Memories; Gojo Satoru

3

Passou-se um mês desde minha primeira missão com Nanami e Haibara, depois disso saímos em várias outras, éramos uma boa equipe, tirando o fato que Nanami era frio o tempo, juntos nos funcionamos bem. Hoje os dois foram designados para uma missão, e eu fiquei aqui, no tédio.

Até que ouvi batidas na minha porta, quem será? Abri ela com receio, mas não deve ser nada de mais.

-Bom dia, Nayumi. - era Utahime.
-Oh, bom dia Utahime-sensei, precisa de algo? - perguntei.
-Você sabe que Nanami é Haibara foram pra uma missão juntos um pouco mais cedo. - assenti com a cabeça.
-Tenho uma missão aqui pra você, me encontre na entrada daqui a pouco.
-Pra mim? Então você não vai comigo? - perguntei meio assustada.
-Sim, tenho uns assuntos pra resolver, mas você não irá sozinha. Irei te passar todos os dados da missão pra você, certo?
-Certo! - falei com animação, pelo menos não vou ficar parada hoje.

Quando ela saiu fechei a porta, coloquei meu uniforme e fiquei mais um tempo mexendo no celular até dar a hora de ir.

Assim que um bom tempo se passou decidi ir logo, sempre me atrasava pra tudo, não queria me meter em problemas por causa disso. Aproveitei que a pessoa que iria comigo não tinha chegado e fui ler as informações da missão, não era tão distante da escola.

  Depois de quase 15 minutos esperando, percebi que vinha alguém em minha direção, ainda estava longe, mas era uma figura extremamente alta. Quando se aproximou percebi que era o garoto do outro dia. Ele que me acompanharia?

-Nayumi, certo? - perguntou ele ao chegar.
-Sim. Gojou, né? - não tinha certeza.
-Isso, então iremos juntos pra missão.
-É oque parece kkkkkkk. - ri um pouco para não parecer muito seca.

  Ficou um silêncio constrangedor, o olhava de relance, percebi que seus cílios eram brancos como seus cabelos, não poderia mentir, ele é não é nada mal. De uma hora pra outra o céu ficou nublado, continuávamos calados, até que decidir falar alguma coisa.

-Oque estamos esperando? - perguntei.
-Ijichi.
-An. - fiquei confusa.
-Ele que vai nos levar, falando nisso, olha ele ali!

Um carro preto se aproximou e Gojou logo entrou, então o acompanhei.

-Eai Ijichi! - Gojou o cumprimentou assim que entrou.
-Boa tarde Gojou-san. - respondeu o homem.
-Olá, sou Nayumi, prazer! - me apresentei.
-Boa tarde Nayumi-san, sou Ijichi, vou levar vocês hoje.
-Okay! - respondi.

Assim que o carro deu partida começou uma chuva, não parecia que iria cessar rapidamente, mas ela estava me dando sono. Olhei para o lado e Gojou olhava pra janela, me virei pra frente. Aos poucos comecei a pegar no sono e encostei no banco.

-Na-yu-mi! - Gojou me cutucava.
-Só mais cinco minutos.

Senti um peteleco na minha testa, coloquei minhas mãos no lugar que sentia a dor.

-Ai! - disse - Porque fez isso?
-Chegamos.
-Tendi, mas não podia ter me acordado de uma maneira mais sútil? Tá doendo até agora! - reclamei.

Ele colocou a língua pra fora fazendo uma careta engraçada. Saímos do carro e Ijichi tinha um compromisso, mas voltaria mais pra nos buscar. A chuva já estava bem forte, então entramos correndo pra não nos molharmos tanto, mesmo assim não adiantou muito.

  Começamos a andar pelo edifício procurando resquícios de energia amaldiçoada.

-Vamos nos separar? - perguntei.
-Nossa, já quer se livrar de mim? - ele disse com um tom triste.
-Não finge tristeza, eu sei que é só um teatrinho.
-Assim você me magoa, Nayumi. - ele disse se agachando e com a cabeça baixa.
-Oê, para de drama. - também me agachei e fiquei o cutucando. - Temos que focar na missão.

Me levantei, estendi minha mão para ele se levantar também, tínhamos que terminar logo com isso. Assim que olhou pra cima pegou na minha mão e se levantou. Não pude deixar de lembrar o quanto a mão dele é macia.

-Nayumi...
-Sim?
-Seu nome-

Antes que ele pudesse continuar a frase a parede do lugar que estávamos foi derrubada, era obra da maldição. Gojou foi rapidamente atrás dela, eu fiquei pra trás apenas observando, nenhum movimento que realizava era em vão, tudo minimamente calculado para poupar energia, e antes que eu percebesse, ele já havia exorcizado a maldição.

-Porque não mandaram você sozinho? Nem precisou da minha ajuda. - brinquei.
-Provavelmente pra você não acabar morrendo.
-Tá insinuando que eu sou fraca? - uma veia saltou da minha testa.
-Claro que não kkkkkkkk, ainda não vi seu potencial, mas pelo que ouvi de Utahime, você não parece ser ruim.

Fiquei um tanto pensativa. Será que eu sou fraca? Ser um fardo me da uma sensação ruim, não quero ser inútil nas missões, preciso ficar mais forte.

-Nayumi, se abaixe!

No susto abaixei sem excitar. Olhei pra trás e havia outra maldição, porém diferente da outra, tinha mais presença.

Gojou foi direto atacar, decidi que iria ajudar, não vou ficar pra trás, vou ser mais forte do que eu era ontem, mais forte do que eu sou agora!

Antes que ele pudesse finalizar a maldição, peguei impulso da parece que não havia sido afetada, concentrei energia amaldiçoada no meu punho e soquei a maldição. Mas foi diferente. A maldição estava em chamas, mas não era um fogo normal, era fogo com energia amaldiçoada. Fui eu que fiz isso?

-Caramba, você torrou a maldição!
-Eu? - ainda estava confusa.
-Ué, só tem eu e você aqui, quem mais podia ser?
-É a primeira vez que isso acontece, não sabia que conseguia soltar fogo amaldiçoado.

Depois disso saímos do edifício e ficamos esperando Ijichi chegar, ainda estava chovendo.

-Gojou...
-Algum problema?
-N-Não, nenhum, é que você ia falar alguma coisa sobre meu nome, mas aí a maldição chegou e tal.
-Ah, sobre isso... Não era nada.
-Hum.
-Oque foi? Está curiosa? - ele disse se aproximando do meu rosto.
-Não fode. - coloquei minha mão na bochecha dele e o afastei. Não queria que nossos rostos ficassem tão perto.

Ficamos em silêncio até Ijichi chegar.

Assim que voltamos me despedi de Ijichi e Gojou, fui para meu dormitório e fui direto tomar um banho. Me deitei na cama me preparando pra dormir, que dia longo. Fiquei pensando sobre oque ele ia falar sobre meu nome, realmente não fazia nenhuma ideia, também não fazia ideia de quando pensamentos sobre ele começaram a predominar na minha cabeça.

Preciso dormir.