Amor

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 — Certo, hum... — ele pensou um pouco antes de continuar — Se você quiser esperar eu entendo, mas eu queria saber se você gostaria de estar em um relacionamento comigo agora.


Crowley olhou surpreso para o lado, onde Aziraphale estava sentado enquanto balançava suavemente para frente e para trás. Sua mente parecia ter, por alguns segundos, parado de funcionar – ele não conseguia fazer nada além de olhar com as sobrancelhas elevadas para o anjo. Era claro que quando ele decidiu ir até a livraria estava esperando que o relacionamento entre os dois começasse a ir além da amizade, mas em nenhum momento imaginou que aconteceria tão rápido, ainda mais sendo uma atitude iniciada pelo loiro.

— Se você não quiser isso agora eu vou entender, querido. — Aziraphale sorriu com compreensão, colocando uma das mãos no ombro de Crowley — Podemos fazer isso quando você estiver pronto.

Crowley precisou de mais alguns segundos para se recompor. Ele passou as mãos no rosto e colocou seus cabelos para trás, aproveitando o momento para pensar em como responder aquela pergunta. Ele queria gritar um "SIM!" em alto e bom som, mas ele não poderia perder a sua postura de demônio, mesmo que Aziraphale revirasse os olhos com suas falhas tentativas de parecer mal. Então, como já era de costume, ele tentou perturbar o anjo para deixa-lo sem jeito.

— Uh, você está me pedindo em namoro, meu anjo? — perguntou em um tom malicioso — Eu pensei que você não gostava de fazer essas coisas humanas.

As bochechas de Aziraphale rapidamente ganharam uma coloração avermelhada.

— Ora, não seja idiota, Crowley! — ele falou — Eu não estou pedindo você em namoro, demônio. E eu não sei nada sobre coisas humanas.

— Ah, eu aposto que você sabe! — o ruivo disse enquanto estendia a mão direita para ajustar a gravata do anjo — Eu aposto que você quer f-

— CROWLEY! — Aziraphale gritou e, se possível, seu rosto ficou ainda mais vermelho.

O ruivo levantou as mãos em sinal de rendição e olhou para os próprios pés. Aziraphale tomou algum tempo para respirar fundo algumas vezes antes de pigarrear para chamar a atenção do amigo.

— Você vai me responder? — o anjo manteve a voz calma ao perguntar, sem querer pressionar Crowley a fazer algo que não queria.

— Você tem certeza disso, Azi? — ele perguntou hesitante.

— Crowley, meu querido. — Aziraphale levantou e segurou uma das mãos de Crowley novamente, o puxando para que ficasse em pé na sua frente. Ele espalmou as mãos no peito do ruivo e sentiu imediatamente os braços dele enlaçarem sua cintura. — Se eu tenho certeza? Essa é a maior certeza que eu tenho em todos os anos da minha vida. — ele olhou para o mais alto com carinho, então levou uma das mãos para acariciar a bochecha dele enquanto voltava a falar — Eu penso sobre você em todos os momentos, e eu não quero te deixar ir embora outra vez. Eu quero você comigo saindo para ir jantar, para ir ao museu, ou apenas para ficar na livraria tomando vinho. Eu quero você de manhã, de tarde e de noite. Até mesmo para assistir aqueles filmes ruins que só você gosta. — ele riu acompanhado de Crowley — Isso é um pedido para que você seja meu da mesma forma que eu já sou seu.

— Eu já sou seu, anjo. — Crowley sussurrou e escondeu o rosto no ombro de Aziraphale, tentando esconder que estava emocionado com as palavras de loiro. — Eu quero tudo isso. Eu quero ficar com você sempre.

— Eu tinha medo de te perder para o céu ou para o inferno. — Aziraphale admitiu após algum tempo em silêncio. — Eu tinha medo que eles te tirassem de mim.

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