Depois vemos o que acontece (pt 2)

3.1K 552 840
                                    

Título dos caps alterado, porque eu achei que esse faz mais sentido.

Boa leitura, doces!~

------------------------------------------------

No início, Yunho odiava o fato de ser um ômega. 

Em todos os dias de sua vida, não havia uma única pessoa que pusesse fé que ele pudesse fazer mais do que gerar os filhos de seu marido e cuidar da casa. 

Justificavam por seu cheiro, sua força, seu heat, a capacidade de gerar. Tudo em si, para aquela sociedade, gritava que nunca seria nada na vida. 

Ele se odiou por ter nascido daquele jeito, por não ser um alfa ou beta dono de seu próprio nariz.

E quis morrer de desespero quando seu pai o comprometeu, ainda adolescente, a um alfa rico na Coreia, escavando de uma vez por todas as chances de ter o mínimo de liberdade. 

Conforme a data do casamento se aproximava, os anos passando mais rápido do que parecia aceitável, pensara, de verdade, que estava acabado. 

E correu para o porto mais próximo, determinado a não ter o mesmo fim que viu sua mãe ter, presa a alguém que não amava, com a sina de gerar filhos forçados em si. 

Mas antes que pudesse pular para as águas revoltas abaixo, para o fim de uma vida não vivida, o capitão Kim surgiu, com o Illusion sendo uma grande barreira entre Yunho e a queda. 

Ele estendeu a mão para si, com a promessa de mudar o mundo e desbravar oceanos desconhecidos. 

A prova viva de que o gênero não fazia nenhuma diferença em sua grandeza. 

E Yunho foi, mesmo com os gritos de seu pai para que soltasse a mão do outro ômega e voltasse para a vida cinza que deixava para trás. 

A partir do momento em que pôs os pés no convés, a madeira rangendo com o peso, sabia que não tinha mais volta. 

O Jeong estaria mentindo caso dissesse que nunca mais pensou em sua terra natal ou sua família, mas tudo se aquilo perdia no sal do mar e nas lâminas brilhando ao sol. 

A vida de pirata não era as mil maravilhas, corriam riscos em cada navio que paravam para roubar, mas não trocaria aquilo por nada. 

Hongjoong, o capitão Kim, acolhia a todos como irmãos, cada um dos homens, fosse alfas, betas ou ômegas. Ele lutou e ganhou de cada um dos que chegaram pela lealdade da tripulação. 

Não era questionado, também não era temido. 

Respeito, era isso que ele tinha. E garantiu que qualquer ômega que estivesse a bordo também o tivesse. 

Quando descobriu que estava grávido, Yunho pensou que cairia mais uma vez. 

Jurou que Hongjoong o colocaria para fora do navio, de volta à vida em terra como um ômega comum. Mais uma vez, sua vida ia mudar drasticamente. 

Mas a única coisa que o capitão fez foi sorrir ternamente, com a mão apoiada na barriga ainda lisa do companheiro, e dizer que estava tudo bem. 

- Depois vemos o que acontece. 

Em suas palavras exatas. 

Depois disso, Yunho não tinha medo do que viria. O que o incomodava não era a ideia de ter filhos, mas a de tê-los por obrigação.

Sabia quem era o pai: um alfa do Illusion que passara seu último heat consigo no mês anterior. Ele morrera em combate naquele meio tempo, por uma manobra prepotente que custara sua cabeça separada do pescoço. 

Nas águas do CaribeWhere stories live. Discover now