Madrugada inquieta

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Eu sei que eu falei que ia demorar, mas de novo não escrevi o cap completo, não chegou nem no final do que era pra ser o dezenove. Enfim, espero que gostem.

*

Roxanne estava sentada em seu habitual nicho quando Sirius chegou. Sua expressão só se diferia da impassividade por um leve franzir de sobrancelhas enquanto lia um pergaminho que flutuava a sua frente.

— Oi, Black. – Ela disse, e o pergaminho se fechou e desapareceu instantaneamente.

As sombras tinham acabado de abandoná-lo, e logo seu sorriso se abria.

— Como reconheceu?

Ela arqueou um pouco as sobrancelhas.

— Você é o único idiota que me incomoda de madrugada, Black.

— Eu não diria que incomodar é a intenção, mas você não vai levar em conta meu protesto, vai?

Ela revirou os olhos.

— Você é o único idiota que me incomoda de madrugada, Black. – Repetiu, fazendo ele rir.

— Imaginei. Mas não é tanto já que não cobra Greengrass para me evitar.

— Ele tem que organizar o casamento com a Lara, mas se houvessem garantia de que você não invadiria a Sala Comunal...

Ele arqueou as sobrancelhas.

— É tão difícil assim confessar que gosta de mim?

Roxanne ficou em silêncio por alguns segundos.

Pensara naquilo durante por um tempo depois que ele a deixara, e sua conclusão foi a mais manipulada existente.

Se ficasse com Sirius não seria porque gostava realmente dele. Seria para que ele lhe desse paz de todas aquelas investidas e exibições, e logo aquela fase passaria e ficaria enterrada no passado.

Ela só se sentia atraída por ele, não era realmente significativo e não precisaria fingir ser uma pessoa melhor para ele; não precisaria sentir nada por ele.

— Considerando que eu não gosto... – Ele a interrompeu com um beijo rápido nos lábios, e Roxanne respirou fundo e suspirou quando sentiu o coração disparar. – Me beijar não muda isso.

Mas a verdade imutável era que ela não gostava de se envolver só até o momento em que de fato se envolvia.

Porque mesmo que negasse, sempre havia a possibilidade de ela ser cativada; como fora por Dylan e Lara. Como uma hora seria por Sirius. E definitivamente seria. Por melhor a mentirosa que Roxanne fosse, sabia no fundo que aconteceria.

Mas uma mentira a mais ou a menos não seria grande coisa, o final seria o mesmo.

— Talvez não, mas já é uma grande compensação – Ele respondeu, sentando ao lado dela. – E você não reclamar é um avanço.

— Como se adiantasse. – Ela respondeu, revirando os olhos e indo um pouco mais para o lado.

— Eu não te beijaria se você recuasse.

— Era difícil recuar com você me segurando daquele jeito, Sirius. – Replicou com mau humor. – E você já tinha me beijado, no pescoço, rosto e... – Roxanne sentiu uma ligeira falta de ar e suspirou, depois penteou os cabelos para trás e comprimiu os lábios. – Que seja.

— Como assim "que seja"? – Ele protestou sorrindo. – Eu estava gostando de ouvir...

Roxanne o interrompeu:

— Se fizer algo indecente eu mato você.

Sirius franziu as sobrancelhas.

— O que... – Sua voz congelou na garganta quando ela se inclinou em sua direção, de uma forma que ficou quase em cima dele. Ela apoiava as mãos em seus ombros e o olhava com um brilho vivo nos olhos, com a boca apenas poucos centímetros da dele.

Sirius apenas a apertava contra si, porque parecia hipnotizado demais para dizer qualquer coisa. Reparando isso, ela apenas lembrou de se vingar:

— Algum problema, Black? – Ronronou cínica, deslizando a mão pelo pescoço dele.

— Me lembre quando parar. – Ele avisou, beijando-a assim que ela entendeu.

Ele não estava tão calmo quanto na biblioteca, não demorara tanto para processar os lábios dela no seu, e consequentemente não perdera tempo para compensar todo o desejo que tinha por ela.

Ela hesitara quando Sirius entreabrira seus lábios, mas uma fração de segundos depois cedera, enlouquecendo-o completamente quando se pressionou ainda mais contra ele.

— Minha blusa é um limite, Sirius – Ela disse em seu ouvido, com a voz entrecortada e ligeiramente humorada.

Ele não tinha percebido, mas voltou a beijá-la e deixou as mãos a uma distância segura da bainha da blusa e da saia dela.

Nem todo seu desejo por ela.

Mas não importava, a voz dela daquela forma já o arrepiava por completo, e por beijá-la...

— Merda – Ele exclamou num sussurro ofegante, quando Roxanne se afastou e suspirou irritada pelo som de passos. Ela soltou as mãos dele de sua cintura. – Vai ver quem é?

— Sou obrigada. – Ela replicou rabugenta, respirando fundo para retomar o fôlego e se levantando.

Ele sorriu ao ver como a interrupção a aborrecera.

— Espera. – Ele se levantou também.

— Se alguém...

— Relaxa – Ele só roubou um selinho demorado.

— Ah meu Deus! – A voz aguda de Lara era inconfundível, e sua exasperação também.

Roxanne interrompeu o beijo abruptamente com o som. Sirius viu a vermelhidão estampada no rosto dela e sentiu o sorriso ficar maior.

— O que está acontecendo aqui? – Greengrass perguntou, com as sobrancelhas franzidas e a expressão de quem tentava esconder a perplexidade.

— Não é óbvio? – Lara tinha um sorriso igual o de Sirius. – Oh, meu Deus, a gente interrompeu?

— Não!

— Sim – Sirius respondeu no mesmo momento. Roxanne o fuzilou com o olhar.

E era na cor vermelha do rosto que os dois sonserinos se assemelhavam.

— Ah, meu Merlin eu vou chorar. – Lara disse tentando não rir, Greengrass a olhou finalmente, arqueando as sobrancelhas. – Não se preocupem... Ai meu Deus.

— Eu vou dormir – Roxanne avisou, com a respiração quase perfeitamente estável. – Greengrass, você...

O sonserino concordou.

— Foi mal, Sirius... – Lara disse penosa, e Sirius suspirou.

— Bom, a noite já valeu a pena. – Roxanne corou antes mesmo de ele beijá-la. – Boa noite, Rô.

Ela não o olhou enquanto se afastava, mas se adiantou para os outros dois.

Boca fechada. – Passou por eles em direção a entrada da sala comunal. 

*

*

Hehehe 

Aproveitem enquanto dura. 


Sirius Black e Roxanne MalfoyWhere stories live. Discover now