Capítulo 12

676 64 31
                                    

Algum tempo depois saí do esconderijo sem avisar ninguém e fui até a cachoeira, esse lugar havia se tornado meu ponto de conforto.

Eu não fui fazer algo certo, apenas me sentei debaixo de uma árvore e fiquei pensando em milhões de coisas, pensei que minha cabeça iria explodir.

Mas infelizmente eu não pensava em coisas boas, e sim em coisas ruins. No Itachi, pensei que ele poderia estar me usando, realmente por tesão acumulado. Eles geralmente não vêem ninguém, então eles devem se segurar ao máximo, mas quando ele teve a oportunidade de colocar suas mãos em uma presa ingênua, ele nem pensou duas vezes.

- AAH! - Eu gritei na esperança de me sentir melhor, mas ao contrário, eu me senti mais vulnerável.

A sensação de impotência me deixava tão nervosa, eu sentia que eu poderia ver qualquer pessoa e simplesmente bater nela para poder aliviar a minha raiva, mesmo sabendo que isso era muito errado.

Eu me deitei na grama fina e fiquei olhando para o céu, vendo o quanto as nuvens poderiam mudar de acordo com o vento. Meus olhos ficaram pesados, e eu senti que eu ia dormir, e foi isso que fiz.

''

- Ei, Aqui não é lugar de dormir - Uma voz conhecida me fez acordar.

- Shikamaru?! - Eu disse com a voz exaltada e olhei para o mesmo.

- Sim, sou eu. O que você está fazendo aqui? - Ele me perguntou se sentando ao meu lado.

- Eu... Eu só estava descansando, o que Você faz aqui? - Eu disse com medo de alguém estar nos observando.

- Ah, eu durmo aqui as vezes quando estou desocupado - Ele sorriu - Você está bem?

Eu olhava para todos os lados, tentando ouvir qualquer ruído, mas nada.

- Sim, eu pensei ter escutado algo, mas acho que foi algo da minha cabeça - Eu suspirei fechando os olhos - Me faz um favor? Tem que ser agora!

- Ah, mas eu estou cansado agora e... - Ele me olhou por um tempo, vendo que eu estava o implorando - O que você quer?

- Hm... Peça ao Kakashi sensei que... - Eu disse me dando um tempo para pensar - Vá ao meu apartamento e veja se minhas plantas medicinais ainda estão vivas. Eu esqueci de regá-las e elas são muito importantes.

Shikamaru bufou antes de me responder.

- Tudo bem, estou indo - Ele acenou e foi embora correndo.

Consegui me livrar disso agora. Suspirei voltando a me deitar, quando será que terei paz nessa missão?

(...) Eu voltei á dormir, e não vi o tempo passar. Quando acordei já estava escuro e eu tive que voltar correndo para o esconderijo.

Quando cheguei lá, pude ver todos os membros parados, me olhando. Pain parecia ser o mais nervoso ali.

- Boa noite! - Eu disse os olhando com medo, mas não deixando isso transparecer.

- Onde você estava? - Itachi perguntou quase indo para cima de mim.

- Silêncio, Itachi! Eu faço as perguntas aqui - Pain disse com a voz grave, calando até quem já estava calado.

- Eu fiz alguma coisa de errado? Eu não me lembro de ter quebrado nada e... - Comecei, mas Pain me interrompeu.

- Onde você estava? - Pain perguntou.

- Eu estava em uma cachoeira que Itachi me mostrou - Eu disse percebendo o que estava acontecendo - Eu me deitei na grama e acabei dormindo, e esqueci que devia voltar. Me desculpem.

- Certo, podem voltar a fazer o que devem - Pain disse - S/n, me encontre na minha sala.

- O quê? Por quê? Eu já te disse o que eu estava fazendo, você não precisa brigar comigo - Eu disse nervosa, parecendo ma criança birrenta.

- Eu não vou repetir. Vá para minha sala - Pain disse pacífico enquanto eu queria socar sua cara.

Todos nos olhavam curiosos, "será que Pain daria uma bronca em S/n?" ou "será S/n seria punida essa noite?". Descobriremos agora.

~~ Na sala de Pain...

- O que você quer comigo? - Eu perguntei.

Pain havia se sentado em sua cadeira e me olhava no fundo dos olhos, como se soubesse tudo sobre mim, até o que eu não sabia.

- Por que você não gosta de mim, S/n? - Pain me perguntou, fazendo meu nervosismo se dispersar.

- P-Porque? Mas eu não disse que eu não gosto de você - Eu disse o olhando - Mas eu odeio o jeito que você me tratou, eu não sou uma criança. Vocês não podem me tratar como se me conhecessem melhor que eu mesma. Eu estou farta disso, eu sinto que vocês sabem tudo e estão esperando qualquer movimento meu para me usar de qualquer forma.

Pain não dizia nada, apenas ria de mim.

- Porque você está rindo? Eu contei uma piada, por acaso?

- Você é a piada, S/n - Pain disse, me fazendo ferver de raiva.

Suspirei fundo, me segurando para não voar em sua direção e acabar com sua vida.

Eu me aproximei de sua mesa, e consequentemente nossos rostos se juntaram.

- Não pense que só porque você manda em todos aqui, que eu vou ficar quieta - Eu disse apontando o dedo em seu peito - Eu cansei de todos aqui me olharem como um brinquedo, se vocês precisarem de mim eu estarei aqui, mas também posso acabar com você usando apenas dois dedos.

Pain me olhava com ódio nos olhos, tenho certeza que ele queria me matar, mas eu saboreava esse delicioso sentimento, eu sentia um poder absoluto dentro de mim.

- Você. É. Só. Uma. Garotinha. Inútil - Ele disse me olhando nos olhos.

Senti meus olhos se encherem de lágrimas, mas não de tristeza, e sim de raiva.

Levantei minha mão para lhe dar um tapa no rosto, mas ele segurou meu braço o apertando forte. Ele me olhava pacífico enquanto meu braço estava quase se quebrando.

Ele me puxou para mais perto dele, quase colando nossos rostos.

- Eu gosto de você. Mesmo que você me despreze - Ele disse soltando meu braço - Aliás, você fica tão bonita nervosa - Ele sorriu.

O quê? Ele precisava ter me machucado pra dizer isso? Quer dizer... Esse é o jeito dele demonstrar carinho por alguém?

Meu rosto estava molhado de tantas lágrimas que escorriam e eu não sabia o que eu poderia fazer, ele percebeu que eu estava confusa.

- Não é como se eu tivesse te pedido em namoro. Eu só gosto de você, como uma colega - Ele me olhou com um sorriso ladino e segurou meu rosto com uma de suas mãos e com a outra segurou meu pescoço, me puxando para um beijo delicado.

Os nossos toques foram limitados pela mesa que nos separava, mas sinto que isso já era suficiente.

Minhas mãos estavam tremendo, e ele percebeu quando terminou o beijo.

- Pode ir para o seu quarto - Ele disse segurando minhas mãos.

Eu não disse mais nada, apenas saí da sala dele secando minhas lágrimas enquanto pensava em mil coisas.

Se ele gosta de mim como colega, porque me beijou? Isso não é uma amizade normal!

A Decisão Que Mudou Minha Vida - AkatsukiWhere stories live. Discover now