The beginning

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- Estava pensando em sair hoje - anuncio de repente.

- O que? - Chase se levanta de onde estava deitado no sofá e eu dou de ombros.

- Só... mudar o ambiente. Estou trancafiada nesta casa há tanto tempo que sequer sei com você. Pensei em visitar alguns lugares.

- Que tipo de lugares? - dou de ombros novamente.

- Visitar meus amigos, minha família, não sei. Talvez ir até alguns em que estive com você. Os que trazem boas lembranças.

- Charli, não acho que seja uma boa ideia...

- Não estou pedindo sua permissão - rebato rindo - Só estou anunciando meus pensamentos por pura cortesia e porque me senti a vontade em fazê-lo.

Chase assume uma expressão fechada e fico sem entender. Não é de seu feitio, algo está errado.

- Qual o problema em ir até as pessoas que gosto?

- Nenhum - responde ele secamente.

- Então o problema é visitar nossos lugares? Acha que vai me fazer mal?

- Não, Charli.

- Tá bom - digo me levantando do chão onde estava recostada no sofá e sigo para o andar de cima.

- Aonde está indo?

- Me arrumar - respondo simplesmente batendo a porta do quarto.

Em resposta, posso ouvir Chase reclamar algo como um "urgh" frustrado. Como não escuto passos vindo em direção ao quarto, começo a me despir.

Me lembro então de quando tentei ir ao campo de lavanda na semana passada quando Chase sumiu e magicamente apareceu quando pus a mão na maçaneta. Talvez tenha sido de propósito porque, por algum motivo, eu não posso sair desta casa.

Estou apenas de roupa íntima quando escuto a cama ranger sob seu peso. Ele já fez isso antes, de aparecer de repente em um lugar quando sequer precisou andar então não me assusto com o ato. Mesmo tendo me seguido, ele não oferece uma explicação, o que me irrita.

- O QUE HÁ DE ERRADO COM VOCÊ?! - grito indignada me virando para ele.

Ele não me responde, apenas me olha de cima a baixo. Seus olhos varrem cada centímetro de meu corpo e se demoram. Levanto as sobrancelhas em descrença e reviro os olhos seguindo para o armário.

- Você ainda é um fantasma, se contenha - digo emburrada com o rosto enfiado em meio às roupas.

- Não há nada de errado comigo - ele responde a pergunta anterior, porém é tudo o que diz. O que é inútil, tendo em vista que foi uma pergunta retórica.

Volto ao quarto passando um vestido pela cabeça e após vestida paro em frente a Chase de braços cruzados. Ele sabe o que fazer.

- Você não pode passar por aquela porta - ele diz após um suspiro irritado e bufo uma risada irônica.

- E porque não? - pergunto com humor.

- Só não quero que cruze aquela porta, Charli - Chase trinca o maxilar.

- Cuidado Chase, está beirando o abuso - zombo.

A ira consome sua expressão e me deleito com isso. Chase fica vermelho muito facilmente devido ao tom claro de sua pele, mas quando está irritado acontece ainda mais rápido. Ele está me irritando, então, farei pior. Sinto um meio sorriso nada costumeiro se formar em meu rosto.

- Eu não sou abusivo - ele diz em tom baixo e grutural. Só então me lembro do quanto ele odeia ser comparado ao pai, que foi baixo o suficiente para levantar a mão para a própria mulher por anos.

Oh honey, I died - {chacha history}Where stories live. Discover now