3. O dia seguinte

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— Acorde, srta. Danvers! — Kara escutou, ao longe, uma voz melódica e sexy tentando despertá-la. — Pensei que as policiais precisassem acordar cedo para combater o crime. — A voz da mulher começou a ficar mais nítida e a loira percebeu que ela sorria. Pestanejou e mudou de posição, virando-se para encará-la de frente. — Bom dia... É hora de levantar!

Kara não queria despertar. Estivera sonhando com uma mulher fascinante e charmosa, alguém que conhecera por acaso num pub e passara uma noite muito intensa. Porém, quando abriu os olhos, viu a protagonista do seu sonho de pé ao seu lado e fitando-a com olhos verdes sedutores. Lembrou, então, que aquilo era apenas um flashback da noite anterior criado e reproduzido por sua mente.

— Bom dia, sra. Luthor! Pelo visto, as advogadas são mais diligentes do que as policiais. — Notou a outra já vestida. — Que horas são?

Lena verificou seu relógio de pulso.

— 6h20.

— É mais cedo do que eu imaginava — Kara comentou, sentando-se no tapete, fazendo o lençol escorregar até a cintura, exibindo seu torso nu.

— Preciso passar em casa e trocar de roupa. Não quero que me vejam chegando com a mesma de ontem, se não vai ficar muito na cara que dormi fora. — Lena explicou.

— Pensei ter entendido que você é uma mulher livre. — Danvers espreguiçou-se e bocejou, chamando a atenção de Lena, que passara a apanhar as roupas da policial ainda espalhadas pelo chão.

— Eu sou, mas há outras pessoas a quem se dá satisfação, além de uma esposa ou namorada. — Curvada, catou peça por peça.

— Ah, sei... Seus colegas do escritório. Eles não podem saber que você transa, né? — Kara provocou com ironia, apoiando-se com as mãos para trás, enquanto Lena colocava as roupas em cima da cama, antes de encarar a policial novamente.

— Não é isso, Kara. Eu sou uma das sócias, a chefe. Tenho uma reputação a zelar. Não quero meu nome envolvido em piadinhas e fofocas. — Falou num tom bem sério, porque o trabalho era algo muito importante para ela.

Kara soltou um sorrisinho sacana e suspirou profundamente. — Hum... Não diz isso assim...

— Por quê? — A advogada estranhou o pedido.

— Porque eu tenho essa fantasia secreta de comer uma sócia de escritório de advocacia com uma grande reputação a zelar, bem em cima da mesa dela.

— Engraçadinha! — Lena jogou a calcinha da loira na direção dela, que a pegou no ar. — Acho melhor você sair desse tapete. Não sei o que me deu para pedir que ficássemos aí em cima ontem.

— Ficássemos? Não foi essa a palavra que você usou. — Kara levantou e vestiu a lingerie.

Lena aproximou-se dela sensualmente, enlaçando seus braços em volta do pescoço de Kara.

— Eu não sou uma pervertida o tempo todo, Srta. Danvers.

— Eu nem sequer insinuei isso. — A voz de Kara saiu praticamente como um sussurro, enquanto os olhos azuis fitavam os da outra de perto.

Permaneceram assim por um tempo. Um beijo quase aconteceu, porém a advogada se afastou, de repente, pegando sua bolsa e quebrando o clima.

— Bem, eu adoraria ficar com você mais um pouco, Kara. Sua companhia é realmente muito agradável. Mas, eu preciso mesmo ir embora. Hoje terei uma reunião importante e não posso nem pensar em chegar atrasada.

Lena tirou um estojo da bolsa e seguiu para o banheiro, a fim de retocar a maquiagem.

— Nos veremos de novo? — A loira questionou, sentando na cama, elevando um pouco a voz para que a outra pudesse ouvi-la.

O Amor é Um Jogo [KarLena]Wo Geschichten leben. Entdecke jetzt