Capítulo 7

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RK ☠️

Tito: Brota aqui na minha sala, agora! - falou bolado, pelo radinho.

Peguei meu cu e saí da boca de baixo, onde era o gerente, e fui para a principal.

Fui o caminho todo tentando lembrar que merda eu fiz. Não matei ninguém, cobrei todo mundo, tava vendendo droga mais que água. Não fiz nada.

Puta, será que ele vai me matar? Senhor, sou bonito e novo demais pra morrer.

Oi, Deus. Sou eu de novo...

Menor: Carai mano, relaxa. - riu, assim que coloquei o pé na boca. - Ele só tá puto por causa daquele bagulho lá. - olhei pra ele esperando continuar.

RK: Qual? - perguntei já que ele não disse mais nada.

Menor: Aquele, porra. - cruzou os braços. - Daquelas paradas, tá ligado? - assenti, mesmo sem entender.

RK: Ah, tô ligado. - resmunguei.

Menor: Então, caralho. Tito tá puto porque o cara meteu o pé e ainda tem os bagulhos dos ataques.

RK: Ué, mas não era dos ataques que tu tava falando? - revirou os olhos.

Menor: Porra, tu é lerdo. Vai se foder. - chegou mais perto de mim. - Tava falando das minas do asfalto.

Quando ia responder, a porta da sala do Tito se abriu com tudo e ele me olhou com raiva.

Tito: Entra logo nessa porra, antes que eu te arraste pra dentro.

Assim que se virou, corri pra dentro da sala e fechei a porta.

Tito: Porque que as contas da mercadoria tavam erradas? - franzi o cenho.

RK: Ih Tito, não fui eu que contei. - me encarou. - Tu sabe que nunca erro essa porra. - me sentei na cadeira.

Tito: Olha essa porra. - me entregou o caderninho, onde tinha anotado os cálculos. - Por isso estranhei, sei que tu é direito.

RK: Pode pá, sou mó bom em matemática. - me gabei.

Posso não ter concluído a escola igual minha mãe desejou, mas isso não erro. Meu trabalho, mesmo não sendo honesto, levo a muito a sério. É com esse dinheiro que possuo tudo que tenho hoje.

Pode não ser limpo, mas se até os políticos, que muitos idolatram roubam e usam esse dinheiro pra uso pessoal, porque não posso fazer o mesmo?

Até porque eu e meu irmão não tivemos tanta oportunidade assim, até saímos por aí procurando emprego, rodamos o RJ inteiro mas era só falar o lugar onde a gente morava que fodia tudo.

Não me arrependo de ter entrado pro tráfico, cresci vendo os caras, muitos deles meus amigos, trabalhando com isso. Sei das consequências, sei que só saio daqui em um saco preto, mas tô foda-se. Aqui é minha casa, mato e morro por essa favela.

Tito: Quem contou, então?

RK: O Xadrezinho. - levantou a sombrancelha.

Tito: Pedi pra você fazer isso.

RK: Eu tava fazendo porra, mas ai a Patrícia apareceu e... você sabe... - revirou os olhos. - Logo depois o cara chegou e disse que não tinha nada pra fazer e se ofereceu pra contar no meu lugar pra eu ir com a Patrícia.

Tito: Deixando de trabalhar por boceta?

RK: Desculpa chefe.

Tito: De boa. Já fiz muito isso. - ri. - Mas... Xadrezinho, é? - passou o dedo nos lábios, e deu um sorriso diabólico.

O Dono do PoderWhere stories live. Discover now