi antes que pudesse terminar o que ia dizer.

— Eu sou um Deus, isso foi só um truque de salão comparado ao que eu posso fazer. - Dei um sorriso convencido

— Você também é muito modesto - Respondeu em um tom irônico

— Sim, a modéstia também é uma das minhas muitas qualidades.

— Estou vendo.

     Permanecemos em silêncio por alguns segundos.

— Uh, eu acho que vou embora agora...

— Gostaria de uma companhia?

— Não.

— Que pena, eu vou mesmo assim.

    Ele revirou os olhos e resmungou enquanto abria um portal para a tela de save. Ao atravessar, me deparei com um grande vazio escuro e frio. Não havia paredes e nem nenhum tipo de estrutura, apenas dois grandes botões flutuantes e brilhantes.

[RESETAR]        [CONTINUAR]

     Geno deu dois passos em direção ao nada.

— "Lar doce lar"

     Ele se jogou no chão com os braços abertos. Eu pude ouvir o barulho de seu crânio batendo contra o chão.

— Isso não dói? ‐ perguntei intrigado

     Ele deu de ombros.

— Já senti dores piores.

     Olhei em volta procurando por algo que pudesse deixar Geno mais confortável, mas não havia nada além da infinita e gélida escuridão. Não havia nem mesmo um colchão para que pudesse se deitar com um mínimo de conforto. Me senti mal por ele.

     Novamente, voltei meu olhar para Geno. Ele tirou do bolso do casaco um  frasco branco de comprimidos para dormir.  Ele abriu o vidro e engoliu todos as pílulas de uma vez só. Seu rosto se contorceu com o sabor amargo do remédio.

— Geno, isso vai te fazer mal.

— Mais ou menos - Ele verificou dentro do frasco para ter certeza de que nenhum comprimido ficaria para trás. — Primeiro a minha mente vai entrar colapso por causa da super- dosagem do remédio, então eu vou perder a coordenação e meus reflexos vão diminuir até que eu não possa mais me mexer. Aí eu vou entrar em coma por mais ou menos uma semana.

— E quando você acordar?

— Eu acordo mais cansado do que quando fui dormir, então eu só repido o processo.

    Eu permaneci em silêncio.

— Bom, boa noite...não esteja aqui quando eu....acordar... ‐ ele começou a piscar sonolentamente e então adormeceu.

    Eu o encarei e deixei escapar um suspiro. Retirei minha capa e coloquei sobre ele, cobrindo-o para que não sentisse frio. Me sentei ao lado dele e o observei por alguns segundos,então descansei a a cabeça nos joelhos e tudo ficou escuro.

°☆ Continua...?

______________________________________

Nota da autora:

– Deixem sua estrelinha aí, demorou pra ficar pronto ;-;











O Toque da Morte - AfterdeathOnde histórias criam vida. Descubra agora