(Uma história de Alta Fantasia)
Duas décadas após o fim da Era Varuniana, os habitantes do continente de Chakran tentam lidar com a presença constante das criaturas que caem dos céus, Os Filhos dos Deuses, contudo o embate entre a Ordem dos Homens L...
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Lauretti lhes mostrou na parte externa da imensa torre, um anexo. A pequena construção servia como um vestiário e era fruto de uma consolidação recente. A partir de um projeto feito por Lauretti, com base em manuscritos antigos encontrados na biblioteca, os pedreiros da ilha puderam criar esse ambiente que servia de vestiário e área de banho com um refinado e bem elaborado sistema de aquecimento subterrâneo que mantinha a água aquecida nas áreas de banho.
A jovem abriu a porta e revelou um amplo espaço com bancos largos e prateleiras alongadas que surpreendeu tanto Handriak quanto Nassor por sua organização impecável.
― Lauretti você criou esse lugar? ― Questionou Nassor.
― Não, pelo menos não sozinha. Encontrei na biblioteca um livro de um construtor real de Overghan, não fazia parte do acervo original. Acredito que a família Amirth tenha encomendado as instruções para replicar as famosas Termas de Overghan, mas seu tio chegou antes que encontrassem alguém com capacidade de ler os projetos, afinal, para algo desse porte ser construído aqui requer algumas adaptações: tive que improvisar a fornalha que esquenta o ar e o espalha pelos espaços ocos das paredes e subsolos.
Han agachou e tocou a água da área de banho, apelidado pelos construtores de piscina de banho. Ficou maravilhado ao perceber que a água estava aquecida em uma temperatura agradável e logo expressou sua surpresa:
― Isso é incrível...
Lauretti sorriu despretensiosamente. A mulher abriu uma espécie de compartimento, uma cômoda de madeira que para surpresa dos dois rapazes estava sem nenhum tipo de abalo causado pelas intempéries de um local aquecido e molhado.
Ela tirou de lá o que havia prometido: a veste feita de entrelaçamentos de pequenas argolas de metal, uma cota de malha esplendida feita especialmente para os Homens Livres, além da cota estava um peitoral curto feito de um aço tão prateado que reluzia com vivacidade única e destacava o emblema antigo ― dos tempos de Astrid ― um sabre e um "V".
― É um presente do seu tio, ele disse que só deveria ser entregue em mãos. Foi feito com metal que só pode ser encontrado nas proximidades do Ponto Zero, seu tio adora usar o metal de lá em armas e armaduras.
― Por quê?
― É mais leve, sem perder a resistência, tome!
Ela entregou ambos, mesmo para um privilegiado herdeiro da força de Brahcma, como Handriak, aquilo deveria ter um peso razoável, mas não tinha. Era leve, um pouco mais pesado que suas vestes molhadas e sujas.
― Isso que é um presente, Han. Ouvi dizer que o aço do Ponto Zero é capaz de resistir ao ataque direto de uma espada, até mesmo de machado. ― Disse seu amigo, observando de perto o equipamento de defesa.
― Sim, meu tio é incrível. Vou vestir agora mesmo, preciso testar isso logo...
― Não, não, não... ― Interrompeu Lauretti. ― Você precisa se lavar agora e jogar no lixo essa roupa imunda que está usando.
