Capítulo 16

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Tito 🔫

Quanto mais eu resolvia os bagulhos, mais problemas apareciam.

Porra, minha vontade é meter a bala na testa do Pistola. Caralho, não tinha necessidade dele tá fazendo essa porra sendo que a briga é comigo.

Reuni a tropa em um dos galpão que tinha por aí, para analisar como que estão as coisas, pegar toda informação que nós temos, e só depois invadir a Rocinha. O foda tava sendo calar a boca desses marmanjos pra eu poder falar.

Paraguai: Olha só, não quero mais saber de nada! Ou tu resolve essa treta que tu tem com o Pistola, ou vamos todos morrer. - disse me encarando.

TJ: O bagulho tá complicado mermo. - coçou o rosto. - Toda semana acontece uma coisa pior que a outra. Tô ficando até sem vapor.

Touro: Eles tão certo, Tito. - o olhei. - Não quero ver mais ninguém morrendo, não quero ter que tá escondendo minha família pra não ser morta. Sabe que quase perdi meu irmão, e agora um dos meus melhores amigos também está no hospital! - disse entre o dentes.

Tubarão: Ptk? - Touro assentiu. - Cola lá no meu hospital, ele vai ter o melhor tratamento possível.

Touro: Valeu, mas não precisa. Não foi nada grave.

Tito: Tá se doendo porque então? - fechei os olhos.

Não era pra ter saído em voz alta.

Menor: Falou pouco, mas falou merda. - murmurrou.

Touro me olhou com sangue nos olhos, fechando os punhos.

Touro: Então quer dizer que tu ia gostar de ver o Menor ou outro vapor teu, em cima de uma cama de hospital por quase de um bagulho que foi tu que começou? - falou com raiva. - Isso tudo é culpa tua.

Tito: Minha não. Que eu me lembre não fiz porra nenhuma pra esses ataques tá acontecendo. Não tenho porra de treta nenhuma com esse filho da puta.

Paraguai: Quer dizer então que o Pistola tava sem nada pra fazer e decidiu atacar nossos morros?

Tito: Cada um com suas manias. - dei de ombros.

TJ: Vai tomar no teu cu, porra. Isso não é coisa de se brincar! Pessoas que não tem nada a ver com isso estão morrendo, cada vez mais estamos ficando sem condições de confronto porque não tem mais vapores. - fechou a cara. - Só quando tu perder alguém, vai entender o desespero estamos passando.

Paraguai: Não sei se tu tá ligado, mas qualquer treta que teu pai tinha, agora é tua. - engoli o seco.

Porra, o que eu tava fazendo? Não foi pra isso que meu pai passou dia e noite me treinando, não foi pra agir igual a um filho da puta, foi pra matar qualquer um que tivesse fazendo mal aos meus aliados.

Paraguai tá certo. Quando assumi o comando soube que tinha comprado todas as brigas do meu coroa.

Touro: Agora é contigo. - cruzou os braços.

Tito: Vou mandar homens pra ajudar vocês enquanto não coloco um plano em ação. Quero que me mantenham informado sobre tudo que tá acontecendo no morro de vocês. Se descobrirem um x9, me chamem que interrogo ele.

Paraguai: Só isso que tu vai fazer? Interrogar uns traidores e mandar vapores pra nós?

Tito: É claro que não. Minha obrigação é acabar com essa porra, mesmo sabendo que foi meu pai que começou. Vocês confiaram em mim pra esse tipo de coisa, e vou resolver sim!

TJ: É bom mermo.

Tito: Agora me digam, eu preciso saber e não quero que ninguém esconda nada. - encarei todos. - Alguém aqui arranjou alguma outra briga com o Pistola, ou com algum parente, ou aliado dele?

Paraguai: Eu não.

TJ: Também não.

Encarei o Touro que parecia pensativo. Aposto que ele seja o culpado.

Tubarão: Eu só acho que isso também tem a ver com aquele bagulho de tu não ter chamado ele pra fazer pra fazer parte da facção. - olhei pra ele.

Tito: Que?

Tubarão: Ué, todos sabem que os lucros dos morros são partilhados e que recebemos uma bolada de grana com essa aliança. Talvez seja isso. - deu de ombros.

DG: Tu acha que o cara quer matar todo mundo por causa de dinheiro? - falou, depois de ficar a conversa inteira calado.

Analisei ele. O cara tava cheio de corrente, cheio de tatuagem que não tinha. Tinha mudado pá porra desde a última vez que vi e só pelo jeito dava pra ver que tinha amadurecido.

Depois do Guiné ter aprontado pocas e boas, deixei o DG como dono do Lins. E pelo que tenho visto, tá se saindo bem.

DG: Que foi? Quer me dar? - fechei a cara.

Não, não amadureceu. Ainda continua o mesmo.

Tito: Fala ai, Touro.

Touro: Não. Não comprei briga com ninguém.

Tito: E tu, DG?

DG: Tenho nada a ver com isso não.

Tito: Ótimo! Quero que fiquem atentos, a qualquer momento posso passar o recado de que vamos invadir a Rocinha e quero todo mundo preparado pra acabar com o Pistola.

TJ: Botei fé.

Tubarão: Eu também.

Touro: Espero que seja o quanto antes.

Tito: Vai ser.

Tinha que ser.

Isso não podia continuar acontecendo.

...

Menor: Tu vacilou demais hoje. - disse assim que entramos na minha sala.

Tito: Da pra fechar o bico? Eu sei porra, não precisa tá repetindo toda hora. - revirei os olhos.

Menor: É só pra tu ficar ligado. Eu disse que os caras tão na nossa cola. - se sentou na cadeira que tinha a minha frente, me olhando com uma cara feia.

Tito: Eles devem saber o que acontece pra quem cresce pra cima de mim. - falei seco.

Menor: Eles tão pouco se fodendo pro que vai acontecer, tão mais preocupados com a família, não entende o bagulho? Os caras tem filhos, fiel, mãe, irmão e tão com medo de acontecer alguma coisa. Se tu se importasse com alguém agiria com mais agilidade, mas não, tu só liga pra tu mermo. - disse bolado.

Tito: Qual foi, Menor? Tá me estranhando?

Menor: Tô Renan, eu tô! Porque não te conheci assim. Tu era mais responsa, mais cabeça no lugar, foi depois que tu foi pra gaiola que ficou assim. - negou com a cabeça. - O que aconteceu lá?

Tito: Como assim? Não aconteceu nada.

Menor: É claro que aconteceu, tu não é assim.

Tito: As coisas mudam, caralho. Tudo muda. O mundo muda, o clima muda, principalmente as pessoas! - falei cansado daquela porra. - Me deixa em paz, que tenho problemas demais pra resolver. - suspirou.

Menor: Beleza. - passou a mão no rosto. - Quando aprender a ter empatia, me chama. - se levantou saindo batendo a porta.

Respirei fundo frustrado. Tudo tava começando a ficar fora de controle e isso tava me deixando estressado, precisava urgente relaxar.

Peguei um cigarro na gaveta da minha mesa e acendi. Peguei meu rádio passando a visão pra um vapor que era pra chamar uma puta, mas uma que fosse limpa e bem bonitinha.

Logo aparece uma loira, bem gostosinha até. Ela não falou nada, apenas abriu o zíper da minha calça começando os trabalhos.

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O Dono do PoderWhere stories live. Discover now