Epílogo 2 - Futuro (pt 1)

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Boa leitura, doces!~

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- Eu quero peixe. E mel.

A voz de Hongjoong soou pela cabine, alto o suficiente para acordar o alfa de sono instável a seu lado.

Um tanto atordoado, Seonghwa se sentou na cama, puxando a vela que ficava ao lado da cama para que pudesse enxergar melhor o marido.

- Você quer o quê? - questionou, confuso.

- Peixe e mel. - o Kim respondeu, impaciente, acariciando instintivamente a barriga elevada e cruzando os braços logo após.

Estava nos últimos meses e ficara impressionado em ver o quanto havia crescido naquele meio tempo. Todo o peso que não ganhara nos primeiros momentos viera com força naquela reta final e estava sendo um saco lidar com as dores na coluna e as constantes movimentações da criança.

Mas o pior, talvez não tanto para si e sim para Seonghwa, eram os desejos.

Hongjoong não fazia ideia de onde vinham, menos ainda do motivo de só acontecerem no meio da noite, mas de repente se via acordando o alfa com um pedido mais estranho que o outro.

Geralmente, conseguir comida não era uma tarefa difícil, sim, e o Park não poderia reclamar disso em circunstâncias normais.

Entretanto, a situação mudava totalmente quando lembrava que estavam em alto mar na maior parte das vezes em que eles ocorriam e que se tornava basicamente impossível cumprir alguns pedidos, tais como a inusitada "melancia com alho" que o Kim exigira dias antes.

Segundo algumas crenças, que, para seu próprio bem, ele classificou como ridículas, se o gestante não comesse o que desejava, a criança nasceria com cara daquilo.

Seonghwa preferia não imaginar o que seria uma criança com cara de melancia com alho, mas rezava para que não fosse muito incomum, já que não tinham mais o curto estoque de frutas quando Hongjoong decidira o que queria comer.

Preferia acreditar que a genética que aquele filhote levava não permitiria e, sendo sincero, mesmo que permitisse, ele duvidava que acharia o próprio filho qualquer coisa diferente de lindo.

Às vezes, quando ia fundo demais na reflexão, o Park acreditava que já amava aquele serzinho antes mesmo de saber que ele existiria um dia. E se aquilo era verdade, era assombroso pensar no quanto o amaria quando o segurasse pela primeira vez.

Os murmúrios do ômega sobre querer peixe com mel se tornaram mais altos e frequentes, até Seonghwa finalmente se levantar aos resmungos e se espreguiçar, arrastando o corpo para a cozinha no porão.

O navio estava no mais completo breu, a melhor estratégia para evitar serem encontrados quando queriam dormir em alto mar, e o capitão deu com o dedo do pé em pelo menos uma porta e um caixote antes de, sob a luz fraca de uma vela, alcançar a porta que ia para o andar inferior.

As dobradiças rangeram quando ele empurrou a madeira, o primeiro pé tocando com cuidado o degrau abaixo e ele se preparava para descer mais um quando sentiu dois impactos ao mesmo tempo.

Em um segundo, sentiu seu corpo rodar, seis pares de braços e pernas se embrenhando ao rolarem escada abaixo junto às panelas que se empilhavam ali perto.

A vela que segurava voou, junto a uma outra, e, por sorte, ambas se apagaram ao atingir o chão, sumindo na escuridão.

Quando tudo parou, a dor se arrastando por seus músculos, ele finalmente tentou se levantar, sentindo os corpos sob e acima de si se remexerem com desconforto.

Nas águas do CaribeWhere stories live. Discover now