O Dono do Poder

Prólogo (parte 2)

Narradora

Haviam se passado anos desde a última vez que Carlos pôs os pés em solo brasileiro. A última vez, se lembra com clareza.

Era o casamento de Adam e Laura. O único momento em sua vida que não conseguiu esquecer, nem superar.

O mesmo não fez questão nenhuma de dar satisfação aonde iria a Adam, não via necessidade, nem precisão.

Mas, eu vos lhe digo, ele havia ido para Londres. Foi o primeiro vôo que viu disponível e foi para lá. Sabia apenas falar o básico de inglês, havia estudado para somente fazer algumas negociações da empresa. Adam era quem cuidava do resto.

Uma moça, muito gentil, o ajudou bastante. E foi com ela que se casou, Amália, era seu nome. Foi também com quem teve uma filha, Ariane.

Embora tivesse se passado anos, Carlos não esqueceu Laura. Ele lembrava todo dia, toda hora, todo instante da mulher amada.

Era irônico, ele achava. Não a via fazia décadas, mas ainda sentia seu perfume, seu gosto.

Era difícil esquecer um amor verdadeiro, mas tentou a qualquer custo esquecer essa maldita mulher que aparecia todas as noites em seus sonhos.

Sua mulher, Amália, teve câncer. Uma doença que a fez sofrer muito. Infelizmente quando foi descoberto já não tinha mais o que fazer. Três meses depois ela faleceu em seus braços.

Logo depois disso, decidiu voltar para o Brasil com sua filha. A jovem de 16 anos, nunca escondeu do pai o desejo de conhecer a cidade natal do próprio. Então, como amava sua filha mais que tudo, retornou ao Brasil.

Mas antes, devo dizer-lhe que Carlos, apesar de estar anos longe, sabia exatamente de tudo sobre Adam, afinal, se ele queria se vingar do mesmo, deveria saber perfeitamente como e onde agir.

Sabia tudo. Como e onde Adam vivia, as coisas que conquistou nos últimos anos. Sabia até de seus segredos obscuros, os quais, sua mulher Laura e suas filhas Luara de 18 anos e Lara de 15, nem se quer sonhavam que existiam.

Ele soube, na primeira vez que olhou uma foto da primogênita do casal, que havia algo de errado. Ela não parecia com a mãe, muito menos com o pai. Os olhos castanhos, a boca, o nariz e um fato que fez acreditar que a garota era sua filha, foram os cabelos ruivos, os mesmo que Ariane tinham.

Ficou remoendo isso por anos, duvidava, achava que era apenas uma loucura da sua cabeça. Não acreditava que era possível que Laura não houvesse lhe contado isso.

E agora ele estava lá. No Brasil. Em frente a empresa do amigo, que um dia foi sua também.

O reencontro foi bastante turbulento. Adam não acreditou no que viu, e quase caiu duro no chão. Os dois conversaram por horas, e ao perguntar o porquê do amigo ter ido embora, Carlos respondeu apenas que não estava feliz aqui e precisou ir para outro lugar para de sentir em casa.

Adam não acreditou, pois conhecia bem Carlos, mas não tocou mais no assunto. Mais tarde, naquele mesmo dia, quis que o amigo fosse para sua casa, conhecer sua filhas e rever Laura.

No começo pareceu uma péssima idéia, quando chegou na casa de Adam, e ficou frente a frente com a mulher que ainda amava, teve certeza.

Foi apresentado as filhas do casal, e a mais nova era parecida com o Adam, só não tinha herdado seus olhos azuis, mas o resto, era dele.

E a mais velha, por foto já era parecida com ele, pessoalmente então...

Dias depois quis se encontrar com Laura para lhe perguntar a verdade. Ela aceitou o convite, e foi.