Epílogo

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— Você se certificou se todas as caixas foram colocadas no caminhão? — Hayun perguntou a Jihye, antes de entrarem em seu carro.

As duas estavam indo até o orfanato no qual o grupo SG apadrinhou, era o mesmo em que a gêmea má havia passado grande parte de sua infância. Desde que Junki deu uma segunda chance para a filha, ela estava trabalhando na organização dos projetos sociais junto com a irmã.

— Sim, está tudo certo. — Respondeu simples, entrando no veículo e afivelando o cinto de segurança.

Hayun ainda não havia estabelecido sua confiança na outra. E por isso, dentro da empresa, agiam de maneira estritamente profissional e trocavam algumas palavras apenas quando necessário.

Naquela manhã precisariam visitar a instituição e levar as doações que haviam coletado para as crianças. Durante o caminho um grande silêncio pairava entre elas. Jihye gostaria de conseguir puxar algum assunto com a atriz, entretanto, ela tinha se fechado completamente. Algo que nunca imaginaria que aconteceria com a tão carismática Song Hayun, mas apesar de tudo, entendia os motivos da irmã e esperaria o seu tempo. Sabia que não era fácil perdoar todas as terríveis coisas que fizera.

Nos meses que se passaram, a relação da gêmea com os pais finalmente começou a se recuperar. Com a ajuda da terapia, ela estava conseguindo superar seus traumas, pouco a pouco. Ainda tinha um longo caminho pela frente, mas já estava feliz com seus resultados.

Agora, morar na mansão não era algo tão torturante quanto imaginava. Miran demonstrava seu amor e preocupação pela filha em todos os momentos e isso a fazia se sentir acolhida. Receber o carinho materno era algo novo para Jihye e não estava acostumada com isso, porém, gostava.

Ao chegarem no orfanato, as duas desceram do carro e não precisaram se esforçar para colocar um sorriso no rosto quando as crianças lhes receberam com calorosos abraços. Jihye ainda se sentia relutante em estar naquele ambiente. Não tinha boas memórias daquele lugar, entretanto, sabia que após os incentivos do grupo SG muita coisa por ali tinha mudado.

Juntas, ajudaram a distribuir os brinquedos e todas as outras doações que chegaram no caminhão. Passaram o dia inteiro envolvidas com as atividades que haviam preparado para aquela visita. Hayun sempre fazia questão de se relacionar com todas as crianças e por isso, reunia a sua equipe na empresa e elaborava um plano de lazer, o qual era composto por dinâmicas didáticas e brincadeiras infantis.

Jihye nunca havia visto algo do tipo na sua estadia naquele orfanato. Por um momento, observando a irmã pular corda com um grupo de crianças, ela se sentiu grata por fazer parte daquela família. Eles eram dedicados a aquelas crianças, não pelo fato de serem um grande grupo empresarial, mas porque amavam fazer o bem ao próximo.

Deixou uma pequena lágrima cair, estava emotiva demais desde que começara a terapia e conviver em família. Imaginou como teria sido a sua vida, se alguém tivesse tomado a iniciativa de apadrinhar aquela instituição há muito tempo atrás. Pensou que grande parte da desgraça que viveu poderia ter sido evitada, mas depois, concluiu que o que importava era que agora, as crianças que ali viviam estavam tendo aquela oportunidade e que fazer parte daquele momento lhe ajudaria a superar seus traumas vividos naquele orfanato.

Depois do jantar Hayun acompanhou algumas crianças até o banheiro e lhes ajudou a escovarem os dentes e se prepararem para dormir, quando estava voltando para o hall de entrada da instituição, ao passar pelo corredor, deparou-se com um mural de fotos, muito bem conhecido por ela.

Era o mesmo mural que havia visto no ano que se passara. E lá ainda estava a foto que tanto lhe espantou quanto a viu.

— Agora eu sei quem é você. — Murmurou fitando a imagem da irmã impressa no papel fotográfico, já antigo e um pouco desgastado pelo tempo.

A outra metade de mimWhere stories live. Discover now