Capítulo 9 - Linguagem Artística

150 19 2
                                    

Renesmee

– Renesmee? – me assustei ao ouvir a voz de Yi Seo. Levantei o olhar e fitei-a mais à frente no corredor, ainda um pouco distante. – O que está fazendo aqui? – hesitei em responder, então ela continuou. – Procurei você por toda parte. Não vimos quando você saiu e ficamos preocupadas ao não te encontrar no refeitório. – ela olhou com desconfiança para um ponto além de mim. Ouvi os passos, que suponho serem os dele. – O que está fazendo aqui? – repetiu sua pergunta inicial, desta vez com um tom mais óbvio de desconfiança.

– Eu precisei vir à enfermaria. – disse breve. – Vamos! – caminhei até ela, continuando a andar pelo corredor ao seu lado, na direção em que eu já estava indo.

❁❁❁

O dia está quente. O sol está brilhante no céu com poucas nuvens. É desagradável para mim, mesmo enquanto ando pelo campus o vento parece não soprar. Há grande movimentação de alunos mesmo estando um pouco longe do início da primeira aula.

Olho ao redor e a tensão do dia anterior parece ter sumido. Os alunos já estão se comportando de maneira normal como se uma aluna não tivesse sido morta. Talvez já sejam treinados para esse tipo de coisa. Não conheço nada sobre o método dessa escola, mas seus alunos possuem um tipo de comportamento bem incomum. Além de uma obediência inquestionável à Diretora. Isso me deixou curiosa.

Enquanto caminhamos para a cafeteria do campus, consigo sentir Yi Seo me olhando de forma curiosa. Ela deve tê-lo visto. Não quero dar explicações, mas ela continua bastante insistente para que eu me afaste dele. Depois da nossa conversa, eu deveria apenas ouvi-la?

– Você a encontrou! – ouvi a voz de Ma Hyun, que se aproximou de nós correndo. – Onde você estava? – ela olhou para a minha mão enfaixada. – O que aconteceu? – seus olhos se arregalaram. – O que foi isso?! – perguntou nervosa, pegando minha mão para checar. Afastei-me de seu toque quase que imediatamente.

– Foi só um corte. – disse de forma simples e fria. – Não é nada demais.

– Como não? – a preocupação ainda é evidente em seu rosto. – As mãos de uma pianista são preciosas!

"As mãos de uma pianista são preciosas! Jamais as machuque!", ouvi a voz da minha mãe.

Sei que ela virá logo para praticarmos mais. Preciso esconder esse corte para que ela não o veja. Será melhor assim.

– Renesmee? – Yi Seo chamou, assim que sentamos, me tirando de meus pensamentos. – Pareceu que não estava aqui por um momento...

– Eu estava apenas pensando.

– Como cortou sua mão?

– Derrubei o vaso que estava em cima do piano e cortei enquanto recolhia os cacos.

– Mas esse não é trabalho seu! Deveria ter chamado alguém para limpar! – Ma Hyun protestou, preocupada e indignada com a minha atitude.

– Eu não queria deixar a sala suja para a primeira aula.

– Então, você foi à enfermaria e encontrou o Kim Taehyung lá? – seus olhos se estreitaram, enquanto ela me fazia à pergunta que tanto queria fazer desde que saímos do prédio. – Eu o vi saindo depois de você.

– Ele estava lá e me ajudou com o curativo. – disse, e ela suspirou insatisfeita.

– Eu já disse para você ficar longe dele... – murmurou enquanto virava seu rosto para o outro lado, evitando me encarar.

ARTE OBSCURA - Kim TaehyungDonde viven las historias. Descúbrelo ahora