Capítulo 33 : UMA ESTRANHA VINGANÇA! O JOGO DE CARLOS

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Enquanto faltavam poucos minutos para nosso descanso, fiquei matutando se Camila desconfiava de mim depois do diretor ter comentado sobre o tal vigilante e ter olhado diretamente a mim. Aquilo me deixou com uma pulga atrás da orelha.

Outra coisa que me chamou a atenção — e que Silver comentou comigo minutos atrás enquanto estávamos voltando para cá — foi que Camila conseguiu entender o que fora conversado entre o diretor e o professor.

O sinal do intervalo toca então decido caminhar em direção da biblioteca. Precisava ficar sozinho para absorver tudo o que ocorreu mais cedo, e mesmo na companhia de Silver, temia que ele pudesse sentir minha dúvida — coisa que eu sabia que ele faria.

"Escuta, por que não vai jogar bola com seus amigos?" — pergunta a mim, e então pude notar que uma leve preocupação parecia estar estampada em sua voz, e aquilo era estranho, pois raramente Silver demonstrava fraqueza. Notou que eu o encarava, então pigarreou. — "O que quero dizer, é que você..."

— Não estou muito afim de ir à quadra — falei o mais baixo que consegui, porém dona Elisangela me encara como se estivesse curiosa para saber com quem eu falava.

Respondi que estava pensando alto naquele momento, o que me livrou de responder alguma outra coisa que viesse me perguntar.

"Oh, tia! Ele não quer ir brincar com seus amiguinhos" — diz Silver para ela, como se a mulher pudesse ouvi-lo. Ele solta um risinho baixo e abafado. — "É brincadeira, bobinho." — diz ainda rindo.

Pensei um pouco se valeria a pena ou não ir jogar bola com o pessoal, até que cheguei à decisão definitiva nesse momento.

Cheguei na quadra e encontrei alguns de meus colegas jogando, dentre eles se encontrava Adam. Hyoran que havia entrado na brincadeira participar para se divertir, estava sendo usado como alvo pelos garotos. Cerrei os punhos ao ver o que faziam com ele.

"Não deixe isso barato" pensei, sentindo que minha raiva só aumentava.

"Toma cuidado para não descobrirem sobre sua identidade, garoto" — Silver me aconselha, me alertando para um futuro descontrole, o que poderia ocasionar na revelação de quem eu era: um vigilante.

— Tomarei cuidado, Silver — respondo a ele, e ao olhar para o lado, noto Camila encostada na parede da quadra, um dos pés servindo de apoio. Me aproximei dela, e de relance vi Adam olhar na minha direção. Ignorei seu olhar de ódio lançado para mim. — Sabia que não é permitido pôr o pé na parede?

Ela revira os olhos, e depois diz em tom de desdém.

— Desculpa senhor fiscal de paredes. — abaixou seu pé, e depois apontou para eles, mostrando a ação que havia feito. — Feliz? Vai fazer o que agora? Me dar uma multa?

Sorri e dei as costas para ela, ignorando suas perguntas sem sentido. Mas se bem que se eu fosse guarda, somente por essa atitude dela eu daria uma multa bem gorda, só para aprender a ser mais educada e menos marrenta.

Olhei na direção de meu amigo Hyoran, e em um momento de distração dele, presenciei a cena que não queria ter visto. Ele recebe uma bolada em seu rosto.

Ouço alguém gritar de susto do outro lado da quadra, então com o coração disparado corri em socorro ao meu amigo que parecia estar zonzo por causa da bolada que recebeu. Ele cai de joelhos e eu o ajudo e ficar de pé. Caminhamos até fora da quadra, e o coloquei sentado no banco.

— Está tudo bem, cara? — indaguei a ele, balançando dois dedos na frente de seus olhos. — Quantos dedos têm aqui?

— Carlos... me ajuda — ele pede a mim, e vomita em seguida. Me afasto dele e olho na direção de Adam, mas não podia gritar para ele para não chamar atenção.

Silver Fang: O Guardião do LuarOnde histórias criam vida. Descubra agora