Capítulo 04: ADMIRAÇÃO

43 13 134
                                    

Após subir o morro, dou uma parada perto da árvore da rua de casa com a intenção de recuperar um pouco do fôlego perdido. Dou mais uma olhada na descida para ver se a dona loba estava nos observando, porém ela já não se encontrava mais lá.

Minha irmã me apressa, pedindo para que eu agilizasse para não pegar chuva. Abriu o portão, passando para dentro, e ficou parada no primeiro degrau da escada me esperando com as mãos na cintura.

Passei pelo portão que minha irmã deixara aberto para mim, e segurei Sasuke firme enquanto laçava a corrente para fechar o portão. Comecei a descer os degraus, e após atravessar a garagem para a varanda, a chuva havia ficado um pouco mais forte.

Abri a porta da cozinha e peguei um pano velho, o colocando perto da velha máquina de lavar roupas da minha mãe.

Ouço passos vindo para a cozinha, até chegar na porta e colocar a cabeça para fora.

— Onde encontrou esse cão, Carlos? — minha mãe pergunta, as mãos na cintura.

— Falou para a mãe, Clara? — perguntei, olhando feio para ela.

— Desculpa, Carlos! — ela pede, mas eu balanço a cabeça em negação. — É que a mãe perguntou onde tínhamos ido para ter demorado tanto tempo.

— Não poderia ter inventado alguma coisa, não? — digo em um tom um tanto quanto alto.

— Quer falar mais baixo? — pede minha mãe, colocando o dedo indicador sobre lábios. — Seus irmãos estão dormindo, droga!

— Desculpa, mãe! — pedi. — Mas é que...

— Depois falamos sobre esse cão, está bem? — ela responde, a mão na testa, dando um longo suspiro, retornando para dentro.

Levei Sasuke para o velho pano que peguei e o coloquei deitado sobre o mesmo, vendo meu amiguinho deitando-se todo enroladinho. Peguei outro pano e o coloquei sobre ele, cobrindo para que não sentisse frio durante a noite de sono.

— Dorme com Deus, garoto. — falei a ele, fechando a porta após adentrar à cozinha. Apago a luz da varanda e fico olhando para meu novo amigo pela janela da porta, sorrindo feliz por ter encontrado um novo amigo, que eu poderia contar sempre.

— Você não cansa de secar esse cachorro não, Carlos? — minha irmã aparece na cozinha, indo em direção a pia e tomando um copo d'água, depositando o copo em seguida.

— Não enche, Clara — pedi, mas não obtive resposta. Até porque eu não estava esperando nenhuma mesmo.

Logo quando ela voltou para o nosso quarto, retorno minha atenção para Sasuke, que estava com os olhinhos fechados, enroladinho no pano que eu havia lhe dado.

Cara! Ele era tão lindo.

Vou até o banheiro para poder lavar minhas mãos, indo ao quarto em seguida. Minha irmã estava deitada, conversando com sua amiga Luana pelo celular. A questionei se não iria dormir agora, mas pareceu não me escutar, até reparar que estava de fones, ouvindo... não sei se posso chamar esse ritmo de música, mas enfim.

Olhou em minha direção, retirando um dos lados do fone.

— Falou comigo? — perguntou. Revirei os olhos para sua lerdeza, lançando uma resposta sarcástica em sua direção.

— Acho que é a única funkeira daqui de casa — respondo e ela bufa. — Não vai dormir agora? — repito a pergunta.

— Eu deveria? — disse bruscamente.

— Olha, se não quiser que a mamãe...

— Você tem sempre que envolver a mamãe, não é mesmo? — ela reclama, mas se levanta da cama indo até a cozinha e colocando seu celular na tomada para carregar. — Satisfeito?

Silver Fang: O Guardião do LuarWhere stories live. Discover now