Nas águas do Caribe

Como se quebra porcelana

A inspiração brotou do ralo, acho que foram os comentários- 

Boa leitura, doces!~ 

------------------------------☆☆------------------------------

O cheiro ferroso de sangue inundou o navio, junto ao som inconfundível de dentes trincados e um arfar de dor.

Hongjoong se virou, com os olhos arregalados, vendo San parado atrás de si com palma da mão segurando firmemente a lâmina da faca de Yeonjun, sem nada para impedir o corte. 

Ele e Wooyoung haviam acabado de chegar perto do Illusion, depois de se demorarem um pouco no porto, quando sentiram a forte mistura de feromônios que se expandia até depois dos limites do navio. 

O Choi não pensou duas vezes ao correr para a rampa de acesso do barco, no exato momento em que o capitão interferiu e o avanço letal do alfa logo depois, em direção a um ponto vital nas costa de Hongjoong. 

Se tivesse demorado mais um ínfimo segundo para segurar a lâmina, vacilado um passo, teria sido o fim do capitão Kim. 

Não era como se fosse a primeria vez que o capitão corria riscos de vida, todas as vezes em que espadas eram desembainhadas e armas sacadas ele se expunha a isso, e também duvidava que fosse a última, mas nunca deixaria de sentir seu sangue correr frio ao ver qualquer um de seus companheiros na mira da morte. 

- Sannie! - Wooyoung gritou, mal tendo terminado de subir a bordo quando sentiu sua marca arder e o cheiro de San se aprofundar. 

Ele correu imediatamente para o lado do ômega, vendo as gotas grossas do líquido vermelho correrem para o chão, manchando a lâmina e o braço do Choi. 

Yeonjun pareceu recobrar a lucidez, ficando pálido ao abaixar a espada e ver o tamanho e profundidade da ferida que ficou na mão alheia. 

Hongjoong não questionou a presença do Jung em seu navio naquele momento, apenas observou quando ele tomou a mão de San com cuidado, rasgando uma grande tira de pano da própria camisa para tentar conter o sangramento. 

Entretanto, o tecido começou rapidamente a tomar a coloração vermelha, encharcado com o fluxo intenso.

Teriam que levá-lo a Hwanwoong, caso contrário aquilo não pararia tão cedo, podendo até mesmo infeccionar a ferida e levar a coisa pior. 

Os olhos de Wooyoung brilharam em carmesim, seguindo a lógica da situação até a faca longa que ainda pendia solta nas mãos de Yeonjun. Então ele se virou para o alfa desferindo um soco certeiro em sua face, forte o suficiente para que se ouvisse o estalo do nariz. 

- Que porra você estava pensando?! - Rugiu, indignado. San estava ferido e não fazia nem mesmo dois minutos que haviam chegado ao Illusion. Estava farto de como tudo acontecia tão rápido naquela ínfima semana. - Qual o seu maldito problema?!

- Não era para machucá-lo! - Yeonjun devolveu, nervoso. - Ele segurou a faca, meu alvo era...

Seus olhos registraram, finalmente, a presença do capitão Kim entre ele e Jongho, percebendo quem ele acertaria caso San não intervisse na situação. Acabou por ficar ainda mais branco, se é que isso era possível.

- Capitão...por todos os deuses...

Seu cheiro recuou de imediato, assustado, sobrando apenas a dominância do cheiro de Hongjoong, que permanecia incrédulo com a proximidade que a lâmina do outro chegara de suas costas. 

Fora para afirmar seu cargo, nunca algum de seus marujos havia levantado uma arma para si. Havia deixado claro que aquele que o fizesse estaria, no melhor dos casos, terminantemente expulso do Illusion ou, no pior, morto antes que pudesse ao menos explicar o que ocorria.