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Meus dedos batiam contra minha perna, meu coração batia tão acelerado que eu acreditava que rasgaria meu peito a qualquer momento, o fato de eu não querer acreditar em alguns milagre era completamente diferente do que eu estava fazendo, um filme passava em minha mente, o dia que minha sala fora invadida por Andrea com a proposta de casamento e tudo o que veio a seguir, os olhares, os beijos... O amor.

Meus pensamentos estavam tão longe que nem mesmo notei quando o carro estacionou em frente ao hospital, a maldita faísca de esperança estava ali, desci a passos inseguros e caminhei em direção ao quarto que bem conhecia já que minha vida passou a girar entorno dele nos últimos meses, eu tinha medo do que viria a acontecer quando eu chegasse próximo aquele quarto, o que teria nele? A entrega da aliança de casamento de Andrea? Uma carta que até então estava oculta? Andrea me olhando com aqueles olhos achocolatados que eu tanto amava?

Respirei duas vezes antes de virar no corredor, minhas mãos suavam como se eu tivesse acabado de tira-las da água, minhas pernas tremiam e eu me sentia tão vulnerável como nunca antes, fechei os olhos quando estava a dois passos do quarto e novamente respirei fundo, meu coração pareceu parar ao escutar a voz de Natanael, os meus pés haviam parado.

— Isso não é como aquele episódio de Grey's anatomy, não né? Porque eu assisti e não acaba bem.

— Pare de falar besteiras, Nate — Richard o repreendeu, me aproximei da porta após fingir encontrar coragem e novamente paralizei sem conseguir respirar, os olhos castanhos se prenderam nos meus com aquela conexão de sempre com direito a frio na barriga e mais um pouco de falta de ar.

Uma enfermeira, ou seja lá quem era estava medindo sua pressão, seu rosto ainda estava um pouco pálido, minha boca abriu e fechou algumas vezes enquanto meus olhos estavam marejados, eu não sabia respirar, eu não queria acordar se caso estivesse sonhando.

.§.

Eu não sabia dizer quanto minutos fiquei parada em frente a porta, a única coisa que sei é que não conseguia me mover, meus pés pareciam colados ao chão enquanto meus olhos estavam pressos a ela.

— Não vem me abraçar? — Sua voz era rouca e fraca — Você costumava ser a esposa legal — Brincou e naquele momento eu soube que estava bem acordada, Andrea só brincava comigo, meus pés passaram a caminhar apressadamente em sua direção e eu me joguei em seus braços apertando-a sem me importar com que nós via, apenas me afastei ao escuta-la gemer de dor e segurei seu rosto.

— Eu senti tanta saudades, sweet — Disse com a voz embargada sentindo ás lágrimas caírem — Eu senti tanto medo — Sussurrei voltando a abraça-la sentindo apenas um braço circular minha cintura, logo o outro estava afagando meus cabelos, apoiei minha testa a sua olhando-a nos olhos.

— Eu também senti saudades — Sussurrou de volta e secou meu rosto beijando meus lábios lentamente, logo em seguida minha testa, sorri fechando os olhos.

O silêncio reinou no quarto, o único barulho que reinou ali foi os aparelhos que mediam os batimentos de Andrea, já que novamente foram ligados, suspirei deitando minha cabeça em seu ombro novamente, eu me sentia exausta, tanto pelo trabalho quanto pelas emoções.

— Como isso aconteceu?

— Quando viemos cuidar dos assuntos... Você sabe — Richard começou a dizer — Sobre o funeral, a médica me chamou e me trouxe até aqui, Andrea tinha os olhos abertos quando eu cheguei, depois disso foi uma loucura com médicos entrando e saindo no quarto para examina-la, coletar sangue, quando a bagunça diminuiu eu ligue pra você.

— Você precisa parar de me assustar dessa maneira — Reclamei encarando-a — Quase morri quando desligaram esses aparelhos, Cassidy mal tem dormido por causa dos novos pesadelos, ela sente sua falta.

Por... ContratoTempat cerita menjadi hidup. Temukan sekarang