Estratégias

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A bebida nos organismos completamente diferentes não modificava, mas sim tornava real de dentro para fora os desejos que atribuíram durante pensamentos repetidamente censurados por algum orgão cerebral juiz de todas as ações; não era uma mentira e muito menos novidade que a ebulição nas veias que já começavam a aparecer em ambas estava crescendo, evoluindo com rapidez uma vez que os corações bombeavam e drenavam a situação de forma totalmente médica fazendo assim, com que seus peitorais vibrassem acelerados e portanto suas respirações deveriam por vem acompanhar tudo aquilo que acontecera em menos de um segundo. Buscando oxigênio. Buscando o que verdadeiramente desejavam no fundo de seu íntimo eu interior.

As mãos brancas adornadas comumente de alguns acessórios, fez com que o material da câmera timlintasse na superfície sem que seus olhos caíssem dos céus em que se encontravam; os óculos escuros não eram uma barreira muito pelo contrário, deixavam com que a imagem fosse auto explicativa, estava hipnotizada e por segundos esquecera até seu nome se perguntassem. Yongsun do outro lado da mesa, acompanhou os mínimos movimentos detalhistas da face a sua frente em pequenos frames perfeitamente fracionários; as ruguinhas em seu nariz esvaindo-se juntamente com o encolher de seu sorriso, suas orbes naturalmente negras redesenharam o caminho percorrido diversas vezes querendo decifrar o eterno dejavu, pois foi o que o sentimo foi a única coisa que sobrou entre as artistas, o se afinal, estava indo embora já que suas clientes cansadas queriam se arrepender de algo que poderia acontecer ali.

O pulmão de Solar não aguentou prender mais a respiração e com ele como o turbilhão efervescente posto em seu ser, como não mandava o figurino, afastou seus lábios deixando escapar uma lufada de ar quente e quando percebeu os olhos quase se fechando, fechou-os e num movimento que quase a fez cair virou-se para as prateleiras. Se perguntou do que estava fugindo: Se era daquela sensação de culpa e anti ética que recaiu imediatamente em seus ombros ou se estava apenas imprimindo suas emoções demais para fora de si. As duas opções deveriam ser descartadas imediatamente, até porque, não poderia sair por aí beijando todos quando lembrava de sua mais nova aventura sexual.

Não era nem ao menos tentador.

Moonbyul estava atônita. Sua temperatura passando por altos e baixos ali, sentada, tentava decifrar o quanto parecia errado pelas posições que executavam e na verdade, no momento ela não ocupava nenhuma posição. Engoliu seco ainda sentindo faíscas do amargor lancinante de uma pequena comemoração do trabalho que fizeram. Permitiu que as mãos ficassem trêmulas e quentes ao mesmo tempo; não era como se nunca tivesse beijado ou estado muito perto de beijar alguém, mas não era qualquer alguém era de fato uma idol conhecida mundialmente, era alguém socialmente intocável, sua - possível - futura chefe e pensando nisso, talvez fosse o fim de sua carreira bem ali passando diante de seus olhos, ou lábios.

O que sentiu era questionável, parecia que aquilo estava programado, parecia querer aquilo a séculos. Pensou ser o efeito inútil da vodka.

— Se soubesse que a senhora era tão fraca pra bebida tinha virado os dois copos eu mesma. — A mais nova tentou quebrar o silêncio, que diferente de minutos atrás era cortante e desconfortável. Riu anasaladamente guardando a câmera e pegando do interior da mesma o cartão aonde tudo estava armazenado. Quando ouviu uma bufada da outra e a viu virar-se novamente, permitiu-se. — Seu rosto está vermelho. Consegue manter isso até eu pegar a câmera de novo?

— Se tirar mais uma foto eu juro que te mato. — Descortinou do clima estranho, mas não tirava as dúvidas na cabeça revestida de fios roxos. Era visível que nenhuma das duas sabia o que fazer com o gato de quase terem encostado os lábios ao som da trilha sonora ridícula que não estava apenas ali na sala e sim em todo o prédio, já que a empresária amava música e queria dar um ambiente confortável a todos os funcionários, tão confortável como um quase beijo. Decidiu deixar aquilo apenas no fundo de seu íntimo, soterrado depois de um bom banho e muita água pra acalmar o que não deveria ter saído do lugar. Ou devia? — Então, você não vai selecionar as fotos?

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