Minha Namorada, Meu Bebê E Eu (Em Revisão)

Capítulo 4

Fiz o maior esforço para acordar hoje mais cedo, mas ou eu fazia isso, ou eu ficava sem falar sobre o trabalho novamente, já que precisava sair correndo no final da aula. Levantei para me arrumar e aproveitei para dar um beijo na Emma, que dormia tranquilamente em seu berço.

- Bom dia mãe - depois de pronto, fui até a cozinha para tomar café e já encontrei minha mãe ali, com a mesa posta. Fui em sua direção e lhe dei um beijo na bochecha. 

- Bom dia meu filho, já vai para a faculdade? - ela perguntou estranhando o horário. 

- Já sim, tenho que falar com a minha colega sobre o trabalho. 

- Ah verdade, tinha me esquecido - assenti e fui tomar meu café. Eu não sou muito de comer de manhã, mas também não aguento ficar até meio-dia sem comer nada. Assim que terminei, dei mais um beijo na minha mãe e fui em direção ao ponto de ônibus. A faculdade não é muito distante da minha casa, mas o percurso que eu faço a pé é um pouco demorado e pode me atrasar do mesmo jeito, então ir de ônibus vai facilitar o processo.  

Quando cheguei, fui direto para a sala e já encontrei minha colega sentada no mesmo lugar de ontem, conversando com uma menina que parecia ser sua única amiga ali. 

- Bom dia - me aproximei das duas sem graça e dei meu melhor sorriso.

- Bom dia - às duas me responderam e ficaram me olhando intrigadas com a minha abordagem. 

- Então, ontem eu tive que sair cedo da aula e não tive como falar com você sobre o trabalho - me dirigi a minha dupla e esperei pela sua reação. Ontem eu estava tão afobado que nem reparei nela direito… seu cabelo castanho ondulado destaca seus olhos verdes e meu deus, como é linda… 

- Ah, não tem problema, nós podemos marcar um horário para começar a fazer… - ela sugeriu, mas parecia tão sem graça quanto eu. 

- Esse vai ser o problema… - cocei meu cabelo e pelo canto do olho vi que o professor estava entrando na sala - será que você pode me dar seu número para a gente ir combinando ?

- Claro - depois de falar seu número, fiquei esperando ela dizer seu nome, mas como não fez, tive que perguntar. 

- Desculpa, qual seu nome ? - acho que eu nunca fiquei tão sem graça na minha vida. Não fazia ideia do que estava acontecendo… normalmente não tenho dificuldade em interagir com as pessoas assim, mas provavelmente perdi o jeito depois desses meses em casa, sem contato praticamente com ninguém. 

- É Rebeca, mas todo mundo me chama de Becca - já gostei que ela foi logo me falando o apelido, ainda mais eu que amo apelidos… 

- Prazer Becca, me chamo Guilherme, mas todo mundo me chama de Gui - estendi minha mão para cumprimentá-la e enquanto ela apertava a minha, sorrimos. 

Nem preciso dizer o quanto fiquei surpresa com essa conversa, né ? Desde a hora que eu acordei comecei a pensar em um jeito de abordá-lo para falar do trabalho e ele vai e me surpreende desse jeito !! Estava tentando fazer cara de paisagem e fingir que nada demais aconteceu, mas foi praticamente impossível tirar o sorriso bobo do rosto. 

- Que sorrisinho bobo é esse dona Becca ? - a Carol falou assim que o Gui se afastou e na mesma hora fiquei séria tentando disfarçar.

- Não tem sorrisinho nenhum, estava apenas sendo simpática. 

- Sei… eu senti o clima de vocês dois daqui !! - senti minhas bochechas corarem e a Carol parecia se divertir com o meu constrangimento. 

- Que clima o que, não viaja, tá ? - falei tentando despistar, mas quem eu queria enganar ? Minha própria expressão não me deixava mentir. 

- Bom dia turma, hoje vamos dar introdução ao assunto - as aulas passaram tão rápido que eu nem percebi. Vez ou outra eu me lembrava da conversa que eu tive com o Gui e todos os sorrisos que ele direcionou para mim. Assim que a aula acabou, olhei para o lado e ele não estava mais lá, o que será que ele tem que fazer que sempre saia correndo depois da aula ? Agora que eu sei seu nome e depois da rápida conversa que tivemos, sinto cada vez mais vontade de saber mais sobre ele…