Magia sensorial

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Lilian passou exatamente três minutos em estado de perplexidade, tanto pelo que Roxanne dissera quanto pelo que fizera. Tinha aparatado. Dentro de Hogwarts. Será que ela havia surtado? Se não fosse Roxanne teria considerado essa possibilidade mais provável, mas a sonserina era difícil de subestimar.

Então considerou o fato real e pegou um espelho que era conectado a outro que ficava com James. Ia chamá-lo e avisar das intenções de Roxanne, mas assim que separou os lábios para convocá-lo se calou. Sua voz não saiu e ela encarou o próprio reflexo. Comprimiu os lábios e guardou o objeto outra vez.

Não ia dizer se intrometer tão diretamente, afinal, considerava Roxanne como uma amiga também. Ao invés de fofocar para Sirius, poderia tentar entendê-la. Talvez não precisasse preocupá-lo nem expor ela. Além do mais, teriam aula agora e queria questionar aquela aparatação tão estranha.

Decidindo-se então, foi para a aula de Poções e sentou ao lado da sonserina. Sabia bem que Slughorn ia passar uma atividade e teriam que fazer juntas, de qualquer forma.

— Que tal não dividirmos as poções e fazermos juntas para variar um pouco – Lilian sugeriu antes que Roxanne fizesse aquela divisão tão injusta. – Estou sendo prejudicada quando você fica com cinco e eu só uma.

— Você está sendo prejudicada porque faz questão de incluir Pettigrew – Roxanne corrigiu, enfadada.

— Bom, ele não está aqui hoje, então faremos juntas.

— Sem chance.

— Com chance – Elas se encararam, e Lilian segurava um sorrisinho nos lábios – Você sabe que eu sou tão boa no preparo quanto você, Malfoy.

— Isso não muda nada. Pode pegar uma metade.

Lilian revirou os olhos e aceitou.

— Como você aparatou?

Roxanne bufou.

— Aparatando.

Lilian franziu as sobrancelhas e se virou para ela, deixando de lado a atividade.

— Essa é a única resposta que você não pode dar. – Disse, e seu tom interessou a outra, que logo lhe deu mais atenção, mesmo sem parecer.

— O que quer dizer?

Lilian a estudava.

— Não foi uma aparatação normal.

Roxanne quase recorreu a legilimência para ter a informação mais completa, mas queria saber o quão bem a ruiva entendia o que estava dizendo. Algumas cabeças eram confusas, e a Malfoy não queria perder tempo na dela.

— Obviamente que não, estamos em Hogwarts, afinal. – Replicou muito calmamente, e Lilian sacudiu a cabeça devagar.

— Não é só isso, é? – Ela respondeu, lembrando do trabalho quando ouviu Slughorn julgar um caldeirão vizinho. – Eu sei como a magia da aparatação funciona, e você fez diferente. Eu vi...

— Você sentiu – Roxanne corrigiu subitamente, e quase deu um risinho. Hilário. Achou hilário que Lilian fosse tão sensível à magia quanto ela.

Lilian havia pestanejado.

— Senti – Concordou com a correção. A palavra realmente soava muito mais adequada. – Havia mais alguma coisa na sua aparatação.

Roxanne pegou a varinha e lançou um fio grosso de luz prateada no espaço entre as duas da bancada. Ele formou um pequeno furacão e ela o manteve com a varinha. Lilian olhava atenta.

— Feche os olhos – A sonserina mandou, e quando a outra obedeceu ficou por alguns segundos sustentando o furacão como estava, depois largou a varinha e suas runas brilharam sob a roupa. Lilian sentiu na hora, Roxanne tinha certeza. Comprimiu o furacão em uma esfera e depois mudou as lembranças que permitiam aquela luz existir.

— O quê... – Pensou em sua mãe por uma fração de segundo, seu coração parou. Mudou o rumo de imediato, mas aquele feitiço exigia dela uma precisão que ela perdeu nesse simples tropeço. A luz sumiu, mas isso não importava, já tinha sua conclusão e poderia estar até surpresa. Lilian abriu os olhos, estavam tão interrogativos quanto os de Sirius. – Isso era um patrono?

— Não tenho patrono – Roxanne respondeu, e seus pensamentos se tornaram preocupados e ativos. Lilian poderia identificar todos os pontos pelos quais os comensais entrariam se fosse mais treinada, poderia identificar até de quem viera a magia. Não seria fácil, porque Roxanne tivera a preocupação de camuflá-la já que Sirius estava familiarizado com ela, mas se Lilian fora capaz de sentir quando seus sentimentos mudaram a magia... – Você é uma bruxa sensorial.

Se Lilian ia perguntar do que se tratava, foi interrompida pela exclamação ávida de Slughorn.

— É mesmo, Srta. Evan? Ora, ora... Pelas barbas de Merlin! Isso é impressionante... Ouçam vocês: Uma nascida-trouxa e uma bruxa sensorial!

Era um termo tão desconhecido que gerou murmúrios na turma, e apenas alguns dos puro-sangues entenderam de imediato. E um mestiço em particular pareceu muito presunçoso sob o olhar de Roxanne.

Severus...

O sangue da sonserina ferveu, suas runas também. As poções em seu caldeirão começaram a borbulhar. Ele sabia daquilo...

— Você deve falar com Dumbledore, minha cara. – Slughorn disse baixinho – É o único que pode te ajudar a evoluir isso, a menos que a Srta. Malfoy... Oho! – Houve uma explosão quando Roxanne decidiu que ao invés de estragar a própria poção estragaria a de Snape. Uma pena que o grito foi apenas pelo susto, não de dor. Não estava perto o suficiente do caldeirão. – Não contava com isso vindo de você, Snape. Vamos, limpe isso, tenho certeza de que consegue fazer outra a tempo... Conversamos mais tarde, sim, Srta. Evans?


Adivinhem quem é a pobre que tá fodida trabalhando todo fim de semana?? Eu mesma!! Parabéns pra quem acertou. Fãs da Lily espero que tenham gostado da particularidade dela. Obrigada todo mundo que leu e bjsss

Inclusive ó as meninas na capa q xuxus


Sirius Black e Roxanne MalfoyWhere stories live. Discover now