Grande dia

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Grande dia

Richard

Após o jantar dos pais de Vanessa, aproveito que todos estão eufóricos com anúncio da família de montar mais uma filial da rede farmacêutica em São Paulo para pedi-la em casamento. Na mesa à minha frente, meus pais acompanham a cena vibrando. Katarina pisca como forma de incentivo. Já havia combinado com John Bianchi de "roubar" um pouco dos holofotes e ele concordou com a ideia quando soube do que se tratava e me passa o microfone de suas mãos.

- Gostaria de um minuto da atenção dos senhores – peço. Os convidados vestidos de galã, vestidos caros e comidas do mais alto requinte. Olho para a loira de olhos verdes, que agora brilham como nunca. Ela sorri. Embora tenha fama de difícil, meus pais a adoram. Ela é apaixonada por mim, e penso: "por que não nos dar essa chance?". Gosto das nossas noites, mas eu não estou apaixonado. Ela sabe, eu nunca escondi o sentimento. Talvez com o tempo ela me enfeitiçaria como fez com os meus pais.

Aceno para que ela se levante, quase que pulando da cadeira ao lado dos meus pais. Dentro de um vestido dourado reluzente, ela se junta a mim.

-Vanessa Bianchi, quer se casar comigo? – pergunto diante de muito olhares. Sou avesso a esse tipo de holofotes. Ela finge surpresa, e abre um largo sorriso. Todos caem na risada com sua gracinha.

- Amor... Lógico que sim. Sim, sim – salta sobre o meu pescoço e me beija em toda parte do meu rosto. As pessoas começaram a bater palmas do "nosso showzinho". Elas vieram nos cumprimentar assim que coloquei a aliança no dedo da loira radiante ao meu lado. Olho de relance aos meus pais, e eles estão sorrindo como não fazem há muito tempo.

- Não pode me enrolar para marcar a data, doutor – ela diz melosa no meu ouvido – hoje à noite será especial – sentencia nossa noite ao tocar meus lábios.

Sou acordado com o toque do celular. Visualizo a tela e vejo que falta muitas horas para eu iniciar meu plantão. Olho para o meu lado direto e Vanessa está jogada na cama. Rio com a lembrança. Ela passou parte da noite se empanturrando de champagne após o meu pedido. Quando chegamos em casa, iniciamos mais uma maratona de sexo.

- Alô – falo ainda sonolento – o que houve para você me ligar tão cedo – falo com Renan.

- Tenho novidades – ele diz eufórico – você não vai acreditar. Ela acordou, a Branca acordou. Já até conversou com o médico do plantão ontem à noite – eu já havia pulado da cama à procura de uma calça na gaveta de roupas. Algo me diz que tomei a melhor decisão ao lutar para mantê-la viva.

- Chego aí em meia hora...

Antes que eu me esqueçaOnde histórias criam vida. Descubra agora