Prólogo

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Olá docinhos 🧁
Prólogo de Indecente liberado pra vocês terem um gostinho do que vem por aí, amores! Não esqueçam de votar e comentar!

Boa leitura!

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DIAS ANTES

Acaricio os cabelos do Antônio, o único que me faz levantar da cama todos os dias e buscar ganhar o mundo. Sorrio enquanto leio o livro do Pinóquio para ele pela terceira noite seguida, já decorando quase todas as falas. Mudo meu tom de voz em cada uma delas, e isso o diverte, o que me consola muito.

— Fim — digo, dirigindo o meu olhar a ele.

Seus olhinhos brilham na penumbra que o abajur da sua mesa de cabeceira cria no ambiente. Puxo o cobertor do Batman, cubro Antônio e beijo sua testa.

— Boa noite, meu filho.

— Vai trabalhar, mamãe...? — sussurra.

— Sim. — Sorrio. — Sua tia vai ficar lá na sala enquanto eu não chego, como todos os dias. Agora durma, você tem aula amanhã.

Fecho o livro, deixando sobre a mesa de cabeceira, e deixo que Antônio descanse. O vejo fechar os olhinhos brilhantes e se aconchegar embaixo do cobertor, aquecendo também o meu coração.

— Nunca vou poder pagar o que você está fazendo — digo à minha irmã,  parada na porta do quarto.

— Não se preocupa... A gente mora na mesma casa, não é nada de mais ficar de olho no meu sobrinho enquanto ele dorme.

Balanço a cabeça, me afastando e indo pegar a mochila a fim de sair para o trabalho. Minha irmã me acompanha até a porta principal do pequeno apartamento.

— Tome cuidado, Ayla.

— Não se preocupa, Ana... Vou me virar. — Comprimo os lábios. — Me ligue se algo acontecer.

— Ele vai ficar bem.

Dou as costas e me dirijo ao elevador, ouvindo a porta ser fechada atrás de mim. Hoje começarei o turno estendido, preciso de dinheiro para manter meu filho na escola e pagar o aluguel do apartamento. Depois que aquele cafajeste sumiu do mapa, eu preciso me virar para que a criança não precise de nada dele.

Quando as portas do elevador se abrem, o meu celular começa a vibrar na bolsa, atraindo minha atenção. Entro rapidamente e aperto o botão, e somente depois procuro o aparelho. Ao ver o nome do Régis na tela, hesito em atender, mas o faço logo em seguida; pode ser algo importante.

— Régis.

Será que a minha mais nova ex-garçonete está perto de chegar? O bar está lotando por causa da sua estreia.

— Oh, meu Deus! — exclamo. — Estou muito nervosa, não sei se vou conseguir.

Para de frescura, menina. — Ele ri. — Você ensaiou exatamente como eu ensinei?

— Claro que sim, apesar de achar aquilo muito ousado.

É sensual, eletrizante... Vai deixar os marmanjos babando por você, sem nunca ser perturbada por eles. Nem vão ver o seu rosto.

— De qualquer forma, já estou deixando o prédio, chego aí em vinte minutos.

Encerro a ligação e volto a guardar o celular na bolsa. Corro para sair da recepção e abrir o portão enferrujado. De longe, vejo meu ônibus parar no sinal e me apresso em direção ao ponto mais próximo do prédio.

No caminho até lá, não consigo deixar de pensar no que me aguarda esta noite. Régis me viu dançar enquanto recolhia as coisas das mesas, depois que o bar havia fechado, e me propôs ser a nova atração. Eu não terei de me expor além do necessário, e isso é o que realmente me fez aceitar esse trabalho.

Entro pelos fundos do bar e já escuto a música alta tocar. Cumprimento todos ao cruzar a cozinha revestida em cerâmicas brancas e balcões em metal. Ao chegar no corredor, abro a porta, onde vejo "camarim" escrito, e paro ao ver Régis.

— Minha deusa chegou. — Ele sorri, acenando para que eu me aproxime. — Venha, vamos te arrumar.

Largo a bolsa em uma cadeira e me aproximo da penteadeira luminosa, repleta de maquiagem, pentes, secadores, aparelhos de babyliss e grampos de cabelo. Encaro o reflexo do corselete preto, transparente, no espelho. Estou prestes a entrar em pânico e largar tudo isso.

— Aquele projetor não vai falhar, não é? — pergunto, encarando o meu amigo pelo espelho.

Ele abre um sorriso, inclinando o corpo e colando a bochecha na minha e me olhando através do espelho.

— Deusa, eu estarei lá para que seu segredo não seja revelado. — Toca levemente o meu queixo. — Seu lindo rostinho não será visto.

Respiro fundo e aceno levemente com a cabeça. Só aí Régis alcança o secador de cabelo e começa a me preparar para a estreia. Fecho os olhos, me concentrando e acalmando a respiração. Vou conseguir fazer isso, pelo meu filho.

Visto as meias pretas e o corselete com a ajuda de Régis, que continua me dizendo o quanto estou deslumbrante no traje. Por fim, ele pinta os meus lábios de vermelho-vivo e decreta que estou pronta. O pequeno ato faz meu coração disparar dentro do peito. É agora, não há mais como fugir. Deixo o camarim com ele, que me relembra as instruções dadas ontem, enquanto passamos por um corredor mal iluminado que nos leva direto aos degraus do palco.

— Espere aqui, querida — diz ele. — Vou anunciar você.

Aceno levemente com a cabeça, jogando os cabelos parao lado em seguida. Agora não há mais volta.

[DEGUSTAÇÃO] IndecenteOnde as histórias ganham vida. Descobre agora